quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Circo português 

 Diversão no seu máximo esplendor . . .

A crise que Portugal hoje atravessa é extremamente grave e toda a acção individual deveria ser pautada pela lucidez e sentido da responsabilidade, no plano individual, governativo e presidencial. Os actores políticos actuais, representados na Fig.1, traçam  o destino de todo um povo através de uma austeridade asfixiante: 
Fig.1 - Responsáveis  da austeridade
Recessão continuada, desemprego galopante, destruição da economia, expulsão forçada da juventude, subida do défice e da dívida, liquidação da esperança de todo um povo. Com a abordagem deste tema, pretende-se dar uma visão pessoal dos acontecimentos e, se possível, dar um pequeno contributo a todos aqueles que, por este meio, possam aceder a mais informação. Não se pretende contemplar aqueles que recorrem à Internet de modo rotineiro ou àqueles que têm à sua disposição os canais televisivos, dos pacotes por aí existentes. A constelação de comentadores políticos distribuem-se pelos canais TV, ilumina ou ilude a realidade portuguesa actual.. O imbróglio a que se chegou é de tal modo grave, que o povo português se sente cercado, privado da soberana independência, refém de dívidas e de credores, e liderado por aventureiros políticos,  incompetentes e malabaristas de trapézio que não se revêm nos Cómodos da  Roma antiga. De notar que o exercício do poder, no sentido do bem público, é uma tarefa nobre e deriva da autoridade, delegada pelos cidadãos. Como, criticar por criticar, é limitativo da consciência individual , necessário se torna fundamentar os factos. A trajectória política do pantanal actual exige um estudo aprofundado das causas, resposta que os economistas e/ ou os actores políticos nunca deram. A sua fundamentação assenta nos tópicos essenciais: globalização, sistema financeiro especulativo, desregulação e descontrolo dos mercados financeiros, e a dominância do poder financeiro sobre o político e do  individualismo sobre a sociedade.
 Os instigadores responsáveis da crise portuguesa apontam para a crise das dívidas dos estados soberanos, em consequência da falência do Lheman Brothers nos U.S.A., dos produtos financeiros especulativos (entre eles os swapps), poder financeiro global concentrado em certos bancos como o Goldman Sachs, actuação duvidosa, por vezes fraudulenta, das agências de rating e a extensa ramificação das negociatas dos bancos com derivados, tóxicos ou não, baseados numa engenharia financeira conduzida por homens do colarinho branco.
Porém, a crise da dívida soberana pôs Portugal na rota dos PIGS, conjuntamente com a Irlanda, Grécia e Chipre. Todos os responsáveis, que directa ou indirectamente tenham praticado operações anómalas na área economico - financeira deveriam ser objecto de acusação dos tribunais e levados à barra dos tribunais. A teoria infantiloide do Pedrito de que os portugueses viveram acima das suas posses, deve ser desmistificada. Do alto da sua esbelta figura não sai uma simples ideia, por mente inócua.Um cidadão, isolado nas montanhas distantes, excluído do progresso citadino e meios de informação, só sairá da letargia secular em que o mundo rural mergulhou, pela cultura e, portanto, este texto não é dirigido ao citadino, pois este é fácilmente moldado pelos  ideólogos, politólogos,  palestrantres, pregadores e sacristães de várias seitas e padrões de coloridas gravatas.
Pensar que a Lisboa distante tudo centraliza e decide, é meio caminho andado para o prolongamento de uma triste servidão. Vamos, pois, às causas do lamaçal político e aos seus actuais actores. Em escritos anteriores, foi-se apontando o desenlace fatal mas previsível de todo um povo, sufocado por dívidas daqueles que viveram acima das suas posses. Na Fig.2 encontra-se representada a evolução da dívida portuguesa de 1979-2011, da responsabilidade dos partidos e governos, do referido arco do poder (PSD,PS,CDS).
Fig.2-Evolução da dívida pública  portuguesa.


