quinta-feira, 25 de abril de 2024

 25 de Abril sempre!

Mas ainda muito falta cumprir!

O rio Angueira é testemunha do abandono dos mandantes!

Pergunto ao vento que passaNotícias do meu paísE o vento cala a desgraçaO vento nada me diz.O vento nada me diz.
La-ra-lai-lai-lai-la, la-ra-lai-lai-lai-la,La-ra-lai-lai-lai-la, la-ra-lai-lai-lai-la.La-ra-lai-lai-lai-la, la-ra-lai-lai-lai-la,La-ra-lai-lai-lai-la, la-ra-lai-lai-lai-la.
Pergunto aos rios que levamTanto sonho à flor das águasE os rios não me sossegamLevam sonhos deixam mágoas.
Levam sonhos deixam mágoasAi rios do meu paísMinha pátria à flor das águasPara onde vais? Ninguém diz.
Se o verde trevo desfolhasPede notícias e dizAo trevo de quatro folhasQue morro por meu país.
Pergunto à gente que passaPor que vai de olhos no chão.Silêncio -- é tudo o que temQuem vive na servidão.
Vi florir os verdes ramosDireitos e ao céu voltados.E a quem gosta de ter amosVi sempre os ombros curvados.
E o vento não me diz nadaNinguém diz nada de novo.Vi minha pátria pregadaNos braços em cruz do povo.
Vi minha pátria na margemDos rios que vão pró marComo quem ama a viagemMas tem sempre de ficar.
Vi navios a partir(Minha pátria à flor das águas)Vi minha pátria florir(Verdes folhas verdes mágoas).
Há quem te queira ignoradaE fale pátria em teu nome.Eu vi-te crucificadaNos braços negros da fome.
E o vento não me diz nadaSó o silêncio persiste.Vi minha pátria paradaà Beira de um rio triste.
Ninguém diz nada de novoSe notícias vou pedindoNas mãos vazias do povoVi minha pátria florindo.
E a noite cresce por dentroDos homens do meu país.Peço notícias ao ventoE o vento nada me diz.
Quatro folhas tem o trevoLiberdade quatro sílabas.Não sabem ler é verdadeAqueles pra quem eu escrevo.
Mas há sempre uma candeiaDentro da própria desgraçaHá sempre alguém que semeiaCanções no vento que passa.

Mesmo na noite mais tristeEm tempo de servidãoHá sempre alguém que resisteHá sempre alguém que diz não.

(Adriano Correia de Oliveira)

Músicas de ZECA AFONSO
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https://www.youtube.com/watch?v=3yPvNdKjwhI

domingo, 3 de março de 2024

ELEIÇÕES_2024 - Hora da verdade!

 ELEIÇÕES_2024 - Por encomenda dos artistas: PR e PGR

Como se chegou até aqui! 

Brincando à política, em modo maquiavélico, e conduzindo ao pelourinho um P.M. acossado!

A factura destas eleições, qualquer que venha a ser o seu resultado, vai ser endereçada ao povo português. O homem das selfies, o pregador de TV, o esquivo guerreiro do serviço militar nas colónias, o manipulador da receita vichyssoise, o picareta falante das TV, o Prof. (respeitado segundo consta),  o acompanhante de luxo, com chapéu condizente, em férias paradisíacas com o amigo DDT (Dono disto tudo),  o admirado e bajulado MRS ia fantasiando, engrossando o seu ego, em suma! 

    Julgando e opinando, e intuindo que afugentar o diabo (P. Coelho) durante um certo tempo da cruz da governação seria a melhor solução para se livrar da tralha cavaquista, alia-se ao amigo e seu estudante A. Costa, político de profissão. Conúbio estranho, já que escorpiões são animais estranhos. Em suma : uma das pérolas democráticas M.R.S.  intuiu que, após os direitolas da Troika não conseguirem formar governo, lhe estava reservado o papel de salvador da Pátria, o papel de grã-vizir (1ºMinistro). Enquanto as selfies e as beijocas duraram, tudo bem, quando a dura realidade dos acontecimentos impôs as suas regras, não houve alquimia possível. Nem os originais alquimistas  (via Constituição) lhe permitiriam transformar um PR em 1º. Ministro. 

    Começam a surgir as ameaças de dissolução da Assembleia da República. O 1º.Ministro A. Costa fez-lhe a vontade, já que o PR assim o decidiu, apoiando-se obviamente na velha tralha cavaquista, na imprensa e media dum qualquer Pinto Balsemão, nas TVI ou outra qualquer que se pusesse a jeito. Perante o vazio do iluminado MRS na TV, sucede-lhe o amigalhaço Marques Mendes, que do alto do palanque TV visiona ou visionou a Presidência da República. Mas povos antigos apresentam muitos e velhos becos nas suas cidades, difíceis de atravessar sem punição. Virou comentador do lixo jornalístico e jornaleiro que por aí prospera, usando a mentira como arma de arremesso. Fundamentações para quê. Os domesticados, domesticados estão. Tragédia recente dum povo antigo. Vamos, agora, aos factos. 

    É reconhecido que o país enfrentou problemas de saúde gravosos para o cidadão (Covid), enfrentamento económico de problemas derivados de guerras alheias, a dívida pública à perna - os credores a exigir o seu e todos os problemas e questões associados ao ensino e à saúde. Para qualquer cidadão normal - como Fernando Torquaz se considera a si próprio - a austeridade não foi invenção recente nem depende, em exclusivo, dos políticos. Fernando Torquaz, praticou-a e experimentou-a muito antes da troika cá chegar. Sem pensamento de economia elaborada, manda o bom senso não gastar mais do que Fernando Torquaz pode assumir. Teorias económicas há muitas, todas elas dispensáveis para um chefe de família prudente. Porém, o aproveitamento político da desgraça dos envolvidos em dívidas serve de pasto para a conquista do voto, em eleições.

    Em texto anterior (de Paz Paixão) desenvolveu-se o tema de como a dívida pública chegou ao cidadão, sem este ter alguma responsabilidade da crise de 2008, com a queda do Lehman Brothers e do efeito dominó que atingiu Portugal, Grécia e Irlanda de forma virulenta, e a outros países que conseguiram esquivar-se por considerados grandes países. 

Ao pequeno país nada se perdoa, ao país grande tudo se resolve nos gabinetes e centros de decisão. França e Espanha que o digam. Passos Coelho, um indivíduo pretensioso, ignorante primário, estudante falhado, de cabeça grande (borné) mas oca de ideias, apoiado por um relvas aldrabão e um professor de retaguarda (já falecido) que lhe indicava os passos liberais.
   
 Então, os dados estão agora  lançados. Já todos conhecem este Passos, néscio político primário. Porém, capaz de perturbar todo o sistema democrático apoiado em seguidores afins e no seu filhote Ventura, com os seus atrelados venturinhas . Vêm o princípio e o fim de toda a história recente portuguesa do sufoco financeiro  na personagem política Sócrates, de corrupto rotulado-para fins óbvios. Dado de barato que alguns milhões andem perdidos por aí, qual a factura paga pelo povo português para solucionar o BPN da tralha cavaquista? É só fazer as contas, parafraseando Guterres! 
  
