domingo, 28 de julho de 2024

ROCHAS - Passado, presente e futuro.

DO GRANITO AO XISTO
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 IntroduçãoCom ar de inocência  se passa uma vida,  pisando rochas e calhaus  e olimpicamente ignorando-os. Assim se vai perdendo informação relevante sobre a história da Terra e das nossas vidas. Refere-se em texto anterior a tipificação das rochas em três grandes grupos: ígneas, sedimentares e metamórficas. Hoje, invoca-se elementos de ciências físicas, fugindo à temível terminologia dos geólogos {V. Glossário de Geologia}, do seu raciocínio peculiar e fundamentação científica dessa área. Ou seja, hoje vamos apresentar o tema em português suave, adequado a férias.

 Com certa graça e humor, uma figura que por vezes aparece na TV, dizia: "a física tal como a matemática e as ciências exactas andam por aí, complicando, se necessário, a vida aos estudantes e não só". Também é trivial dizer-se que a informação veiculada deve ter em conta o público a quem se dirige. Não haverá, hoje, referência à terminologia dos geólogos que pode assustar qualquer mortal, nem aos conceitos de pormenor {aqui não abordados} que povoam as ciências exactas e a geologia. 

Em texto anterior, focámos o interesse principal no granito (e como já se sabe há muitos). A olho nu e por observação directa, pode tirar-se algumas conclusões mas nem sempre fiáveis. De um modo geral, as rochas ígneas têm historial conhecido, representado esquematicamente na Fig1.



Fig.1 - A velocidade de arrefecimento do magma influencia as rochas ígneas (granito :arrefecimento lento; vulcânicas :rápido)

O granito de Angueira aproxima-se da imagem inferior direita (por ex., parte frontal da Capela Santo Cristo) e , em geral, os blocos de granito observados no seu território. A cruz  no topo da capela, é mostra evidente da degradação acentuada pelo intemperismo do tipo de granito utilizado. A capela assenta sobre um maciço bloco de material xistento, ainda perfeitamente visível nos seus contornos. 

Angueira é, no contexto geológico, um caso singular, que bordeja a faixa do maciço de Morais [Parque geológico de Macedo de Cavaleiros, de interesse geológico transcendente] e Bragança, ambos objecto de estudo de muitos geólogos que procuram interpretar o passado distante da terra que pisamos. As rochas sedimentares e metamórficas que são observadas em Angueira têm origem diferente do granito (e como são rochas metamórficas até podem resultar do metamorfismo do próprio granito). O território desta povoação tem a  particularidade de colocar o xisto e o granito em posições de destaque, que apontam para processos geológicos e origens manifestamente divergentes e, no entanto, de áreas justapostas e contíguas. O desvendar das suas origens (rocha xistenta) conduz o espírito humano a revelações escondidas surpreendentes.
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Nota: Dado que não existe, ainda, um estudo geológico aprofundado do território de Angueira, {obviamente a efectuar por especialistas da área científica respectiva}, não se avança pormenorizadamente  mais sobre o tema, embora haja evidências manifestas da sua origem mas que não serão aqui indicadas. Enquanto a área do granito pode ser, sem grandes dúvidas atribuível a movimentos magmáticos, já quanto à datação rigorosa das rochas (tanto quanto me é dado saber) e ao mapeamento da extensa área também não foram realizadas.  

Os xistos [em sentido muito alargado] podem estar associados a fundos marinhos, mas esta conjectura tem de ser validade cientificamente. A zona de contacto com as massas magmáticas, variações de pressão e temperatura, conjugados com os movimentos tectónicos da zona explicam a morfologia das rochas xistentas observadas em algumas fotografias (com maior visibilidade junto aos riachos e ribeiros que cruzam o seu território. Ora a freguesia de Angueira, com o seu rio e com os seus inúmeros riachos e ribeiros, no seu entorno, merece todas as actividades associadas a projectos de desenvolvimento geológico, educativo e cultural. Como muitas outras Câmaras Municipais (vizinhas e não só) fazem e fizeram. O total abandono por parte dos mandantes constitui por si só, também um fenómeno singular.