Cavaco Silva foi responsável  por 40,5 mil milhões € e Sócrates por 82,9 mil milhões €. O modo como parte desta massa monetária foi gasta pode ver-se, em muitos casos particulares, clicando aqui neste sítio. [A informação deve ser tomada sob reserva, mas dá uma ideia de como tudo se processou. Existem vários outros sítios onde os mesmos temas são também abordados]. Pretender alijar a responsabilidade da asfixiante dívida baseado na  perversa fraseologia da vivência dos portugueses acima das suas posses, é crime intelectual. Responsabilize-se os actores, aponte-se os corruptos e todas as teias do enriquecimento ilícito, fácil e prolongado ao longo dos anos. Colocar P.Coelho  a tónica da falsa solução da austeridade sobre o mundo do trabalho e ignorar a componente especulativa financeira, bancos, offshors, mercados especulativos, swaps ruinosos, PPP, fuga de capitais, corrupção, só pode entender-se como líder sem vergonha na cara e desprovido de qualquer pensamento crítico. Houve uma época, em que a palavra tinha validade de lei. Homem honra a sua palavra. Era a medida da honra pessoal. Passos Coelho mentiu em toda a linha e, portanto, desce à condição de homem sem palavra. O cidadão português médio, não fundamentalista, considera-o como um simples figurante, casmurro, uma peça descartável da Troika, e tardiamente apontado de relativa incompetência pelo responsável-mor do Reino. Só que o responsável actor também é digno de registo.

  Pergunta simples: Que relação existe entre o BPN e o cidadão comum a quem apresentam a factura?O cidadão comum paga a conta dos desvarios de certos amigos de peito (Fig.3). Será que o actor-mor desta tragédia portuguesa, nunca se apercebeu de nenhuma operação ou afloramento de fenómenos obscuros ocorridos em Portugal?  Sentenças proferidas pelos tribunais, procuram-se. Por acaso, o cidadão C. Silva ignorava a actividade do BPN, quando por lá andavam alguns dos seus predilectos?
Fig.3
Há uma maioria no Parlamento,  segundo afirma P. Coelho, mas o povo português sabe que manifestamente o PM  não sabe pilotar submarinos nem veículos Pandur. De submarinos, conversa curta.Eleger homens verticais para a governação do país passa-lhe à margem. Ora o PM  dá, ao cidadão comum, a visibilidade esconsa da sua nebulosa ideologia. Como se resolve a questão do BPN? Entrega o BPN ao  desbarato por 40 milhões € e recebe facturas mais elevadas para apresentar ao povo. Na resolução dos contratos swap segue a mesmo raciocínio brilhante. Mete a raposa no galinheiro (governo). O povo sabe, dos imbróglios dos periscópios, que ora vêm ao de cima ora mergulham no oceano e não se deixa enganar, que o PM não está à altura da crise. A implosão do governo, com o detonador Portas à cabeça, pôs em evidência a fragilidade do governo. A delegação de poderes em P.Portas poderá ser um presente envenenado para o dito, mas não acresce inteligência ao inócuo PM. O povo não vive de fantasias, nem de um governo de tropa fandanga - comentador TV dixit. Existem no governo, apesar de tudo, 
honrosas excepções, acrescento eu. 

