sábado, 14 de março de 2020

A Pandemia Covid -19

A origem da Pandemia: Covid - 19

A história das pandemias é longa.  A resposta médica  imediata para  a cura da pandemia Covid - 19 não existe, embora hoje se esteja muito melhor apetrechado para enfrentar problemas passados, semelhantes. Este texto pretende explicar, em termos simples, os acontecimentos que se vão desenrolando a uma cadência vertiginosa. Os objectivos são claros:

A -  Aguardar com serenidade a evolução da epidemia. [Nada de entrar em pânico e, em caso de sintomas (febre alta, tosse seca, dificuldades respiratórias...entre outros, consultar o médico]. Trata-se de mais uma situação de aperto da Humanidade ao longo dos tempos [Peste negra (1346-1353), Pneumónica (1918), SARS (2003), Zica (2015), Ébola ( surtos 2013,4)]. 

B - Seguir à risca as RECOMENDAÇÕES do Serviço Nacional de Saúde (OMS), Protecção Civil e directivas governamentais.

O que é o coronavírus? Trata-se de um vírus modificado, muito agressivo e que pode infectar

Fig.1 - Coronavirus*Covid-19

causando doenças respiratórias sérias desde uma simples constipação comum até lesões dos pulmões, pneumonias e danificação de outros orgãos vitais [Figado, rins]. Este vírus é conhecido por SARS-Cov-2 e a doença que provoca : Covid-19. Atinge quer animais quer o ser humano. O mecanismo de transmissão não é totalmente conhecido. Admite-se que seja um vector animal (morcego é um possível candidato) que resistente ao vírus possa, todavia transmiti-lo a outros animais, que por sua vez entra na cadeia humana.


O grau de severidade da doença pode ir da moderada a extrema. Nos casos extremos é letal.
Um relatório conjunto foi apresentado pela Organização Mundial de Saúde - WHO, com a participação de vários peritos internacionais e onde se explica a problemática da Covid-19. [Clique aqui para este documento (em inglês), referência que poderá interessar aos profissionais da Saúde].

Comecemos, então, por analisar a curva (Fig.2) proposta como base de trabalho para controlo da pandemia.  Foi citado no relatório da WHO (World Health Organization) definindo em traços gerais uma estratégia possível para solução do problema e que vem sendo seguida pelas organizações de saúde pública  em diferentes países.

A linha a tracejado "  ---- "representa  o nível de resposta do serviço Nacional de Saúde, fronteira entre dois regimes :

REGIME 1 :Pandemia caótica, descoordenada e sem controlo por falha abrupta dos factores de controlo e de suporte.

REGIME 2 : Pandemia, diluída no tempo, com origem no primeiro caso surgido (em cada país, ou região), mas agora com resposta capaz dos meios existentes no país (em termos humanos, materiais, económicos e todos os outros factores associados).

As medidas governamentais são, por ora de carácter preventivo, cujo objectivo é evitar o regime 1 (incontrolável) e lidar com a pandemia, de modo mais ou menos controlado e por fases sucessivas. Toda a Humanidade está em risco e o esforço para a debelar é de natureza global. O cidadão também está envolvido, devendo expurgar-se de toda e qualquer afinidade com qualquer ideologia, filosofia ou pensamento político, para a superação deste combate: vida ou morte.  No lado direito do gráfico, se enquadram as recentes medidas legislativas, supostamente ajustadas à situação actual: fecho de escolas, introdução do tele-trabalho, direitos laborais e empresariais, pacotes económico-financeiros e uma lista infindável de medidas (tomadas ou a tomar, de futuro).  

De modo optimista, espera-se que o Regime 1 não venha a ser atingido e a fatalidade individual não venha bater à porta. Quanto ao Regime 2, numa óptica realista, dificuldades vão surgir e espera-se que os fundamentalismos ideológicos dos partidos não contribuam para aumentar a ansiedade e natural receio da população. Após a crise internacional de 2008, acrescida de erros internos, levou os portugueses a uma austeridade extrema. Convém rezar a todos os santinhos, para que nova austeridade redobrada nos não bata à porta. Daí a sugestão da seguida à risca das  recomendações (Objectivo B).

Fig.2 - Controlo possível da Covid -19

Os politiqueiros de ocasião continuarão a especular e inventar novas teorias da conspiração. 
Para fugir aos do burgo e colocar a vida do ser humano em primeiro lugar, os Trumps, Bolsonaros e afins devem subordinar-se à ciência médica e conhecimentos científicos, embora se saiba de antemão que a ciência médica não dá respostas com carácter absoluto. Existem muitas interrogações, dúvidas e incertezas sobre a Covid-19. Não desenvolveremos  uma análise detalhada (por despropósito do fim em vista), mas tão somente indicar que, mesmo com tanta incerteza, os êxitos da Medicina não se medem com a bitola desta casta de políticos, por mero palpite.


As medidas tomadas pelo Governo Português são semelhantes às de outros países europeus.Têm em comum, a particularidade de enfrentar uma situação nova, com um vírus potencialmente letal. A Itália está a ser fustigada em força pela Covid-19, criando páginas de Internet para o efeito [Clique aqui ]. 

Para não tornar este texto demasiado pesado [em contexto de crise global], existe um paralelo com a pandemia pneumónica  de 1918, uma das mais mortíferas. Estima-se que o número de mortos tenha atingido, à escala global, entre 50 e 100 milhões de vidas humanas. 

Poderá perguntar-se, qual a diferença entre a actual e a pneumónica?