EM SUMA: O vazio existente nesta área geográfica requere um estudo aprofundado, sem delongas, pelas entidades relacionadas com a GEOLOGIA deste país. Há vários estudos geológicos de concelhos vizinhos, e uma das possibilidades é arranjar bolsas de estudo para estudantes inteligentes  do concelho - que os há, já que a CMV consegue com relativa facilidade atirar dinheiro ao lixo.
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 As rochas sedimentares (p. ex., os xistos) sofrem pressões e variações de temperatura, cujo resultado final, após longos períodos da história da terra, resultam no observável de hoje, desde as pedras usadas na construção das casas aos blocos de xisto enormes (V. Capela de Santo Cristo, ou ao manto extenso invisível) sobre o qual a aldeia foi construída). Actualmente, a zona xistenta é facilmente observável nas casas em ruína, onde a cobertura de abrigo já desapareceu, e em grande parte do território de Angueira.  Tão só, aqui, referimos a sua existência pela observação directa e a conhecida ardósia, sua congénere, que fez parte fundamental na aprendizagem da juventude de outrora. A juventude actual ignora que os blocos de xisto serviram de secretária em tempo soalheiro [Zona periférica da capela Santo Cristo e hoje partilhada pela colónia de gatos]. A lousa rectangular (pedra de escrever) substituía o IPAD modernaço, o confortável popó era objecto de luxo e os pés nem sempre eram moldados pelos sapatos. Como já entrámos na era do Jardim das Delícias, o mundo de quimeras impera. É tempo de charlatães políticos. E falta de dinheiro para a Educação para benefício de todo um povo, constitui um facto real.


Fig.2 - Rocha metamórfica (parede duma casa)
A palavra aos geólogos e experts na matéria!


























Da abordagem, muito abrangente desta face xistenta da aldeia, verifica-se que todo o construído (casas) assenta sobre um grande maciço de rocha xistenta, onde fenómenos geológicos ocorreram no passado, envolvendo forças colossais n(filões brancos da Fig. 2). Então, e enquanto tal, Angueira por direito próprio pode e deve ser considerada verdadeira representante de uma aldeia de xisto. Uma observação mais atenta das pedras usadas na construção das casas revela  a história violenta, admirável e muito complexa (v.Fig.2) e, por exigência imperativa da procura da verdade, cabe aos peritos da área da geologia e afins procurar respostas aproximativas da verdade geológica, ou pelo menos parte dela.

 Um estudo aprofundado desta área geográfica precisa-se, cujo objectivo visa o conhecimento geológico histórico da freguesia de Angueira e desvendar os processos geotectónicos colossais ocorridos até se chegar à rocha que observámos com os nossos olhos.



Fig.3. Dora e uma das suas suas gemas

Fig4.-Foto macro (Granito- Capela S. Cristo)
Grão grosseiro-médio





























Videos de  Revisão!





An INCREDIBLE Journey to the Earth's Prehistoric Oceans | Earth History Documentary].
Uma incrível viagem aos Oceanos Pré-históricos da Terra| Documentário sobre a história da TERRA

QUESTÃO: Mas afinal, o que se pretende atingir com esta introdução? Resumidamente, mostrar que o território de Angueira anda normalmente associado ZCI (zona centro ibérica), mas adjacente aos Maciços de Morais e Bragança, de materiais alóctones.  A zona periférica onde Angueira, aldeias vizinhas, Alcanices, a serra da Sanábria fazem parte das relíquias deixadas pela colisão das margens do supercontinente Gondwana e os blocos da velha placa Ibérica, em acontecimentos ocorridos há milhões de anos. Há verdades escondidas em interesses económicos diversos: jazida de metais, geoturismo, ...  acesso ao novo fuel : o lítio! Não existindo um estudo detalhado desta zona local - São Martinho, Angueira, São Joanico, e aldeias no trajecto do rio Angueira recorre-se a estudos científicos ou descritivos da vizinhança e, por sorte e boa fortuna, existe uma descrição sumária de vários locais visitados  por  um  conjunto de geólogos espanhóis.
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MAPA -1  - a) Maciço de Morais e de Bragança

  b) Sinforme de Alcanices (superfície concava)

Bibliografia (carregar aqui)

Bibliografia 2 (Carregar aqui -Colisões antigas)

A história da Terra é descrita pela leitura científica e  correcta das rochas, dos estratos sobrepostos, das cinturas de cadeias montanhosas e das zonas de sutura dos choques de continentes. A ideia inicial da deriva dos continentes proposta por Wegener (rever vídeo, se necessário),  foi lida
com descrédito pela comunidade científica da época.  Todavia, foi sendo paulatinamente assimilada, com base numa conexão estranha da existência de fósseis, iguais ou muito semelhantes, em placas muito afastadas do seu local de origem. Ou seja ,as placas separadas funcionaram como grandes barcaças para o transporte destes animais, e a suas características permitiram uma datação relativa das camadas onde os fosséis se encontram depositados. 
As rochas da região aqui em causa não apresentam registo significativo de fosseis [embora algumas publicações as refiram]. De acordo com o mapa, o território de Angueira é associado ao complexo do PARAUTÓCTONE (em sentido lato, meio termo entre o Alóctone (vindo do exterior-partição do supercontinente Pangea, e os cataclismos resultantes do fecho dos oceanos (Jupetus e Rheic ) e do Autóctone (de origem local). 
MAPA -2 - Reconstrução da Orogénese Varisca Europeia
 