A situação política actual é escaldante, perigosa e volátil, a todos se exigindo responsabilidade. Tudo o que se escreva é, antecipadamente, desactualizado. Por isso, o importante é o conhecimento das causas. Na linha da frente: Cavaco, Passos Coelho, Portas, partidos da oposição e parceiros sociais. Fernando Torquaz, livre de partidos obsoletos, sedes de ambição desmesurada, antro de tachos políticos, pre-câmara dos jotistas dirigentes, inaptos negociadores de contratos, palco de figurantes menores, refúgio de comentadores fundamentalistas, propagandistas de benesses, não acredita nas falsas promessas dos actores cómicos apontados. As fotos instantâneas dos vários personagens citados [V. Figs 1,2,3]  revelam, num só instante, mais do que todas as tretas propaladas ao longo do tempo, período eleitoral, futuros risonhos, paraísos ao virar da esquina. Que nem o ministro da propaganda consegue dissimular. O povo quer bifes na mesa, não briefings !
  • Na tormenta política, aparece Vitor Gaspar com uma carta de demissão pública, visando criticamente um P.M. impreparado para o cargo e citando uma guerra surda de alecrim e manjerona (Paulo Portas-V.Gaspar). Veja a sua carta de demissão aqui, e core-se de rubor. Reconhece o falhanço completo da sua teoria auto-destrutiva baseada na austeridade, sendo o próprio o mentor da sua  máxima responsabilidade pela implementação. Que dirão da sua política:
    • Os 450 000 desempregados! 
    • A indústria e o comércio arruinados!
    • A brutal queda de rendimento das famílias, por fiscalidade excessiva
    • A equação, na sua fórmula simplista, do PIB=C+I+Nx ![C: consumo privado; I: Despesa total ref.a capital; Nx= (Exportações-Importações)] em que :
      • Consumo interno reduzido ao mínimo devido à austeridade!
      • I : Juros de empréstimos e dívida
      • Ligeiro crescimento,à custa de diminuição das importações (maquinaria, etc,...)
    • Os teóricos de gabinete, com a análise errada do artigoRR em que também se baseou para a fundamentação da política de austeridade como via única para a resolução dos problemas financeiros do país!
    • {Conclusão de V. Gaspar : Falhanço completo da linha de austeridade}
      • Consequências: Défice 10,6 % (1º. T 2013, dívida pública a 127 % PIB) 
        •  Novo resgate camuflado à vista! Não disse, mas é o que se espera!
    • {Conclusão popular: O esmagamento da classe média em termos fiscais e cortes vários foi completamente desbaratado pelos subsídios de desemprego,consequência da destruição do tecido económico e industrial! Destruição do tecido social e empobrecimento geral!
      • Consequência prevista: Descalabro total, sendo responsáveis os Políticos incendiários! Impunidade dos políticos!
  • Fica um ponto positivo, assume parte dos seus erros. Nos tempos que correm, já é alguma coisa! Mas regressando ao seu posto temporário do Banco de Portugal, não fica a conhecer a angústia do desempregado e as consequências nefastas da sua trituradora teoria da austeridade,  e quando chegar o tacho final europeu, os seres humanos voltarão,de novo, a simples números de economista. Au revoir! Auf viedersehen!
  • Concluído o primeiro acto da demissão de V.Gaspar, segue-se, sem intervalo digno de registo, o segundo pela mão de Paulo Portas. Consciente da gravidade da situação económico-financeira descrita por V. Gaspar, O Paulo das feiras e beijocas sonantes abandona o barco, sem qualquer consideração pelos portugueses e, à medida do seu ego, apresenta uma demissão irrevogável. Mas tudo se compra e se vende, nem que seja através de uma reconsideração forçada, com subida na hierarquia do estado (vice-PM) e mão nas finanças e economia.Tudo negociado com o subalterno Passos Coelho. Este último, lavando as suas mãos como Pilatos, vislumbra uma réstea de esperança em salvar a sua própria pele, a coberto da Presidência da República. Bonito de se ver, não fora a factura apresentada pelos mercados.A subida dos juros nos mercados têm um responsável: O Paulo Portas irrevogável. Ficou, claramente registado, o acto impensado de P. Portas, na súbita subida das taxas de juros e da perda em bolsa, estabelecendo-se sem qualquer margem para dúvidas  do princípio da causa-efeito. Serenados os mercados, diz-se, os factos são claros [Graf. 4].
