sexta-feira, 28 de junho de 2019

Soldados de Angueira da Grande Guerra: 1914-1918

Soldados de Angueira na Grande Guerra : 1914-1918

Em lista anteriormente publicada não consta o nome de José M. João, soldado condutor (de solípedes) agora já adicionado e  totalizando nove soldados. O percurso militar de cada um deles dependeu duma multiplicidade de causas e episódios vários que, genericamente, aqui se descrevem. A informação acessível depende não só de quem presta informação (soldado) bem como de quem a recebe e passa a letra de forma  (militar). Em tempos tão afastados, como o período da Grande Guerra 1914-1918, na memória dos povos perdura, por norma, a alcunha e não o nome próprio dos intervenientes. Por informação local (N. Gonçalves), à época falar-se-ia predominantemente o mirandês em Angueira e provavelmente a linguagem do soldado e do militar  não estariam completamente em sintonia. Teria sido interessante, ouvir os monólogos entre um soldado de linguajar mirandês e um alentejano, camaradas de armas da 5ª. Brigada, constituída em França.

Feita esta introdução, o soldado José M. João, embarcou em Maio de 1917 para França, tendo sido  colocado no Depósito Misto da Base a 16 de Outubro de 1917, fazendo a sua aprendizagem na área da Engenharia, na Companhia de Pontoneiros

Fig.1. - Exercicios de Pontoneiros-(Tancos)

Seguindo  a evolução trágica da guerra e as condicionantes do seu percurso militar, tomou parte activa na batalha de La Lys,  enquadrado nas Companhias de Pontoneiros, tendo posteriormente sido colocado na 3ª Companhia de Sap.Mineiros.
Fig.2 - Sapadores Mineiros

Há fortes evidências de ter começado pelo B.I. 30 de Bragança, pertencido ao Batalhão de Pontoneiros e acabado no Depósito Misto da Base, em França. O seu trajecto militar é diferente dos seus outros camaradas de Angueira, do qual se destaca do grupo maioritário (Tius: Adriano, Lopes, Galhardo, Bernardo e Sebastião) e dos outros percursos singulares:Fernandes, Lopes, Luís e Martins.

Restam hoje, já poucos testemunhos directos acerca  destes soldados, pelo que quaisquer comentários são sempre bem-vindos. Embora, sendo todos eles de origem humilde, os valores por eles defendidos deveriam fazer corar de vergonha os actuais mandantes da república, onde a ganância, o tachismo e a corrupção impera sobre estes esteios de soldados do passado, humildes e generosos.

As penas militares, a que quase nenhum soldado da GG escapou, deveriam constituir lanças e flechas apontadas à impunidade dos corruptos que não respeitam nada, nem ninguém. MM João foi punido por falta injustificada ao trabalho em 16-2-1918, apontando-se-lhe a falta de cumprimento do dever do Artº. 5 do R. D. E. Longe vão estes tempos distantes, hoje esquecidos numa República das bananas, à beira mar plantada.

Complementa-se, assim, a informação da nota anterior [9 de Novembro de 1918].





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