{Península Ibérica incluída, parte inferior esquerda na foto}

Como se depreende do Mapa-2, o choque das placas originou uma reconfiguração completa  do continente europeu, onde placas tectónicas e oceanos desapareceram para dar origem a um nova geografia e equilíbrio entre as placas, com formação de cadeias de montanhas e novos oceanos. A sucessão de acontecimentos colisionais  do PALEOZOICO (v.g., Caledoniano, Appalaches-Varisca, Ouachita, Urais) estão associados à génese da criação do supercontinente Pangea. A cintura Varisca extende-se por toda a Europa, tal como indicada no mapa, e representa um pequeno segmento que com os Apalaches na América, os Urais na Rússia, entre outros fazia parte de uma cintura que no Paleozoico final abrangia toda a terra. Colisões prévias às colisões da Oregénese Varisca (ou das suas precedentes  Hercínica e Armoricana), a península sofreu também as consequências da posterior Oregénese Alpina [com menos intensidade no território português] e particularmente visível nos Alpes. As consequências da reconfiguração do continente europeu são muito profundas e a área da sua influência fez-se sentir desde Portugal à actual Europa Central (V.Mapa-2; belt-cintura)
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NOTA: A geometria da Terra é de natureza mutante e a sua configuração pode, em certa medida, ser representada em esquema num período geológico determinado (neste caso 480 M.A.)


Mapa 4- Representação da Terra (480 M.A).
Os Oceanos Japetus e Rheic (desapareceram)



Mapa 5 - Configuração da Terra (280 MA)

Na actualidade esta mudança continua, (Formação dos Himalaias). Em termos genéricos,  uma placa pode deslocar-se a cerca de 5 m/ano, que ao longo de milhões de anos pode significar distâncias enormes.
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DESCRIÇÃO SUMÁRIA da OROGÉNESE VARISCA



A ideia de um supercontinente (Pangea) surgiu em consequência da teoria original de Wegener , baseado na evidência observável da semelhança das costas africana e sul americana descrita pelos mapas (1910). Para justificar a sua teoria, apoiou-se fundamentalmente na ideia da configuração dos contornos de Africa e América do Sul e nos fósseis encontrados nestes dois continentes. Para ele, o bloco inicial, partido agora em dois, serviu de transporte para os vestígios fossilizados. Todavia, esta evidência não era suficiente para justificar a sua teoria. Com o avanço do conhecimento sobre esta matéria, um geologo sul africano (1937) sugeriu que a configuração da Terra podia ser melhor explicada pela colisão de dois outros continentes iniciais : Laurásia e Gondwana. Posteriormente, foi proposta uma nova teoria, baseada na tectónica de placas (1960), constituindo hoje a base teórica essencial para a compreensão da cadeia das actuais montanhas, relevos. e relíquias do passado. A teoria da tectónica das placas (nas suas várias variantes) procura responder à curiosidade humana, e os refinamentos da teoria vão surgindo, em paralelo com novas tecnologias ao dispor dos investigadores. Assim, há vários modelos que podem explicar os fenómenos geológicos ocorridos quer no âmbito local, regional ou continental. Cruzam-se duas perspectivas diferenciadas: caminhar em direcção ao domínio do pequeno (micro) ou do imensamente grande (macro). É comummente aceite que  os continentes convergiram para a formação do Pangea, há cerca de 250 milhões de anos (M.A.), ignorando-se os acontecimentos geológicos anteriores. As colisões que deram origem a tais eventos - cuja duração se prolongou por 100 (M.A.) e deixaram rasto geológico (no panorama actual)  e podem ser são compreendidos no contexto da Orógenese Varisca (ou Hercínica). Citemos,o caso da junção das micro placas tectónicas da Irlanda e da Inglaterra. De acordo com os cientistas ingleses desta área (V. Variscan Geology U.K), os efeitos principais ocorreram no Carbonífero (tardio) e no Pérmíco (inferior), há cerca de 290 (M.A.)
Estes acontecimentos produziram a cintura varisca europeia, estendendo-se por Inglaterra, NE-Portugal, Sul de Espanha (Mapa 2).
De nosso particular interesse, a zona de Angueira está representada no círculo assinalado no mapa, bordeja o maciço de Morais que corresponde já à ZONA CENTRAL IBÉRICA (ZCI), nas proximidades de Alcanices (~10 Km)  e dentro do domínio do Complexo Xisto Grauváquico (CXG).


MAPA 3 -Maciço de Morais e Bragança

Relíquias do passado, observáveis no território de Angueira e São Joanico( bem como em Serapicos e aldeias marginais da Ribeira).

