domingo, 6 de março de 2022

 Novas sombras sobre : Ano 2022

Sombras tenebrosas quando se ameaça com misseis nucleares.

A invasão da Ucrânia.


À incerteza associada ao evoluir da pandemia COVID-19, junta-se agora a virulenta e execranda invasão da Rússia à Ucrânia, comandada por Putin, com base em ideias obsoletas que fizeram escola em vários csares loucos que o antecederam no poder. Para compreender o presente, é necessário mergulhar na história profunda da Rússia, desde as suas origens medievais, passando por Catarina a Grande até ao fim dos  Romanov (1917). Com todo o cortejo de horrores sobre a população dos campos, com partilha da Polónia à mistura. A revolução russa de 1917 conduziu a um beco sem saída. As várias revoluções e conflitualidades internas que grassaram pela Rússia dos sovietes ainda movimentam as ideias obsoletas da governança actual.

Putin é o último dirigente russo, após a dissolução da USSR, da queda do muro de Berlim e das várias convulsões nos países balcânicos. É o resultado das várias erupções europeias recentes, das guerras europeias (Grande Guerra I, e a guerra patriótica russa de 1941-1945) sobre o território europeu. Todo o capital de respeito, ganho pela Rússia na II Grande Guerra desperdiçado. O povo russo vilipendiado em todo o mundo, por um megalómano, autocrata e desprovido de humanidade.Mas a estratégia, sabe-se, nada tem a ver com moralidade e ética. Ideias nacionalistas exacerbadas, conquista de território, conquista de mercados comerciais, armamento, desmembramento e  derrota de vários imperialismos  constituem elementos perversos de base para a actual situação.  Já julgados ultrapassados.

Invasão russa da Ucrânia (dia9). A resistência valente de todo um povo.


Não é possível num simples texto apontar sequer os momentos marcantes da história da Rússia [V.por exemplo:"Imperial Russia 1869-1917, D. Lieven (Cambridge) ]. Putin é apontado como um saudosista do antigo império czarista, um autocrata com a agravante de ter poderio nuclear. A Ucrânia tem a sua própria história. No período medieval, dominou a Rússia de Kiev. Após a invasão Mongol, o seu território foi dividido em parcelas que foram dominadas e passaram posteriormente  de mão em mão (Polónia-Lituânia, Austria-Húngria, Império Otomano). Toda a miscelânea de eventos históricos se cruzam na Ucrânia. A Ucrânia, após a Revolução Russa de 1917, juntou-se à União Soviética em 1922. Ganhou a independência em 1991 com a dissolução da União Soviética, declarando-se um estado neutral. Ficou com um vasto litoral, com acesso ao mar de Azov e Mar Negro. Em 2013, a deposição do governo pró-russo em favor dum governo pró-ocidental, foi visto pela governança russa como uma ameaça à Rússia de Putin.  Foi o pano de fundo, para a tomada da Crimeia em 2014, perante um mundo ocidental apático e negligente perante um Putin  que muitos dirigentes europeus reverenciavam. Ressuscitou a velha teoria do cerco hitleriano. 

A Alemanha pensou acalmar  os acontecimentos com a suposta docificação de acordos comerciais e energéticos. Agora verificou o logro em que havia caído e, de súbito, decide aprovar 2% do PIB ao rearmamento alemão. A Europa, desprovida de meios militares, coloca-se na dependência dos Estados Unidos. Brincar com o poderio das armas nucleares não é, propriamente brincar com bombas de carnaval. Os USA têm enfrentado com pinças este problema e toda a prudência se exige neste momento. A Alemanha, por razões óbvias, não é uma potência militar nuclear e até o exército convencional fica aquém do desejado. Por razões óbvias também, a França tornou-se uma potência nuclear.



Embora os eventos históricos actuais requeiram uma análise interpretativa aprofundada pelos vários especialistas, os povos não precisam de grandes teorias políticas para  justificação de uma invasão militar dum povo soberano e independente : Ucrânia, por um exército russo de proporções gigantescas. A isto chama-se guerra, sem eufemismo. Com todo o cortejo de atrocidades que uma guerra provoca. Admira-se a coragem do povo ucraniano e pelo combate e dolorosa experiência ganhou já o direito de pertença ao mundo ocidental.

Nada justifica a invasão da Úcrania e a condenação é total. Sem mas, nem meio mas. A responsabilidade desta tragédia de aventureirismo é da Rússia. Pretender, ainda que veladamente, admitir a discussão das pretensas razões da invasão é raciocínio que não colhe. Dirigentes avisados do PCP caíram nesse logro.  Tardiamente perceberam que jogaram fora muitos dos seus anos de luta.

Os acontecimentos históricos da Primeira e da Segunda Grande Guerra permitem ver todas as saídas para a crise actual. Todos os historiadores as conhecem. Há antecedentes históricos que descrevem com certo detalhe o cerco de Alésia por Júlio César e a guerra encarniçada de Estalinegrado, que nenhum russo desconhece. Porém de entre elas, é quase impossível prever qual irá prevalecer. Não são desejos de convulsões internas na Rússia que resolverão a questão. Todos os ingredientes de Hitler estão colocados no tabuleiro. Hitler foi vencido pela força das armas. O povo alemão foi responsabilizado. O trauma do povo alemão só agora começa a ser superado. Logo na Primeira Guerra, se levantaram vozes contra a humilhação dos vencidos. 

o cidadão tem, como obrigação, formular o juízo de valor sobre os acontecimentos. Afastado da imprensa e propaganda sectárias. Assim as cadeias de TV, justificam as invasões do Afeganistão, do Iraque, da Líbia pelo mundo ocidental. A imprensa portuguesa contra os oligarcas russos, esquecendo os oligarcas ocidentais, a questão das offshores, dos Panama Papers e similares. Dos comentadores políticos, que tudo explicam, excepto a questão dos submarinos. Vampirismo da informação que facilmente esquece a pandemia da Covid-19, quando notícias frescas da guerra mantêm as audiências.

Resta aos homens, com poder e humanidade prevalecente, ditar a saída deste Agamemnon, para lá do dantesco. O de "Day After" é ,por ora desconhecido, esperando que seja negociado um acordo equilibrado para ambas as partes, com um silêncio imediato das armas. A Ucrânia já ganhou o direito a um território independente, pela luta e resistência ao invasor bárbaro, mas ainda de desfecho militar imprevisível.



Under Russian control

Russian invasion routes

Russian paratroopers reportedly land in Kharkiv and engage in heavy fighting with Ukrainian forces. Shelling and missile strikes on the city continued overnight

Belarus

Poland

Areas under

Russian control

Konotop

Russian military convoy reached

Antonov airport, which could serve

as a forward-deployed base

Chernihiv

Sumy

Russia

Kyiv

Lviv

Line of

control

Kharkiv

Russian units spotted

at Bobrovytsya

Ivano-Frankivsk

Kramatorsk

Dnipro

Ukraine

Melitopol

Moldova

Russian-

controlled

territory

Odesa

Sea

of Azov

Romania

Crimea

Annexed by

Russia in 2014

Russian forces took control of the railway station and the port in Kherson overnight

Mariupol reportedly surrounded by Russian troops

100 km

100 miles

Black Sea