quarta-feira, 25 de maio de 2011

Censo 2011

Notas soltas sobre os Censos

 Sob forma gráfica, regista-se a evolução da população de Angueira num período bastante longo (1864-2011) e baseia-se nas Tabelas  indicadas no blogue sobre Angueira, constituindo um trabalho meritório para quem as apresentou. Representam uma bela e incisiva catilinária para os governantes de todas as épocas, incluindo os actuais.
 Os gráficos aqui apresentados permitem uma leitura mais fácil e mostram à saciedade o desleixo a que o poder político central e não só  a tem votado, em semelhança com toda a zona interior do país.Os tempos actuais são de mudança e necessário se torna discutir qual o papel que cada um vai ter que assumir perante a clara tendência de desaparecimento integral da aldeia tradicional num horizonte temporal relativamente próximo, se a tendência não for invertida. A todos, novos e menos novos, se exige o contributo possivel de cada um. É nesse sentido que se apresentam factos e não discussões estéreis. A situação actual do país tem uma longa história, mas as injustiças reais e republicanas também. Em plena época monárquica a população foi sempre aumentando, prolongou-se pela primeira República e atingiu o seu ponto máximo na década de 1940-1950. A variação da população teve uma quebra (Graf.2)  em torno de 1918 - associado à epidemia da pneumónica e a partir dos anos 50, o decréscimo da população foi brutal. Para que conste, foi preferencialmente  o Brasil que acolheu os nossos compatriotas. É esse Brasil honrado que acolheu como pode e foi um oásis de terra que lhes possibilitou uma nesga de esperança material, que nem sempre se materializou para todos. É esse Brasil que, hoje, alguns portugueses  néscios ofendem, com descarado despudor e maquiavelismo. Falámos de tempo de crise, onde a fome rondava por perto e o trabalho braçal era árduo, mal remunerado e sem futuro, tal como agora o é, problemático e incerto. Neste tempo de eleições legislativas já não basta ter um clube, é necessário saber interpretar a linguagem criptada dos políticos. O tempo do chico-esperto e do subsídio-dependente acabou e mal. Essas facturas estão a ser cobradas, e não tenhamos ilusões, os portugueses irão ser esprimidos até aos limites do racional. Candidamente, todos os responsáveis políticos que nos conduziram até aqui referem que todos somos culpados. As razões são óbvias. Por ironia, falam agora os partidos de novo em agricultura. Precisamente aqueles que a destruiram, distribuindo em troca prebendas, jipões, projectos PIN e tudo o que quiserem meter neste pacote, a quem não era justo atribuí-los. Agora somos todos iguais, no acto do pagamento da factura. Então como é?
De toda a prosa dos programas dos partidos não resta nada com conteúdo.A única resposta seria a apresentação de uma simples folha A4, com a dívida do país e as instituições por ela responsáveis. Isto permitiria fazer contas e assacar responsabilidades, só que isso não só não querem como baralham para tudo continuar na mesma. Enquanto não houver transparência nas contas pública e privada não se vai a qualquer lado. Ora só se pode exigir esforço financeiro ao cidadão quando este achar que foi responsável ou co-responsável pela dívida em causa.  A evidência dos factos e a imprensa portuguesa (parte) já começa a tornar claro, quem é quem e responsável por quê. Os rapazolas dos partidos têm uma caracteristica comum: defendem os seus interesses particulares em detrimento do bem comum. O triste espectáculo dos lideres partidários 1, 2 e 3 entretêm a forte gente com coisas ridículas. Para meditar. Um qualquer E.C.fala de ninharias com vocabulário de carroceiro, mas claro esquece-se de falar na suas prebendas milionárias. É fácil manipular o chicote contra reformas de miséria, mas difícil abdicar de verborreia inútil. Os tempos são de estudo, reflexão e trabalho. A começar pelo pedaço de papel que cada um depositará nas legislativas próximas. A liberdade é um bem supremo, mas o voto actual é mais exigente  que a simples adesão a um clube.