Dado que os actores são os mesmos da velha tralha cavaquista, a mesma argumentação se aplica (com pequenas modificações sempre necessárias) aos novos mendigos petulantes.

TralhaCavaquista_2ªlinha

    Toda esta questão já foi discutida em detalhe há muito tempo, pelo que perder tempo com o imbecil Coelhinho, é alimentar pardais com chocolate. O trio invertido continua na mesma: são filhotes uns dos outros em termos políticos. Nulidades Montenegrinas do retrato: 
Trio invertido
    Remete-se o leitor para tempos idos, já que a AD, recauchutada é a mesma. AD sinónimo de bagunça, dizem alguns jovens. 
Cacofonia, dizem alguns jovens.

Com certo pendor para a simplificação:

AD=soma de (PSD)+CDS(nado morto)+Cantadores de fado d ´ antanho.

AD: sigla pode significar

1. Aliança Democrática
ou
2. Assembleia de Deus (Religião)

[ Excluida a religião do assunto, como é de bom tom! ], resta a 1ª, a dita Aliança Democrática. Como a parcela CDS é praticamente nula e a dos Cantadores de Fado-idem aspas ,aspas, então só resta o PSD. Até na sigla mentem e pode e deve ser interpretada como símbolo de cobardia. Recusam a sua identidade! Estas contas já foram feitas no passado. Para o borné, de cabeça graúda, basta.

Para quem quiser seguir este roteiro do filme que aí vem,siga
 O calendário abaixo, na parte  direita de
"http://angueira-2.blogspot.com"  permitir-lhe-à viajar no tempo volta para trás (se não gostar, paciência). 

Os mais directamente relacionados com a situação actual estão localizados no ano 2011,2012 e 2013. É conveniente, para uma visão integral, ler todo o texto, que pode ser relativamente extenso.
O leitor pode, se assim o entender, navegar pelo calendário indicado. No dia 10 de Março, os números são importantes, escolher a data do 25 de Abril é incompatível com o antes 24 de Abril. A juventude actual não sente o peso da falta de liberdade e a citadina goza das tecnologias dos telemóveis de última geração. O canto da sereia da AD e afins pode ser-lhes fatal. Uma passagem pela situação de "Las Hurdes", episódio gravado em Espanha (1933) por L. Bunuel, mostra-lhe-à que a vida não se resume a fantasias efémeras em terras sem pão. Há,  com certeza prévia garantida, consequências nefastas de voto errado. Não haverá mais livros de reclamações.

sábado, 17 de fevereiro de 2024

 Reflexão sobre as voltas e  curvas da vida!

Terreiro do Paço -  25 Abril 1974

Texto da carta da filha do Cap. Salgueira Maia, dirigida ao seu pai ausente e publicada no seu site do facebook. (Assina como Catarina-Mau feitio, apenas isso. A verdade simples dos factos acima dos venturinhas e dos falsários patriotas, que nunca o foram nem alguma vez serão!

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Catarina Salgueiro Maia

Querido Pai,
Hoje envio-te esta foto que representa tanto o Ser Humano que és! Com medos mas com uma coragem maior ainda! Sabias que naquele dia tinhas uma missão e cumpriste-a da melhor maneira: de corpo e alma! Sabias que dependia de vocês o futuro de Portugal!
Escrevo-te ao som de Grândola! Escrevo-te de coração apertado! Escrevo-te a tremer!
Lutaste por nós, pelo teu País! Lutaste por tudo aquilo em que acreditavas! Lutaste para que todos pudessem sonhar! Lutaste para que esses mesmos sonhos se realizassem! Lutaste pela memória daqueles que nunca regressaram e por aqueles que iriam partir em breve!
E quando tudo terminou voltaste a casa sem pretensões! Voltaste a ser o marido, o filho, o amigo, o colega... Voltaste a vestir a farda com o mesmo orgulho com que sempre a envergaste! Mesmo quando te sentiste "castigado" sentado numa secretária nos Açores!
Hoje celebramos o que tu, o Carlos Matos Gomes, o Garcia Correia, o Vasco Lourenço e tantos outros conquistaram por nós! Hoje celebramos não só a Liberdade mas também o Amor! Hoje celebramos a vida e a luta! Hoje celebramos os sonhos!
Mas não deixaremos de lutar! Lutaremos todos os dias por todo o mundo! Lutaremos pela igualdade de direitos, lutaremos por respeito, lutaremos por dignidade! Lutaremos por manter vivo o espírito de Abril!
Hoje não sairemos a rua mas cantaremos em plenos pulmões! Hoje não haverá abraços físicos mas abraçarei com o coração! Hoje não terei cravos mas eles vivem em mim! Hoje gritarei "25 DE ABRIL SEMPRE" à janela para que a vossa luta não seja esquecida! Hoje ouvirei Grândola Vila morena vezes sem conta e chorarei porque é o símbolo da vossa Vitória e da tua partida! Hoje, mais que nunca, dou valor à liberdade com que vocês, meus Heróis, tanto lutaram!
Obrigada, Pai!! Obrigada por nunca desistires do teu País mesmo quando o teu País "desistiu" de si próprio!
Obrigada a todos os que naquela madrugada saíram e não cruzaram os braços!
Com Amor,
Catarina Mau-feitio

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domingo, 31 de dezembro de 2023

 Tempos de reflexão

A Fábula da Rã e do Escorpião por Eduardo Paz Ferreira

Como entender as crises da dívida soberana!