  •  Paulo Portas cometeu um erro básico. Na opereta, Escreveu "irrevogável" em vez de usar outros média onde a pronúncia podia ser interpretada como " e revogável". Azar!
    • Conclusão popular :Quem vai pagar a factura? Resposta: os mesmos de sempre. Até quando o povo português tem que ficar sujeito a estes actores? Num estado de direito normal, teria direito a demissão fulminante, sem apelo nem agravo.
      • Homem sem palavra, é homem sem honra . 
      • Que sentido tem" A moção de censura transformou-se numa moção de confiança". P. Portas, dixit!
      • Reconhece a versão popular que a sua aversão à nomeada Ministra das Finanças, sucessora de V.Gaspar, alguma coisa trouxe de positivo.
        • Ao não comunicar a sua demissão, em tempo oportuno, ao P. República, Cavaco apresentou-se na tomada de posse da Ministra das Finanças como verdadeiro actor, no sentido dado pelo comentador Sousa Tavares ao cidadão Cavaco.
          • Obrigou a estalar o verniz, e em pleno desenrolar desta peça teatral, os actores revelaram as suas reais características e especificidades. Malabarismo e riso puro.Tragicomédia, à portuguesa. Seria divertido, com riso descontrolado assegurado, se a factura não fosse apresentada. O riso vai converter-se em lágrimas. Austeridade acrescida para os mesmos de sempre.
A recém chegada ao poder-Ministra das Finanças vem acompanhada da dança dos swaps. Estes swaps abriram uma nova caixa de Pandora. De uma verba da ordem de 3 mil milhões de euro. Em cima da austeridade asfixiante. A pagar, como sempre, pelos mesmos.Os swaps são contratos de risco (ou não), baseados em modelos matemáticos, e de natureza quantitativa. Veja-se, por exemplo,o sítio indicado para aferir da complexidade do(s) modelo(s) clicando aqui. Os brilhantes jotistas e afiliados do PSD e PS, os negociadores de swaps, futuristas do nada, assinam contratos com bancos, sem conhecimento de causa nem as implicações envolvidas. Cordeirinhos,  dormindo tranquilamente  em campo de negociantes engravatados e sabichões da Banca. Tudo leva a crer que estes gestores não passavam de meros intermediários na venda e compra de brinquedos perigosos. Mais outro folhetim.  Outro pantanal. O partido PSD achou por bem empurrar todas as responsabilidades ao Governo de Sócrates, e como o PM não sabe do que fala, viu os seus secretários de Estado cercados pelas chamas. Virou-se o feitiço contra o feiticeiro. Como os políticos devem ser avaliados com exigência e rigor, em domínios da sua competência mais uma vez se revelou que o critério politico cede lugar à verdade. Veja-se o discurso laudatório e submisso do deputado por Bragança, A. Silva. Em vez de alinhar nesse discurso, devia ter esclarecido em que consistem os swaps e mostrar (demonstrando) os valores quantitativos, derivados dos contratos. O cidadão português e, qualquer estudante que se preze sabe, que a matemática é assunto melindroso. O cidadão comum não tem obrigação de conhecer estes instrumentos, embora o politico tenha que ter outro domínio do assunto. Embora seja tempo de férias, a melodia wagneriana dos swaps, sendo um assunto pesado para o Governo, e sobretudo para nós cidadãos pagantes, vai ter que ser cantada até ao fim. Até os peritos em swaps indicarem, até ao cêntimo, as pautas que assinaram. Deixam-se aqui alguns tópicos sobre o assunto:
a) Mastering Financial Mathematics in Microsoft Excel, Alastair L., Cap. 8 - Swaps, Cap. 9 Forward Interest Rates (pags. 100-138).
b) Concepção de instrumento swap, do Banco J. P. Morgan. (Clique aqui, como um exemplo, entre vários outros)
c) Há informações detidas pelos bancos que não são do domínio público e, portanto, torna-se difícil mas não impossível  reproduzir as contas para cabal esclarecimento da verdade. Nos swaps tóxicos, até se fala em cláusulas secretas. A todos os governantes envolvidos nestes instrumentos deve ser exigida a correspondente demonstração do seu grau de responsabilidade.
d) Os media portugueses prolongam a melodia, mas são incapazes de colocar nas TV ou na imprensa escrita um contrato assinado. O cidadão comum poderia ver com os seus próprios olhos e não na prosa sectária da partidarite aguda, transformada em clubite pura.