O receio e o temor é, ou pode ser semelhante.Todavia, existe uma diferença fundamental. Durante a pandemia pneumónica sabia-se, em clima da Grande Guerra que existia um vírus, de grande agressividade mas não era possível observá-lo por limitações da ciência. A gripe viria a tomar o nome de Gripe Espanhola (nome desprestigiante para Espanha) pelo facto da Espanha ser um país neutral e os outros países  estarem subordinados a censuras  militares várias. Foi tão terrível, que provocou ondas  de receio e pavor por gerações. Esta espada letal escolhia preferencialmente gente jovem: 20-30-40 anos. Contrariamente à actual que parece  seleccionar os mais debilitados fisicamente e poupar os mais jovens.

O receio e temor é hoje espalhado pelos meios jornalísticos, meios sociais e fazedores de opinião. Depende de cada um dar-lhes ou não aceitação e separar, com olhos críticos, o trigo do jóio [Vêr acima, REGIME-2] . 

A política nacionalista de Trump com os seus muros e entrada selectiva no país não impediu a entrada do vírus nos Estados Unidos. A ala liberal americana, contra tudo o que cheire a regulamentos e limitações, acaba mendigando às mãos dos Estados. Embora, esta atmosfera pesada : fecho de escolas,  máscaras, corrida aos supermercados e fuga aos locais públicos e de reuniões exista - a realidade médica [com deficiências e insuficiências] é totalmente distinta. Durante a pneumónica, não existia a possibilidade de quarentena. Hoje, existe. 

O perigo potencial, reside no facto do mundo ser global: interconexão de países, indústria partilhada, viajantes intercontinentais. Toda esta problemática global, de facto também existe. A pneumónica terminou em 1919. A incerteza associada à determinação do pico da crise  Covid -19 e a produção de uma vacina eficaz constituem fontes de inquietação.

Hoje, a ciência médica está muito mais avançada, e em tempo record, é possível observar o vírus (microscopia electrónica), representá-lo estruturalmente e conhecer o seu genoma. Até que as ciências farmacêuticas consigam fabricar uma vacina eficaz contra o coronavirus. 

Até agora são combatidos por drogas existentes no mercado, contra vírus da mesma estirpe. Espera-se que possa surgir dentro de  cinco meses a dois anos. Tudo dentro duma grande incerteza. É a incerteza do tempo de produção em tempo útil que envolve a economia. Quantidades de dinheiro colossais terão que ser investidos para a sua produção. Existe o risco de se criar uma vacina, sem que todavia entre no mercado e possa ser vendida, pois a doença pode acabar por extinguir-se por si mesma.

Resta uma fundamentada esperança desta crise pandemica ser resolvida em tempo curto. Os rumores e palpites sem fundamento não têm razão de existir. Até os Trumps, Bolsonaros e afins já perceberam que podem ser atingidos. Às piadas jocosas do Snr. Trump e do aprendiz Bolsonaro , contrapõe a imprensa séria a imagem destes figurantes a cerca de 1/2 m dum índividuo da corte, testado já positivamente com o teste Covid-19. Trump, na sua arrogância de negação da ciência, assiste agora à entrada em força do vírus onde as mortes já não são despiciendas. Forçado a negociar com os Democratas, assina um pacote de emergência de  50 mil milhões de dólares, que inclui um kit de teste gratuito para os que não têm seguro. Outros estão já em perspectiva. A Apple fecha as suas lojas em todo o mundo durante 2 semanas (excepto China -já fechadas durante 2 meses) e o Pentágono fecha as portas a visitantes para conter a propagação do vírus.

A Administração Trump, no início da pandemia, aconselhava nos tweet's : "abra as janelas e não partilhe alimentos" a fim de manter  casas, negócios e actividades fora da pandemia.  Na sua retórica atira as suas responsabilidade para a anterior administração Obama. Os seus seguidores tudo lhe perdoam. E assim, o mundo constituído por seres humanos fica dependente  do todo poderoso Trump. Ataca a China como responsável da origem do vírus. A China riposta com o culto do todo poderoso ignorante. Histórias já antigas de vírus militares vêm de novo à superfície. Mistura de verdade e ficção. O ser humano quer e reclama acção médica e não retóricas de ideologias e seitas partidárias. Os que ontem cortavam a direito, com o fundamento da austeridade, são os mesmos que hoje mandam bitaites na Assembleia da República, clamando por mais camas, mais equipamento médico, mais e mais brinquedos de medicina. Sabem, mas não reconhecem o circo político que montaram. O cidadão saberá nesta crise concluir sobre as teses liberais dos insignificantes parlamentares e dos Venturas populistas.

Para terminar, convirá lembrar que vai seguir-se um período económico deveras duro. Pior que o de 2009. A juntar à austeridade remanescente e à dívida pública actual, vai adicionar-se esta crise pandémica que é também económica. A consciência da UE que, de certa maneira não protegeu o cidadão português da austeridade extrema a que foi forçado, vê-se agora também forçada a admitir que a Europa não é capaz de produzir máscaras em número adequado para esta crise. Os países ricos podem até comprá-las à China, se esta as disponibilizar. Os sortudos do sistema, que não eu nem tu leitor, dispõem dos seus aviões privados para se refugiar numa qualquer ilha da distante Nova Zelândia. 

Dado que este texto, apesar de certa ansiedade que possa provocar,  pretende tão somente indicar as causas desta epidemia e tomá-la pelo aspecto positivo, na esperança que tudo acabe em bem. Nada melhor para descontrair que ver o video [ Carregue aqui ] onde o pequeno e decidido Simón  se recusa a ir à escola. Acaba por descobrir, já dentro da escola, uma mão amiga que o ajuda a vencer a incerteza.













80,000
80,785
China
60,000
Almost 90% of global coronavirus cases are in four countries
40,000
16,966
All other countries
20,000
12,462 Italy
9,000 Iran
7,755 S Korea
0
22 Jan
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1 Feb
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15
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25
1 March
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