A Fábula da Rã e do Escorpião por Eduardo Paz Ferreira - Presidente do Instituto Europeu e do IDEFF.  As minhas primeiras palavras são, naturalmente, para agradecer aos nossos convidados, que se dispuseram generosamente a uma viagem que sobrecarrega, ainda mais, agendas já muito preenchidas, para aqui estarem connosco hoje, discutindo um problema de importância fundamental para o nosso país, bem como para a União Europeia no seu conjunto. Ao Instituto de Gestão da Tesouraria e do Crédito Público, na pessoa do Dr. Alberto Soares, expresso a minha gratidão pessoal e institucional pela disponibilidade para reflectir sobre a dívida pública em conjunto com o IDEFF, bem como a parceria celebrada em torno da leccionação de uma pós graduação nesta área específica, o que suponho que acontece pela primeira vez entre nós. O meu profundo reconhecimento vai, ainda, para a equipa reitoral, que cedeu o espaço para a realização desta conferência, expressando mais uma vez a sua confiança no Instituto Europeu e no Instituto de Direito Económico, Financeiro e Fiscal e o seu empenho na abertura da Universidade à sociedade civil, tão exuberantemente demonstrada nas comemorações do centenário da Universidade. Permitam-me, também, uma palavra para todos os participantes que compõem uma plateia de excelência que nos motiva e responsabiliza para continuar com o esforço que vimos desenvolvendo, em coerência com aquilo que entendemos ser o nosso dever cívico e a nossa contribuição para ajudar a ultrapassar as dificuldades do quotidiano. O debate plural e informado é uma primeira condição para mobilizar a sociedade para a busca de uma vida melhor, recusando as concepções que tentam reduzir as escolhas fundamentais de uma comunidade a meros problemas técnicos, ignorando a dimensão política e social. A discussão das questões da dívida pública em Portugal remete-nos para a nossa história e para alguns dos seus episódios mais traumáticos. Muito do actual debate tem um ar de já visto para quem olha para a história económica portuguesa. O próprio acordo da assistência financeira à República Portuguesa traz-nos à memória imediata a concordata com os credores estrangeiros do início do século XX, durante tantos anos apontada como um exemplo de humilhação nacional e sujeição ao exterior. Só que, através da concordata, como afirmou Armindo Monteiro, “conseguiu-se afastar o controlo estrangeiro, mas foi impossível evitar a consignação dos rendimentos aduaneiros. Eram o penhor do nosso futuro bom-senso” enquanto que, nos nossos dias, mesmo sem consignação de rendimentos aduaneiros que, de resto, já não nos pertencem, é impossível ignorar o controlo estrangeiro. De resto, não é difícil encontrar em tantos dos nossos opinion makers o mesmo zelo no combate à dívida e à despesa que animou nos anos vinte do século passado Salazar e Armindo Monteiro – os dois candidatos à regeneração financeira, numa luta que o primeiro, como tragicamente sabemos, viria a ganhar. A todos anima a mesma angústia em torno do endividamento do Estado e da realidade subjacente de aumento da intervenção pública. Como muitos nesta sala saberão, Armindo Monteiro foi o primeiro doutor da republicana Faculdade de Direito de Lisboa, oriundo da própria escola e que se juntaria aos mestres que tinham transitado de Coimbra. Por isso, permitam-me que lhe dê, de novo, voz, ao referir-se de forma bem impressiva ao défice público: “A história do défice é história das finanças portuguesas. Tem na atormentada vida nacional o papel de Cérbero – o cão das três cabeças que guarda as portas do Inferno. Nasceu cedo o défice. Chamavam-lhe alcance na linguagem velha, mas quer com um termo quer com o outro quis-se sempre indicar miséria igual. Corram-se os documentos, examinem-se as contas, consultem-se relatórios, ande-se para trás no tempo, penetre-se no segredo dos arquivos, peçam-se informações às memórias, às cartas. Aos escritos de qualquer época – e de todos eles subirá até nós a mesma lástima, a mesma queixa, a mesma angustia”. Em Portugal, o problema do défice praticamente só conheceu resposta em regime ditatorial. O desafio que temos, hoje, perante nós é o de conseguir uma resposta em democracia. O peso da ditadura foi demasiado grande, quer no plano político, quer no económico, deixando-nos um país pobre, ignorante, isolado do mundo e a braços com uma irresolúvel e imoral guerra colonial. Reparo que me deixei embalar, directamente ou por interposta citação, por um discurso, de tons apocalípticos, em torno das questões morais, éticas e políticas, como sucede quase sempre que se discute a dívida pública. E esse é o tom que acompanha a dívida desde os mais remotos tempos. Olhamos a Idade Média e vemos os empréstimos contraídos pelos monarcas, quase sempre sob forma disfarçada, uma vez que a condenação canónica da usura atingia, também, esta modalidade de crédito. Vemos, ao mesmo tempo, a actividade do financeiro perseguida e tendencialmente confinada aos judeus, sendo os usurários ameaçados com a excomunhão e as penas do inferno por venderem um bem – o tempo – que só a Deus pertence. No Deuterónimo estava expresso o comando “ não exigirás do teu irmão juro nenhum nem por dinheiro, nem por víveres, nem por qualquer outra coisa que se preste ao pagamento de juros”. Os pregadores medievais tornaram o tema central nos seus sermões, com o usurário inevitavelmente destinado ao Inferno. Alguns, in extremis, tentavam a salvação com a entrega a obras pias dos lucros acumulados. Naturalmente não temos informação quanto ao sucesso de tais iniciativas. Jacques Le Goff, o grande historiador francês, faz o levantamento delicioso destas peças e das penas do Inferno que inevitavelmente aguardavam os usurários no imaginário difundido. No mesmo Le Goff iremos encontrar a descrição das justificações com que a doutrina católica procurará corresponder às crescentes necessidades de aceitar uma prática que na realidade se difundia e seria fundamental para o aparecimento do Estado moderno. Muito mais tarde, uma das famosas frases de Benjamin Franklin – time is money – enterraria quaisquer dúvidas e sintetizaria de modo exemplar a nova ética do capitalismo. Neste lento processo, irá emergir a figura dos financeiros, expressão que normalmente designa uma classe de pessoas intimamente ligadas aos dinheiros públicos quer quando exercem funções públicas, quer quando actuam como prestamistas do Estado. Da mesma forma, os Estados vão aperfeiçoando a disciplina jurídica do endividamento bem como os mecanismos de gestão da dívida pública. A Inglaterra fá-lo da forma mais eficaz e, na opinião dos historiadores económicos, este vai ser um factor determinante para a sua superioridade militar. A revolução financeira antecederá a revolução industrial e criará as condições necessárias à sua eclosão. 