Claro está que se um adepto anónimo de um clube vermelho não admite sequer qualquer argumento aos verdes e aos azuis,então este adepto manipula, apenas, a irracionalidade. Se as eleições se basearem na irracionalidade pura, baseada no clubismo partidário de origem, então nada vale a pena. Abismo político, à vista.

Finalmente, surge outro actor político. O PR deste principado, com permissão de um outro príncipe virtual madeirense, de porte duvidoso, para ir às Selvagens. Um líder político, neste caso o PR é o último baluarte da defesa de um povo. Este povo, acossado pelo falhanço da política seguida por Passos Coelho (Gaspar escreveu!), da perfídia de Paulo Portas brincando com o povo com uma demissão à medida do seu ego, da negociata Passos Coelho-Paulo Portas, decide intervir com um atraso de dois anos, em sentença tipo salomónico, confusa e contraproducente. Juntou mais lenha à fogueira,   visando o Partido Socialista e criando ainda mais instabilidade e incerteza no povo português, defendendo-se a si próprio de acusações pertinentes.  Esqueceu que o governo PSD/CDS foi por ele apadrinhado, permitiu humilhações sucessivas ao PS e não previu o que iria ser fatal: deixar o PS em roda livre durante dois anos, à margem do memorando. Surgiram avaliações e o PR acordou na 7ª avaliação e na carta de demissão do virtual PM - Vitor Gaspar. Veio, com dois anos de atraso, forçar um entendimento, após um divórcio de ideias há muito consumado e, sobretudo, a alijar a responsabilidade do falhanço da política Passos Coelho-Victor Gaspar e da responsabilidade do previsível segundo resgate, em perspectiva acentuada pela crise intestina Passos Coelho-Portas. 

Quando um PR fala de " compromisso de salvação nacional", e ignora 20% dos portugueses, só pode tomar-se como brincadeira de mau gosto. Percebe-se a intenção de necessidade de mostrar serviço como PR, de atingir o Partido Socialista, de alijar culpas próprias para a falta de acordo entre os partidos do arco do poder, da fuga constante da sua responsabilidade como fautor de estabilidade política, com vista a um imperativo nacional: Livrar-nos da troika na data acertada (2014), controlo efectivo da dívida e do défice. O PR, ao apadrinhar o governo ineficaz PSD/CDS é co-responsável pela austeridade excessiva com os números dramáticos do desemprego (18%), da destruição da economia, com o défice a 10% (1º.T/2013) e o aumento da dívida para um nível assustador (127% PIB). A cobertura declarada a um PM, do seu partido, incompetente e destruidor do sonho de um país, esbanjador dos sacrifícios de muitos portugueses, submisso perante os fortes do mundo financeiro e dos credores, e carrasco dos desempregados, dos reformados   e, de modo generalizado, do empobrecimento de grande parte da população portuguesa arrasta a figura do PR para o lamaçal político actual. 
 Pode divagar o PR nos seus considerandos, não procure fazer esquecer a implosão governativa, revelada com cristalina pureza na palhaçada dos últimos dias, com a espoleta activada pela demissão complexa de Paulo Portas, de que certamente terá tido conhecimento. Qualquer português consciente sabe, de antemão, que há um Orçamento de Estado 2014, e a austeridade excessiva se sucederá austeridade gigantesca. Explique ou faça explicar ao PM do corte adicional de 4 mil milhões de euros!  A governação falhada, de acordo com V.Gaspar, leva o PM  a escrever cartas à Troika para reparar os erros governamentais.Os mercados e a troika (credores) não perdoam, e o PR assiste ao espectáculo, impávido e sereno. A música de fundo do crescimento e  diminuição do desemprego  anestesia, mas não altera a realidade. A conversa mole da solidez do governo recauchutado, do diálogo que sempre enjeitou, etc ... não convence nem sequer os passarinhos. O PSD reage com coligação coesa e sólida! Poupem os portugueses! Onde estão os homens responsáveis e sérios dessa área partidária?

