Dias de Liberdade e de combate
25 Aprile 1945 ( Itália) 👫 25 Abril 1974 (Portugal)
A história, por coincidência, regista para a mesma data do calendário dois acontecimentos relevantes para os povos italiano e português. Embora diferenciados no tempo, ambos são concordantes no objectivo da conquista da liberdade. A Itália, subjugada pelo fascismo de Mussolini e ocupada militarmente pelos nazis alemães, rebelou-se contra esta situação e adoptou esta data de 25 de Abril como sendo o momento da proclamação da insurrecção geral lançado pelo comité "Comitato da Liberazione Nazionale Alta Italia (CLNAI)", a partir de Milão. Foi um movimento que congregou esforços de grupos de resistência. As formações principais da resistência (partisans, partigiani, controlados pela CLNA) foram: as Brigadas Garibaldi Comunistas, as Brigadas da Acção Partidária Justiça e Liberdade e as Brigadas Socialistas "Mateotti". Vários grupos mais pequenos, varrendo transversalmente correntes de pensamento diferenciadas como católicos, anarquistas, republicanos e monárquicos, entre outros partilhavam da mesma insatisfação, embora não fizessem parte da estrutura CLN.
O 25 de Abril de 1974
Comparando estas duas datas, no que ao povo português concerne, a conquista da liberdade foi alcançada através do movimento militar MFA, com forte adesão popular. A guerra colonial flagelava o povo português atingindo os seus jovens e a economia do país. O governo salazarista, com raízes matriciais no registo italiano de Mussolini, asfixiava a liberdade de todo um povo. A história e a evolução dos acontecimentos posteriores é de todos conhecida. Uns, a maioria, aplaudindo a data, outros, em minoria, repudiando-a. A causa remota da situação, aponta para a presença militar portuguesa na Grande Guerra (1914-1918) com a finalidade de garantir as colónias, com base no direito histórico, das Descobertas. O regime salazarista não envolveu, directamente, o povo português na Segunda Guerra Mundial-WW2, mas não soube olhar para o futuro, isolando-se no orgulhosamente sós e ignorando os novos ventos da descolonização. O ódio ao 25 de Abril de 1974, provindo das muitas vítimas da descolonização, resulta grandemente, creio, da política salazarista, cega e absurda, que não soube ler os novos ventos de mudança, após a Segunda Guerra Mundial.
Os resquícios e fragmentos da divisão da sociedade portuguesa são ainda hoje visíveis e transversais. A liberdade conquistada tem obviamente o seu preço. No solo exclusivamente português (Portugal) - a liberdade foi oferecida pela Revolução dos Cravos, embora com períodos de flutuações políticas de risco. Numa escala de horrores humanos, o preço da liberdade em Portugal é ínfima (embora haja vitimas como sempre existem nas revoluções) quando comparada à conquistada pela Itália de 1943-45. Neste período italiano, confluíam a convulsão fascista, a ocupação militar nazista alemã, os dramas materiais da sociedade devido à guerra, a opressão fascista sobre populações pacificas que repudiavam simplesmente a guerra. O caldeirão vulcânico de todos estes factores em Itália torna o 25 Aprile 1945 incomensionalmente maior que a própria realidade portuguesa de 1974.
Abril 1974 (Largo Carmo, Lisboa) |
Trio da vida airada, em tempos de risada, seráfica e palermóide |
O cidadão português comum, na sua maioria com pensamento divergente das classes políticas, assistiu e assiste, amorfo a eventos decisivos que, sem o saber, lhe complicam a vida real. As classes políticas portuguesas são o que são e valem o que valem. Falta, manifestamente, sentido crítico à sociedade civil que ainda não interiorizou que a luta política se traduz na ida ao pote das finanças públicas. O trio da direita e o inesquecível Relvas da aldrabice, determinou a junção de freguesias, com o argumento de diminuição da despesa pública (falsidade evidente). Vende-se a escola de Angueira, sem conhecimento da população, com o argumento manhoso de publicação no local de costume. Os Sérgios desta vida são louvados pela genialidade e descoberta destes bens culturais, com o argumento de grande despesa de manutenção (vidros, etc.). Na penumbra, organizam festanças e projectam edifícios faraónicos, com ar condicionado para gáudio de moscas e moscardos.