Os excessos do recurso ao crédito das formas de Estado moderno e absolutista irão determinar, no entanto, o aparecimento de uma nova onda de condenação ética e também económica. Os grandes economistas liberais, com Adam Smith à cabeça, enumeraram os males da dívida: o aumento da despesa pública improdutiva em detrimento da privada; a subida dos preços; a dependência do estrangeiro, a opressão dos mais pobres com o pagamento de juros; a facilidade de lançamento ou manutenção de guerras; a ilusão financeira quanto ao preço do Estado; a criação de uma classe inactiva de prestamistas e a transferência do ónus para as gerações futuras. Seria, naturalmente, ambição excessiva tentar aqui seguir toda a evolução posterior do pensamento económico e, designadamente, a reabilitação keynesiana da dívida pública, seguida do contra-ataque monetarista e da public choice (escolha pública), com esta última escola a repor, pela voz de James Buchanan, o debate moral sobre a dívida. Arranca daqui a tentativa da escola do constitucionalismo económico de impor limites ao endividamento nas próprias constituições. A revolução económica conservadora transmite-se à acção política e, como bem sabemos, o moralismo da chanceler alemã recebe estas posições de braços abertos. É curioso verificar que a condenação ou, pelo menos, a preocupação em torno do endividamento público historicamente prevaleceu e se estendeu por períodos muito mais longos do que aqueles em que foi aceite ou desejado como um instrumento financeiro normal e que, no entanto, o endividamento não parou de crescer. Resultado das crescentes pressões sobre o Estado e da impossibilidade deste encontrar receitas tributarias suficientes? Fruto de uma estratégia deliberada de ilusão financeira? Ou, mais simplesmente, resultado da verificação de que se trata de uma receita adequada a estabelecer formas de justiça intergeracional - contrariamente ao labéu que lhe foi criado - transferindo para o futuro encargos, mas também bens públicos, de que beneficiarão igualmente as gerações vindouras, ou até garantindo níveis de educação e proteção social que só podem ter efeitos positivos no progresso das sociedades cooperativas que todos defendemos? Da má fama não escapam, no entanto, nem a dívida nem os financeiros. Importa, então, que o Estado a saiba usar virtuosamente e que os financeiros aceitem regras adequadas e que os afastem das penas do inferno, antevistas pelos canonistas. Quanto à dívida pública, creio que é de recusar a introdução de limites rígidos, que podem dizer tão pouco sobre a capacidade de um Estado para solver os seus compromissos. Há, no entanto, que caminhar no sentido do aperfeiçoamento dos mecanismos de controlo da dívida, conjugando os tradicionais princípios constitucionais, herdados do liberalismo, com técnicas de planeamento financeiro efectivo e susceptíveis de garantir uma manobra financeira de conjunto que maximize as possibilidades de actuação. A transparência e profissionalização da gestão da dívida são requisitos fundamentais nesse caminho e creio que a legislação portuguesa, em cuja preparação tive o privilégio de colaborar, criou um quadro que o IGCP potenciou de forma diligente e empenhada. Não acompanharia, completamente, quantos vêem na total monetarização da dívida pública, concentrada nos bancos centrais, a panaceia para todas as dificuldades, mas creio profundamente que a experiência mostrou que se não pode deixar a fixação das condições da dívida nas mãos de mercados, em que movimentos de prudência lógica se misturam com pânicos irracionais, informações distorcidas e especulação impiedosa.


  A garantia de que o Estado teria sempre um credor de última instância funcionaria, em minha opinião, quer no sentido de dissuadir os movimentos especulativos, quer de tranquilizar os prestamistas legitimamente preocupados. Veja-se, de resto, como o, ainda assim, discreto reforço da actuação do BCE nos mercados secundários tem produzido bem melhores resultados do que as sucessivas cimeiras europeias. A profunda crise da dívida soberana europeia tem alimentado, um sentimento de repulsa popular pelos financeiros, devidamente explorado pelos movimentos populistas, que vão de encontro à revolta de quantos vêem uma parcela cada vez mais significativa dos seus impostos, encaminhada para o pagamentos da dívida e o Estado a apoiar significativamente o sistema financeiro e, menos evidentemente, a actividade económica. Noutra encarnação – antes da eleição – Barack Obama deu voz a este queixume. Washington protegia Wall Street mas desinteressava-se da main street. A imagem do usurário medieval retoma - e retomará cada vez mais - um papel de relevo no imaginário popular, sendo de temer que, em tempos em que as penas do Inferno tendem a ser desvalorizadas, cresça um movimento para antecipar o castigo para a vida terrena. Será, todavia, que este anátema dos credores do Estado se justifica? Quem empresta, de facto, dinheiro ao Estado? Quem dele beneficia e quem dele se serve? Estas são questões que estão longe de ter resposta simples e que exigem sempre análises cuidadas. A primeira verificação – que nem por ser uma banalidade deve ser esquecida – é a de que um Estado sem acesso aos mercados de crédito estará numa situação dramática. A segunda tem a ver com o facto de entre os credores do Estado se encontrarem entidades de muito diversa natureza. Tratados nos últimos anos com grande desinteresse e altivez pelo Estado Português, há que recordar, em primeiro lugar, os detentores de pequenas poupanças que prolongam uma tradição forte de procurar a segurança da dívida pública. São, ainda, em última instância, as pequenas poupanças que alimentam fundos de pensões e de investimento, nacionais e estrangeiros, a ser canalizadas para a divida pública, dentro de uma nebulosa que envolve entidades bem menos respeitáveis como os edge funds, cujo contributo para a crise financeira de 2007-2008 foi decisivo. A crise da dívida soberana não pode ser, de resto compreendida sem recordar a sua origem financeira e o modo como os Estados foram empurrados para o apoio ao conjunto do sistema financeiro, a fim de salvar as economias, bem como o esforço que aos bancos é pedido para manter o mercado da dívida pública. E estamos, agora, em presença dos grandes actores que contracenam no palco da dívida soberana – e que, não nos esqueçamos, têm direito, como qualquer actor desejaria, a um palco de dimensão mundial. Estados e bancos aparecem unidos num intenso abraço. Resta esperar que a racionalidade dos dois lados, mantendo a percepção da diversidade de alguns interesses, evite cair na tentação do escorpião a atravessar o rio no dorso da rã. É que, nesse caso, as vítimas seriam muito mais e, sobretudo, seríamos todos nós.

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Termino o ano_2023 com a fábula do Escorpião e da Rã. A crise financeira de 2008 ( colapso do Lehman Brothers) arrastou a crise para alguns países europeus (Irlanda, Grécia, Portugal e outros, esquivos, mas mais poderosos). Como sempre, os fracos ou debilitados são os primeiros a pagar a factura da dívida. O sector bancário português e os seus desmandos, alguns ligados à tralha cavaquista, transformaram as dívidas acumuladas na banca, em dívida soberana. Assim, qualquer cidadão sem dívidas pessoais, passou a ser devedor como elemento desse pacote da dívida soberana. A realidade da dívida foi aproveitada pelo ignorante e imbecil Passos Coelho e pela Comunicação Social deste reino da porcalhota, onde vegetam energúmenos da pior espécie e defensores das teorias liberalóides do acéfalo P. Coelho do ir além da troika. Será inglória a nova tentativa de muitos simpatizantes ou seguidores do PSD de fazer um "reset (levar o ponteiro a zero)" da estupidez do governação PSD-CDS em tempos de troika, já que se há uma componente socialista na tragédia da troika, não é menos verdade que houve um aproveitamento manifesto do acéfalo P.C. ,seus mentores e grande parte do laranjal, para alcançar os seus objectivos: privatização total dos pertences do estado (Tap, privatizada em tempo final do delírio, gestão do aeroporto, CTT empresa rentável, EDP transformada em empresa rentista, ...). Os portugueses não esquecem o ataque às suas reformas, nem o incumprimento das promessas feitas.

 A tão prometida chegada do diabo, não se cumpriu até hoje. Então o que dói a tantos  desapontados do PSD(e na sua maioria gente decente)? Em primeiro lugar a falta de liderança do partido PSD (agora na terceira linha passista, Montenegro de seu nome) e a criação do vírus Chega, criado pelo P.C., e que lhe retira votos das urnas. A retórica vigente no PSD é a instalação do ódio ao partido socialista e a António Costa, seu líder.