O povo português tem cumprido, com exemplar estoicismo, uma crise que,em grande parte, não lhe pode ser assacada e chegará o dia em que terá que dizer basta a um PM, inqualificável! O zigue-zaguear do PR conduziu a um beco sem saída e, infelizmente, nada de bom se perspectiva. O povo está cercado, pelos impostos e pela classe política. As eleições também nada resolvem. Fala ao país, com uma mão cheia de nada, de modo redundante e inconsequente. O roteiro da Grécia está traçado pela mão de um jotinha PSD, sem passado nem futuro. Sócrates, que não o filósofo, tem muitas responsabilidades no cartório, mas as suas responsabilidades hão-de derivar do modelo matemático dos swaps, assinado por gestores e a quem a responsabilidade deve ser exigida. Que responsabilidade têm os funcionários públicos, pensionistas e reformados da incompetência destes gestores swap, de gravatas finas e shampos sofisticados? A ministra das Finanças, a do mente não mentindo, ou da variante, não mentindo mente, deveria ter apresentado como sua legitima defesa os cálculos dos contratos por ela assinados e as cláusulas do respectivo contrato (Quem as conhece?) e demonstrar que havia: lucro, prejuízo, ou montantes irrelevantes  para as empresas envolvidas. Por acaso não assinou contratos? Então qual o espanto? A reprodução das contas, por centenas de cidadãos capazes de as reproduzir, dar-lhe iam o aval e crédito necessário a um Ministro das Finanças. Os media, que têm outras vias e meios para arranjar cópias dos contratos assinados, debita alegremente prosa e conversas infindáveis sobre o tema, mas expor esses contratos nas TV ou na imprensa escrita isso não fazem.  Tudo isto se transformou num big brother. Por isso, os políticos andam em roda livre e o simples parecer político, laudatório e submisso, lhes basta. E a atribuição de responsabilidades vagueia, erraticamente,  por aí.

Os cidadãos entenderam a austeridade, aceitaram-na tacitamente e, na esperança de superação da crise, submeteram-se a ela. O PM mentiu, desde a imbecil frase de "os portugueses viveram acima das suas posses " com vista à espoliação salarial, ao roubo das pensões de reforma, ao ataque da ordem constitucional instituída. O PM não defende o povo português, é um gélido ignorante dos perigos reais da globalização e do seu escondido motor : o domínio do mundo financeiro sobre as nações.

Grécia e Portugal - Que destino?
É um seguidor canhestro e inculto da teoria neoliberal, como se pode sempre esperar de um jotinha colador de cartazes.  Com semelhante piloto ao leme, o rumo está infernalmente traçado. O cenário é dantesco. Depois de conduzir ao abismo actual, baseado numa má solução dum problema real criado por outros e que culminou no memorando, vem agora falar em virar de página para a economia e emprego. Balelas da treta.
Fernando Torquaz deixa aqui, o roteiro da pauta grega, leia-se em grego (πορτuγuεσα). O povo português deve proceder à tradução da versão portuguesa e  desconfiar dos vários jotas que por aí circulam. Qual o significado do selo de garantia de Passos Coelho? O "PM" garante ! Garante o quê?  O PR tem garantia absoluta do PM? Garantia de quê? É o circo na sua plenitude!
Esperemos pela confirmação do desastre das avaliações seguintes, a começar pela 8ª, e a prova de fogo do OE_2014.
Que alternativa real oferece um PS, liderado por um outro jota sem vivência e tarimba fora do partido? É que os portugueses começam a exigir conteúdo. Não ignorem, porém, os jotas do PSD o descalabro a que sujeitam o país e a responsabilidade que é da sua própria governação. Não há mais contemplações. A fuga fácil para a culpa de outros e a aniquilação dos reformados, como contrapartida aos dançadores de swaps não colhe.
Fernando Torquaz deseja ardentemente que esta prosa possa estar errada do principio ao fim. Seria, certamente a dissipação da escuridão que nos tolhe a alma portuguesa  e a recuperação ténue da visão, clara, independente e soberana. Teme que seja uma miragem, pelo percurso seguido. Por este andar, um segundo resgate está na calha, consequência directa da incompetente parceria do trio austero  PC-PP-CS. Adivinhe os vértices do triângulo político. A geografia não mente e o domínio espacial do descalabro é Portugal. Fernando Torquaz, por natureza avesso a crendices, bruxarias, aparições divinas ou destinos fatais, olha simplesmente para o roteiro grego (V.Figura acima). A prosa já vai longa, remetendo-se o leitor que domina o inglês para o texto original. Ao de leve, deixa-se aqui as consequências imediatas da saída do euro, traduzidas em português: "Tormenta nos ditos mercados; perdas  gigantescas do BCE; implosão política na Alemanha pela recusa alemã  de novos financiamentos a Espanha e Itália; recessão europeia pela incerteza do euro;  créditos perdidos emprestados à Grécia; destruição da Grécia (descida do nível de vida próxima de 80%); colapso da indústria hoteleira grega ; o comércio destruído; a depreciação brutal da da nova moeda (dracma) ; as facturas a pagar, ainda em euro, levariam o povo grego ao colapso social e a turbulência generalizada. A tradução para português é óbvia.