Como já se referiu não existe estudo detalhado desta porção da Ribeira [São Martinho, Angueira, Serapicos, São Joanico - pelo mínimo]. Felizmente, existe uma descrição sumária feita por geólogos espanhóis {Memória_27.pdf}. Neste texto é abordado o "Complexo-Vulcano-Sedimentário Mora-Saldanha", citando:

 "...Nuestros trabajos han aportado critérios estratigráficos a esta subdivision PS (..de  Dias da Silva (2014)) de  edades Câmbrico superior a Silúrico de afinidade gondwânica. EL PI contiene, unicamente  depósitos sin-orogénicos variscos, de edades Devónico Superior e Carbonífero inferior que se vieron na parada anterior". 


Na passagem por Algoso referem :" Cuarcitas de Algoso" e ainda : Vulcanitas da Formação Peso",  "Vulcanitas de Saldanha" e  " Vulcanitas ácidas  e básicas de Mora". Sobre Mora, referem :" La edade de Mora es cercana a algunas conocidas en el magmatismo cambro-ordovícico de la ZCI (zona continental ibérica) pelo que su genesis puede explicar-se por en el mismo contexto extensional del margem de Gondwana que el evento Saldanha".

As imagens abaixo foram obtidas, em voo de pássaro, numas escassas horas. Procurou-se ter uma visão global, sem recorrer a grandes detalhes. A de São Joanico é bastante interessante e contrasta com as demais.  Uma pequena fração de sinclinal (com dois filões de material branco (provavelmente, quartzito) pode observar-se, junto a uma porta de entrada (a cerca de meio metro de altura) e no seguimento da parede onde se encontra escrita a palavra "Carlos", ilustre representante do pueblo-suponho eu e que agora se poderá afirmar (com certa veracidade) que por aqui andaram as margens do Gondwana.



Fig.1A -Rocha xistenta (junto à Ponte da Ribeira  de Angueira)



FIG.2 A-Rocha na Pontelhina (foto A.T.)

 


Fig-3.SJ -Rocha (Ponte de São Joanico)




Fig.4A -Belo exemplar decorativo.
 (Coleção particular/com autorização)

 

O texto já vai muito extenso e em tempo de férias dá sonolência. Em suma , mais introduções são necessárias, em tempo oportuno. Convém, porém referir desde já, a particular singularidade do Rio Angueira no que respeita À HIDROLOGIA envolvente, com exploração de Termas lá pelo Jardim das Delícias. O cristal de pirite encontrado na periferia do rio, anda associado às águas sulfurosas. 

Como se depreende do texto, os fenómenos de âmbito regional recorrem a teorias mais abrangente da tectónica de placas. Quando se caminha para o domínio do micro, e por graça divina (ou não) , a natureza presenteia-nos com um cristal perfeito {caso do cristal encontrado nas suas margens} e o génio humano já consegue dar uma resposta para a sua identificação única: isto é a sua impressão digital, que no caso da Pirite e com base no diagrama de R.X. (Raios X), permite representar espacialmente a posição dos átomos constituintes do cristal.

Fig. 5A - Cristal de Pirite (Ouro dos Tolos)


Fig.6 - Estrutura da pirite .

 Quando as águas pluviais passam por filões onde exista pirite, os iões enxofre dissolvem-se na água, dando origem ao característico cheiro a ovos podres, das fontes termais (Hidrologia). É o anião enxofre que anda associado ao característico cheiro a ovos podres (Fonte Santa, e não só).

Porém a natureza não é tão benevolente e pacata, e em condições propícia à criação de monocristais [V. Fig.1 ], mas o que ocorre geralmente é a criação do caos (semelhante a uma frigideira onde vários metais se misturam  e "fritam" em conjunto. Surgem à luz do dia como material desordenado e de grau de cristalinidade muito baixo (caso das rochas das figuras acima). A sua caracterização requer outras técnicas e modos de análise. E é necessário investir, com aquilo com que se compram os melões na praça. 

Por hoje, basta. !

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NOTA : Claro que não é exigível,repete-se, a um cidadão comum ter conhecimentos profundos da matéria {Neste caso, domínio das matérias da área da geologia entre muitas outras}. Mas se isto é verdade, também o é, a afirmação do dito ouvido em Lisboa quando por aqui aterrei. Um suíço, incumpridor da lei, foi presente a julgamento a um juíz, que lhe fez a pergunta usual. ? Sabe o réu ler e escrever, perguntou o juíz. Célere na resposta, o réu respondeu: " Sou suíço Snr. Dr. Juíz". E o saber não ocupa lugar, diz-se, mas lá que as ciências exactas dão trabalho dão, mas não consta que actualmente haja falta de trabalho nestas áreas. Boas férias, voilá!
 
Aos valorosos e perseverantes leitores que se dignem seguir estas linhas, deixo indicação para dois videos de consolação  : Uma canção que a lenda peruana aponta para amor sofrido de um soldado levado para a guerra  e o humor alemão, misturada com a Espanha das touradas [André Rieu - España Cañí]!






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