La Palisse diria que António Costa não é propriamente um santo nem um diabo. Aqui o que dói, é que PC e seus seguidores não admitem que a geringonça e o PS que se lhe seguiu lhe infligiram uma derrota política em toda a linha. Por metodologia diferente alcançou-se uma elevada diminuição da dívida (de cerca de 130 a 100%) do PIB. E o reconhecimento da "Standard & Poor´s da classificação da dívida como positiva". Casos, casinhos invocados pelo laranjal e não só, não passam afinal de casos e casinhos. Segundo padrões limitados e pessoais, graves e discutíveis decerto.

É tempo do PS tomar em mãos, com coragem, a resolução dos problemas do SNS e a problemática Educação, entre outros, para todos os portugueses. E é de carácter imperativo a sua resolução.

O panorama político português é complexo. Quando se requeria e exigia, em tempo de crise, serenidade presidencial, foi desencadeada uma crise desnecessária. Aguarde-se pelo resultado e, espera-se, que o PR seja em consciência forçado a confessionário. Voltar - se -à em 2024, ano que promete ser agitado. Bom Ano para todos !.





domingo, 24 de dezembro de 2023

 

Bom Natal e Ano Novo 2024, numa Palestina humanista.

Menino Jesus e a Virgem Maria

[Sandro Botticelli: Bardi-Altar, 1484]

Mensagem de Paz, ternura e amor


terça-feira, 5 de dezembro de 2023

O TRAQUINAS em versão maquiavélica

 A gerra do Manjerico e Manjerona  Desfecho anunciado !


O rapazola do Traquinas não desiste. A sua passagem como super iluminado sempre teve um objectivo concreto. Entregar o pote aos seus homens de direita, de onde nunca saiu, embora o disfarce democrata, de pregador de culto e o populismo pacóvio lhe tenha permitido ganhar o estatuto de engana tolos. As beijocas, os abraços de ocasião e as excentricidades são agora devolvidos aos pobres portugueses em dose dupla de sacrifício, sangue, suor e lágrimas . À queda do governo, de maioria absoluta, dizem os honestos deste país vai seguir-se um período de instabilidade política, com a consequente factura passada aos portugueses. A entrada do Chega em cena, já fez estragos  nos Açores  (novas eleições) e Portugal continental vai seguir-lhe o caminho, pela mesma rota da instabilidade. No fundo, o Traquinas não passa de um imbecil figurante, dum tareco irrequieto, no mundo actual. Desde a valentia mostrada nas trincheiras da Ucrânia aos juízos apressados da culpabilização do Hamas (grupo com métodos terroristas, enfrentando terrorismo de Estado isrealita) pelo desenrolar duma guerra, cuja falta de humanidade rivaliza com a do Hitler nazi. Para o Traquinas, o apocalipse começou a 7 de Novembro e é esse o big bang de todo o Agamemnon de Gaza. De um cinismo e estupidez atroz.

Há perguntas que são comuns aos humanistas e formuladas em escrito anterior, em sumário abstrato mas real.

"A guerra Israel-Palestina é real. A impotência que qualquer ser, provido de bom senso e humanidade, é manifesta. Nesta guerra, não há lado bom e lado mau. Há actos terroristas e opressivos de ambas as partes. Os poderosos do mundo e ainda não desprovidos de alguma humanidade não podem senão condenar com veemência todos os actos de barbárie, de ambas as partes, impor um freio ao ímpeto extremista de Israel salvando o povo palestiniano da faixa de Gaza e libertação de todos os reféns. Com o objectivo último da resolução do problema da Palestina, com pátria prometida.  Todas as guerras são estúpidas e a guerra surge camuflada de camaleão. As TV reflectem quase sempre a faceta do imperialismo dominante e, por norma não são fontes fiáveis de informação. A crítica é fundamental (incluídos os links abaixo)".

    Com o desenrolar da guerra e da fluidez de tempos históricos, as respostas já começam a surgir. Os poderosos do mundo e ainda não desprovidos de alguma humanidade (EU, Biden, ...) não querem pôr um freio aos actos tenebrosos da faixa de Gaza da responsabilidade do Exército Israelita (IDF), com actos que prefiguram genocídio e terrorismo de estado. Surge a pergunta. Quem manda em quem? Netanyahu manda em Biden ? Biden é um joguete de outros poderes mais poderosos (alta finança, sector de armamento, outros ocultos) ? Que dizer do abraço das duas garças europeias a Netanyahu? Pausas humanitárias na guerra são a tradução literal da guerra do Solnado. Atacámos em dias definidos e mandam-se camiões de humanidade noutros. 

Toda a história Hamas-Israel está mal contada. Que dizer do Serviço de informações do Exército Israelita e da Mossad tida como uma das melhores polícias do mundo? O governo israelita não sabia? The New.York Times (01.12.2023) escreve que o ataque foi conhecido pelos israelitas um ano antes, embora desconhecendo a data. O povo israelita vai ficar impávido perante  problema de tamanha gravidade perante Netanyahu que não os defendeu como devia? Qual o objectivo  último  de Netanyahu  e do grupo dos ulranacionalistas de quipá e de crenças bíblicas? A diplomacia conhece-os. E os Tribunais Internacionais vão ignorar os crimes cometidos na faixa de Gaza sobre cidadãos e crianças  inocentes? O direito (proporcional) de defesa de Israel é legitimo, dizem.  Todavia, traduzindo essa proporcionalidade , à luz  dos factos e imagens das TV está convertida em pura irracionalidade. As imagens produzidas nas várias TV internacionais e nas sociedades democráticas e liberais europeias e, em parte, na América, tendencialmente apontam o sionismo israelita e o seu chefe Natanyahu como o principal factor anti-semita que está em crescendo no mundo  actual. Bomba que certamente vai explodir, em data futura e incerta. E nada é eterno. Que o digam os outrora poderosos impérios, de que hoje já poucos falam.

O Secretário Geral da ONU (Guterres), realmente humanista, pôs o dedo na ferida, apontando para a criação do estado da Palestina. Mas como se vê, mesmo  a sua acção na esfera destes acontecimentos e num palco previligiado da ONU é muito limitada perante os verdadeiros poderes no mundo (os que possuem o direito de veto) . Mas é o governo de Israel que pede a demissão de Guterres ? Arroga-se o direito de não cumprir as incontáveis resoluções condenatórias da ONU sobre os territórios ocupados da Palestina e  pedir a cabeça do seu eleito  Secretário Geral ? Que a voz de Guterres se faça ouvir, em termos humanitários. Prolongar tréguas humanitárias é mera treta do mais do mesmo, e a única saída digna de verdadeiros homens é o cessar fogo imediato. Processo político bem mais difícil do que o simples carregar de botões, há muito prontos para o disparo mortal e cruel de tanques e aviões.  Bombardeamentos, caos, sofrimento, destruição de todo um povo. Impotência de um ser humano, face à canhoneira e bombas israelitas. Claro que a outra parte Hamas, também causa estragos, dor e sofrimento. A teoria israelita de que quem não apoia o terror das bombas espalhado  por Gaza é sinónimo de apoio a um movimento terrorista Hamas, não colhe e não deve (ou deveria) vergar os verdadeiros homens . Só que há a história que descreve a criação do estado de Israel, os seus métodos e os seus objectivos. 