Conclusão: Fernando Torquaz , cidadão comum, distante da posição extremista do não pagámos e da balela do mirífico crescimento económico, vem seguindo esta política suicidária da austeridade excessiva (além da troika!) levada a cabo pela coligação PSD/CDS, que conduziu aos resultados óbvios da destruição maciça do tecido económico, da desagregação social, do agravamento fiscal, do descalabro financeiro em termos de défice e da dívida. A renegociação do défice e da dívida é a única saída, dificilima por certo. Se a Alemanha não acordar e a Europa brincar com o fogo, talvez reste apenas escolher o campo de batalha. Por experiência própria, a Alemanha nos seus constantes devaneios imperiais, forçou à escolha entre dois socialismos: o socialismo nazi alemão e derivados  e o socialismo comunista. E, após a humilhação da segunda grande derrota militar, recorreu à renegociação da dívida de guerra e certamente compreenderá o estado de alma de um povo atingido na sua honra e dignidade. A  dignidade da componente honesta do povo alemão nunca deverá ser esquecida.  Apesar de tudo, a Alemanha tem mantido um comportamento digno com Portugal, embora distante do lendário Willy Brandt. As promessas de uma Europa, progressiva e tolerante, arrastou Portugal para o euro, nunca tendo sido o povo consultado para tal. Lacunas democráticas.

Um PM de um Governo que aldraba uma vez, duas vezes, ...,  aldraba por indução! Moções de confiança?!  Comédia hilariante! União nacional? Sonhos maus?
Figura de estilo

Para os amantes de fotografia digital, fica para análise esta figura, de matriz salazarenta e a que o N. Crato deverá prestar atenção com operações baseadas na Álgebra matricial.  

O triângulo, de vértices em  Coelho-Portas-Silva, é um novo triângulo das Bermudas.

Antes de terminar e por se tratar de período estival, deixo aqui a alegria de viver do povo grego, representado pelo actor Anthony Quinn, (filme: Zorba o Grego), com música de Mikis Theodorakis, homem de causas. Na versão portuguesa da D. Pontes, aqui fica uma versão do Povo que lavas no rio. Este povo nunca viveu acima das suas posses, emigrou, enviou as suas remessas para os bancos, deu-lhes lucro, não especulou e resistiu a vida dura. Nem praticou swing, ou vendeu swaps. Pagou muitas auto-estradas transmontanas e, ironica mas objectivamente, ainda tem muito a reclamar: desenvolvimento, saúde e ensino. Só um  manta rota, sem vivência, não percebe. Boas férias e para aqueles que não conseguem atingir a dita cuja  praia, porque não ficar pela Comporta, na casa da tia rica Espírito Santo e brincar aos pobrezinhos?  

Grécia e Portugal, que destino?

A esperança de um povo de passado glorioso não pode deixar morrer o futuro por causa de um presente incerto, povoado de gnomos e figurantes menores. Ou a Europa das Catedrais e a tia rica (pelo trabalho e dignidade) Merkel transformam o espaço europeu numa Europa unida e solidária, ou o Mare nostrum acabará por desenhar um novo mapa europeu, porventura repetindo os sons estridentes do Canhão de Navarone.