La Croix (31.11_2023)
 Há certos actos da guerra Hamas-Israel que podem constituir crimes de guerra (29.11_2023 ,La Croix)

Há também  respostas escritas no firmamento, sem recorrer a instâncias bíblicas. Tal como há armas nucleares (nunca assumidas , nem totalmente desmentidas por Israel). Quem é suposto ter-lhe dado acesso? Apenas os cientistas judeus? Pensa-se que Israel possuirá cerca dumas noventa . A faixa de Gaza, onde também há crianças, hospitais e civis inocentes vai ser destruída não ficando pedra sobre pedra, de acordo com o IDF. No holocausto nazi, foram reveladas imagens da crueldade imaginável sobre o povo judeu. As imagens surgidas nas TV sobre Gaza, não destoam de tamanha crueldade. Para os humanistas, a compaixão que recaiu sobre o povo judeu deveria existir para com o povo palestiniano, a começar por Israel. O pequeno burgo de Angueira, tudo leva a crer, acolheu na sua pequena comunidade gente judia, embora com a sinalização na sua porta de entrada (Vêr foto de  A.C.) . Todavia, a história do movimento sionista da criação de Israel fornece a informação.

A visão curta e tendenciosa que só revela a imprevisibilidade do  tareco Traquinas, palavroso,  mostra a ligeireza com que aborda problemas complexos.  A nível interno, reproduz a mesma vacuidade do ser. Pela boca morre o peixe, diz a sabedoria popular. Arrastado agora para a controvérsia das gémeas brasileiras. Processo que acaba em nada e que talvez seja a melhor solução. Portugal sem Governo, com um PR queimado na praça pública. Cenas de horror e calafrios, que o Traquinas fez implodir. O que é que o povo português sabe?

Os doentes do Hospital Santa Maria (Lisboa) e seus familiares vêm, claramente visto, que não há cadeira de rodas suficientes e em boas condições para o transporte para os vários serviços médicos. Contas simples (divisão): 4 milhões de euros , numa base de 400 €/cadeira rodas, dá o resultado: 4000000/400=10000 cadeira_rodas.

Na reportagem da RTP 3 (04.12.2023), doentes do Hospital de São José (Lisboa) aguardavam em situação dramática. Apontavam falta de camas para doentes e, em espera, um mínimo de conforto em cadeirões.

Se se torçe a verdade objectiva e isto é posto em causa, então já nada resta de espírito saudável, psíquico e mental.

 As traquinices do cujo, cá no burgo, conduziram a uma nova guerra do Manjerico e da Manjerona. Um governo desfeito, com a introdução da imprevisibilidade do que aí vem.  Tudo desnecessário, houvesse raciocínio ponderado e justo. Nem o oráculo de Delfos consegue  descortinar o futuro!

 O português comum, ingénuo por natureza, tradição e cultura, já não sabe em quem acreditar. Nas perversas TV? Nos pseudo jornalistas? Nos comentadeiros e comentadeiras que se passeiam como vedetas pelas TV ? Nos partidos políticos do antigo circulo  dominante do poder  (PS, PSD, CDS)? No Chega, xenófobo e fascistoide, cujo chefe foi apadrinhado pelo imbecil P. Coelho, com licenciatura aos 36 anos e hoje promovido a Cat. Convidado, sem graus académicos (V. p. ex. Wikipédia)? As gémeas brasileiras, com respeito profundo pela dor dos pais e as crianças, constituem um pasto onde muitos se alimentam. Porém, é o adjectivo "brasileiras" que move certos energúmenos do Chega. 

Ou no deputado P. Rangel, defensor do dito, empurrando as culpas para a decisão do Governo, por aplicação do medicamento às gémeas brasileiras ? Este frequentador das excelentes cervejarias de Bruxelas, quer unicamente salvaguardar o eleiçoeiro PSD nas próximas eleições e ter acesso ao pote do PRR e coisas do Orçamentos de Estado? Claro que P. Rangel pode ser escutado nas visitas à célebre cervejaria Mort Subite, lá por Bruxelas. Curioso notar que gente bêbada fala verdades ocultas. Voilá! A sua valentia não vale mais do que um desabafo. Vai apanhar pulgas lá por Trás-os-Montes, Beiras ou piolhos pelo Alentejo. Tanto monta.

O partido socialista PS deixa como legado, o propalado dito: contas certas. Mas à custa de quê? Do descuido de financiamento dos serviços fundamentais apontados na Constituição Portuguesa : Saúde, Ensino, habitação e emprego. Discuido? Não. 

Menosprezando os seus defensores médicos (maioria), professores, infraestruturas do SNS e atingindo com taxas, taxinhas tudo o que mexe na economia e sobre o simples cidadão. Com escândalos de gente mal escolhida e outros ilibados pelo poderoso poder do MP.

 A direita proclama agora estes slogans com fervor partidário e a que qualquer cidadão consciente reconhece um certo fundamento. Mas o encanto da cobra escolhe o verde passarinho como alvo privilegiado das suas ciladas. 

O SNS, com todas as suas deficiências e com todas as fraquezas ainda vai protegendo o cidadão que labuta diariamente para seu sustento e da família. Se for no encanto da cobra, o acesso aos hospitais privados  só será para alguns, de carteira recheada. Os outros morrerão às suas portas, sem apelo nem agravo.

Operações de relativa facilidade são executadas no sector privado, com eficácia e em tempo curto (Oftalmologia, por ex.). Não requerem, por norma, hospitalização complementar. Todavia, quando há operações mais complexas, atiram de imediato o doente para fora da sua rede (pós-operatório) e se complicações houver atiram-no para o SNS. Em linguagem corrente do nordeste, mamões de lucro fácil. Cabe a cada um decidir.

Com saber e experiência dolorosa feita, o SNS continua a tratar o cidadão com carinho (reconhecidas embora, certas limitações de infraestruturas e equipamentos). Pessoal, na sua quase totalidade, cinco estrelas.

 Onde se poderá rever o cidadão comum ? Nas siglas BE, IL, PCP, CDS, Livre? Com tantos anos de democracia, o cidadão comum já deveria saber distinguir estas várias variantes políticas [Registe-se que o Brasil me merece todo o respeito, bem como todos os brasileiros honestos que hoje trabalham em Portugal. Em termos curtos, o Brasil acolheu muita gente portuguesa, em tempos variados de penúria e a gentinha agressiva e xenófoba do Chega deveria saber respeitar. E, de uma vez por todas, saber ler nas entrelinhas, abandonar, de vez, o seu estado de letargia cívica e de eterno ingénuo.

A democracia mínima permite escolher os partidos da sua eleição e o campo de batalha dos princípios, valores, ética e moral, que os vários partidos se propõem implementar. Assim o resultado da convocação das eleições está para se ver. Fragmentação da sociedade portuguesa, por certo. Dentro do partido socialista PS, idem, idem "aspas, aspas". Incógnita total nos resultados. Eis um exemplo do figurante A. Ventura. e do cortejo dos seus amigos [Ver: Aujourd´ hui.02.12.2023] , « Des liens avec la mouvance néonazie ». Le Pen associada a financiamentos de Putin. São palhaços do genéro que ameaçam o mundo, até nos países mais insuspeitos. O mundo está muito perigoso!


Muita gente depositava uma certa confiança na actual Presidência da República. No seu primeiro mandato assistiu-se claramente ao degelo das ligações do imbecil P. Coelho com a tralha ressabiada dos cavaquistas. Que em tempos próximos ressuscitou do mundo das múmias (Público, 04.12.2023) com o artigo sobre "Contas certas" do PS. É já pura perda de tempo, assistir à sua corrida para a sala do além. 

Para muitos , a impredictabidade do dito era previsível e esperada.  Agora, o povo português tem que aguentar as consequências dos seus actos irreflectidos e traquinas. E não se diga que Hitler não  atingiu o poder pela via das eleições. Nem lhe faltaram aplausos da população alemã. O povo alemão, só conheceu a sua verdadeira face com a queda do bunker do poderoso Reich, com duração anunciada de mil anos. Saúde e boas festas antecipadas, mas com pestana aberta. Frieza em tempos duros, mérito que se reconhece aos actuais dirigentes alemães, que apesar da crueza dos acontecimentos da WW2 e do seu day after conseguiram superar, também com sacrifício, suor e lágrimas.

segunda-feira, 16 de outubro de 2023

Encriptação à portuguesa! O menino TRAQUINAS

 

O Menino Traquinas

Divirta-se com humor, em tempos de IA (inteligência artificial)

Os tempos vão difíceis e os problemas, caseiros e mundiais, são de enorme complexidade e gravidade extrema. Torna-se necessário enfrentá-los com serenidade e também com algum humor, saltitando do real para o imaginário e vice-versa. O Menino Traquinas, que em linguagem onomástica é simplesmente PR, e em mirandês pode ser entendido como menino guicho, espevitado, ladino, refilão e palavroso.  Para aguçar o sentido de humor, pode completar-se com a guerra do Raul Solnado de 1908 clicando no sítio :

RAul.Solnado

Verdades ditas com humor e vocabulário simples e compreensível, por oposição à guerra fictícia do manjerico e manjerona, num campo complexo. Leia-se PR versus PM. De acordo com o texto anterior de (C.E.), o actor Traquinas, foi por oposição a um ex-PM e também PR definido, por outros, nestes termos : "O homem é assim, o salazarista inculto e primário (Cavaco) que o marcelista culto, empático e igualmente perverso (Marcelo) está a substituir com mais sucesso. Mas que sucesso?

Em programa humorístico do Herman José, o Paulo Portas do Independente, posterior fotocopiador dedicado de submarinos e lautas refeições com o DonoDistoTudo (DDT), descreveu o actual PR em termos de tesourinho deprimente e ementa de vichyssoise. Para prosseguir a narrativa, Paulo Portas, injecta uma mentira de permeio, como se constitucionalistas se passeassem pela rua, com frequência desmedida (Clique no link abaixo)

[https://desporto.sapo.pt/video/KOmNSUWdC3u5JFLTNACf].

Nesse vídeo, em contexto humorístico do também actor Portas, toma-se o personagem como um manipulador da opinião pública, que distribui dicas pelos jornais e se diverte com a criação de factos políticos. Como comentador faz sermão dominical, durante período prolongado, prepara a presidência e vai cortejando o DDT lá pelos Brasis. Menino mimalho, lá pelo circulo de um outro Prof. Marcelo, o seu ego não tem limites, por oposição à disciplina severa aplicada lá pelas serranias transmontanas, onde as crianças da sua idade não gozavam de semelhantes veleidades. E cumpriam serviço militar, arriscavam a vida, coisa horrível que, ao que parece, o Comandante Supremo não fez. Cresceu como menino traquinas e assim foi continuando pela vida. Cavalgou ondas harmónicas, até ser confrontado com a dura realidade: os portugueses não vivem de fantasias quixotescas ou de encenações maquiavélicas. Inquietam-se com as contas diárias do pão, batata e  cebola. As selfies nada mais são que manifestações de um suposto ídolo adorado, uma divindade com traços humanos. Nos meios académicos, a ligeireza do ser é conhecida. Com selfies se vai anestesiando a vida atribulada de muitos portugueses, em tempos económicos duros. Típica verborreia, apanágio de treta de advogado. 

Nos últimos tempos, lá pelo Canadá, pronunciou-se sobre as belas formas de um ser humano. A imprensa portuguesa, submissa e acéfala, ignorou.

Uma vez confrontado com a governação do reino, tropeça em cada pedra do caminho e move peões de brega no tabuleiro de xadrez. Desta vez foi notícia- via pagamento de uma noite em Hotel de uma vítima da malignidade do Costa, não pagando aos professores o que deve! Viagens de avião, incontáveis, não entram na contabilidade! Aprender a rastejar, em trincheiras longínquas da Ucrânia, não respeita a marcha forçada nas trincheiras da Grande Guerra dos soldados portugueses. 

Foi assim com a candidatura à CML, em tempos de Jorge Sampaio. Ameaça, agora, em tempos de Costa, com pretensos direitos constitucionais que não lhe pertencem. Demitiu ministros, até se chegar ao basta do Costa. Convoca um Conselho de Estado (direito legítimo) para discutir o sexo dos anjos. Com a velha estátua protectora da tribo cor laranja, que o DCIAP indica como liderada  por Oliveira e Costa, e amigos, através do BPN e Banco Insular e também do neófito conselheiro Marques Mentes, de nomeação política marcelista. 

Este também com direito a pregação semanal na TV do laranjal. Marques Mentes dignificou a sua áurea de comentador da intriga e das bocas, sem contraditório. Pretende atingir os incautos, atirando ao alvo Costa e PR da Assembleia da República. Subliminarmente, pergunta se  andaram distraídos com Sócrates?!  Pactuantes com a corrupção ?! nebulosas!

A monstruosa argumentação sobre o caso Rui Rio, levada a cabo no púlpito da SIC notícias de 15/07/2023 não deixa margem para dúvidas.

 Da tirada alegórica de Rui Rio sobre os recentes acontecimentos: "o poder político deve tomar medidas para controlar as acções desproporcionadas do Ministério Público, para se evitar o chega!" Foi pela sua mão que o chega se passeia pelo poder nos Açores. Acção desproporcionada, talvez. Explicação é devida, é. Todavia vem  à mente uma outra operação do Ministério Público. Não quero saber se Sócrates, ex-PM, é ou não culpado de corrupção. Alguém terá uma palavra final sobre o assunto. 

Como cidadão comum, pergunto. Havia necessidade de sujeitar um ex-PM a tal vexame, à entrada do aeroporto? O cidadão, ex-PM, ia a entrar ou sair do país? Não teria havido a possibilidade de prender o cidadão, ex- PM, à entrada da sua residência? Claro que havia. Que fizeram os actuais queixosos PSD sobre o caso Rui Rio? A resposta fala por si. Só pode concluir-se pela pintura de Picasso, forma multifacetada dos personagens: Aldrabões, cínicos, pérfidos, malvados e viperinos. Tempos de pantanal. 

Que dizer das TV, previamente alertadas? Que dizer dos escondidos atiradores ao alvo, responsáveis pela destruição de vidas que nunca mais serão as mesmas para os atingidos, sem julgamento, mas com condenação vil, antecipada pelas TV do lucro, da vingança, da perfídia, da falta de pudor e de vergonha. Locais por onde se passeiam alguns comentadores mentirosos, que destilam ódio avulso sobre todos os assuntos. Pagos principescamente para tal.

 Mas em que se baseia M. Mentes para tratar Sócrates como um “monstro”? Sendo um retinto e profissional caluniador, nada demonstra nem justifica. Limita-se à proclamação do ultraje, chafurda no rancor. Ora, talvez faça sentido sacar da máquina de calcular para umas continhas, de forma a podermos avaliar melhor o afã com que se agarra a Sócrates. Por exemplo, imaginemos que a tese maximalista do Ministério Público a respeito dos 23 milhões de euros na posse de Carlos Santos Silva é verdadeira, correspondendo esse valor ao total arrecadado por Sócrates num qualquer acto, ou actos, de corrupção ainda por identificar. Tal vai então comparar com os 9,7 mil milhões de euros que o DCIAP indica como sendo o valor envolvido no esquema de Oliveira e Costa, e amigos, através do BPN e Banco Insular. Ou seja, mesmo que a hipótese do Ministério Público fosse provada (o que já sabemos que não o foi nem irá ser), o suposto dinheiro obtido ilegalmente por Sócrates corresponderia a 0.237113% do valor efectivamente sacado pelos craques do laranjal.

Mas há mais, e melhor. O esquema montado por Oliveira e Costa envolve o Cavaquistão até ao topo. Cavaco Silva e família lucraram com os crimes. Dias Loureiro, figura grada do PSD de Cavaco e da Sociedade Lusa de Negócios, era também conselheiro de Estado por escolha directa de Cavaco Silva. Tanto Cavaco como Dias Loureiro não são alvo de suspeitas, nem foram vítimas de crimes de violação do segredo de justiça, nem de perseguição pela comunicação social, sequer de referência na luta partidária. Idem para Marques Mentes. Porém, contudo, todavia, o cheiro a cumplicidade moral e protecção política é nauseabundo.

Quando Marques Mendes acusa António Costa e Augusto Santos Silva de nada “terem visto” a respeito de Sócrates, dessa forma atingindo-os na calúnia mais pusilânime, omite que nada viram porque, 9 anos depois da detenção no aeroporto preparada para ser uma execução pública instantânea, todas as suspeitas permanecem sem prova. Não foram só eles que não viram, toda a gente continua sem ver onde ocorreu a tal “corrupção”. Já a respeito do papel de Cavaco Silva, Dias Loureiro e Marques Mendes no lançamento e amparo de Oliveira e Costa, mais umas dezenas de figuras gradas do laranjal, como o maior criminoso da história de Portugal em volume de dinheiro desviado, sobre isso está tudo à vista.

Assim, das profundezas do buraco escuro, o amargurado e geóide cristalizado, coloca nas TV e nos midia o facto relevante (segundo eles) duma conferência-urbi et orbi- e da publicação dum livro, Cavaco Silva- O Primeiro Ministro e a Arte de Governar], guia espiritual e de estratégia económica para o desenvolvimento  do país. Acompanhado de figuras gradas e venerandas deste país, com apresentação do texto pelo visionário Durão Barroso, ex-maoísta, agora lambe-botas do capital internacional e apoiante mentiroso da invasão do Iraque. A montanha pariu um rato. Assim descreve o acontecimento, um escritor do reino, não tido exactamente como comunista confesso [ Ver: Sousa Tavares em Expresso ou podcast : O manual " de instruções "banal" e "ridículo" de Cavaco, ... ]. Assim vai a tribo PSD: PR criticado pela sua tribo e, claro, ausente da cerimónia tribal, Passos Coelho-ausente em parte incerta, e os oportunistas da tribo, a preencher as cadeiras restantes.


Mas onde entra a intervenção do menino Traquinas? Jogador de casino, pensava que as traquinices, já conhecidas de muitos, poderia ajudar a sua tribo de origem. Mete-se em assuntos que não são do seu domínio constitucional. Interfere em assuntos e actos de natureza governativa. Demite ministra em directo. Até que chegou a palavra certeira, basta! O problema Chega, ficou nas suas mãos e é assunto que queima na tribo PSD. Não quis perceber que as primas donas que lideram o seu partido actual não valem, em linguajar fronteiriço, uma perra furada. Não há melhor foto instantânea do líder Montenegro do que é dada pelo próprio sobre o Orçamento de Estado de 2024 (OE24), com ensinamento colhido no citado livro" fonte de inspiração, segundo o próprio".

Eis a classificação do OE24 de Montenegro. Orçamento "pipi, bem vestidinho, muito apresentadinho e muito betinho". Não resisto a apresentar o pipi do Maneeken Pis(Bruxelas), nú, mas apresentadinho e muito betinho.


 E já agora, o betinho Moedas, lançou para a fogueira a comemoração da data de 25 de Novembro. Assunto morto e encerrado, há anos. À laia de gozo, o cidadão português que se cuide, enquanto ainda é possível !

E para finalizar, não encontro melhores palavras para perguntar ? Quo vadis PR ? Quo vadis Portugal ? A parelha PR-AC não tem nada mais em que pensar que numa guerra do manjerico e manjerona?

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A guerra Israel-Palestina é real. A impotência que qualquer ser, provido de bom senso e humanidade, é manifesta. Nesta guerra, não há lado bom e lado mau. Há actos terroristas e opressivos de ambas as partes. Os poderosos do mundo e ainda não desprovidos de alguma humanidade não podem senão condenar com veemência todos os actos de barbárie, de ambas as partes, impor um freio ao ímpeto extremista de Israel salvando o povo palestiniano da faixa de Gaza e libertação de todos os reféns. Com o objectivo último da resolução do problema da Palestina, pátria prometida.  Todas as guerras são estúpidas e a guerra surge camuflada de camaleão. As TV reflectem quase sempre a faceta do imperialismo dominante e, por norma não são fontes fiáveis de informação. A crítica é fundamental (incluidos os links abaixo)

Israel-Palestina

HistoriaI-P

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As armas não são propriamente trechos de poesia, mas sim instrumentos mortíferos, ainda que apresentadas de modo suave!

Hino marinha brasileira

(235) Canção Cisne Branco (2017) - YouTube