A genialidade de alguns (com fanfarronice de acesso a projectos europeus) leva os crentes à votação popular. A ida ao pote público só contempla os mesmos. Triste sina. E, voilà, as populações passam sede em tempos quentes de verão e as correntes do Angueira deslizam, apressadas, em direção ao mar. Para a mentira valer, é necessário a mentira continuada.
Não consegue, ainda, o cidadão comum descodificar: o populismo, as meias palavras, as inverdades, os desvios, os figurões da política, os comentadores(as), os interesses mediáticos e económicos, os pobres e tristes desempregados partidários que seguem como cães de fila, os seus iluminados políticos. E a sociedade tem tudo à mão desde as TV grotescas até às TV, manipuladoras da opinião pública e das imbecilidades permanentes.
Após 49 anos de percurso, qual a foto instantânea do panorama político do país? Que conquistas, que desenvolvimentos, que valores perenes? Que artistas políticos nos governam? Que partidos, que ideologias, que governação, que governança? Que futuro? Que dirá a gente citadina da fotografia acima? O que pensará o mundo rural dos agentes políticos ao longo deste percurso de 49 anos? Quantos no meio daquela juventude, ansiosa de liberdade, paz e justiça social, se venderam às ideias peregrinas duma exploração humana desbragada e enganosa? É precisamente a descodificação das mensagens enganosas, de todos ou quase todos os partidos políticos que hoje está em causa. No caso italiano do 25 Aprile, várias correntes de opinião e de ideologias, permitiram conjugar esforços para a conquista da liberdade, pelo derrube do fascismo de Mussolini. Mas que liberdade se alvejava? Há princípios genéricos que permitem essa descodificação ou, pelos menos, a sua compreensão, sob pena de, individualmente, se entrar em paranoia e desespero. Já não é coisa pouca, procurar deixar um mundo melhor do que foi herdado. A ética e moral, em política actual, vagueiam erraticamente pelo mundo da fantasia e, de quando em vez, desperta a consciência humana. A consciência individual é um mundo estranho e complexo, não acessível à sociedade.
É triste sina do povo português apenas ter tido, em toda a sua história, um punhado de homens à altura do seu povo. Nomeadamente, o seu fundador Afonso Henriques, D. Dinis, o Infante D. Henrique das Descobertas, Dom João II e poucos mais. Todos eles definiram objectivos precisos e conseguiram materializá-los. Também com consequências boas e más, como faz parte de toda a actividade humana. Não há verdades absolutas, nem mundos separados do bem e do mal. As sociedades movem-se nos variados tons de cinzento.
Nestes tempos duros (crise deste Abril 2023), o choque das personalidades governamental e presidencial estalou. Ironicamente, nada de mais divertido para o cidadão comum que assistir ao espectáculo picante e teatral e à adivinhação dos comentadores TV. Galos de crista na arena política, mas amigos em capoeira fechada, com gladiadores nas arenas das TV. Melhor só visto, nas velhas cavaqueiras de comadrice maldizente, em terras perdidas num mundo rural. Ao Marcelo sobram os tempos de menino traquinas, que aos meus colegas de escola se aplicava no acto a devida correção. Usa e abusa dos meios de comunicação. Hoje ao que parece vai falar ao povo. E falou! Com voz de trovão, ralhete público, aniquilamento de um Ministro (Galambas). E, em tom de mestre, definiu os critérios da sua avaliação do Governo. Ameaçador de penalizações futuras, vigilância férrea, e critérios de respeitabilidade, credibilidade, ... .Ou seja, aguarde-se pelo futuro ... e pelos próximos rounds! Espectáculo de horror...
Os comentadores alinham agora pelo diapasão, desafinado, e soando a falso do PR. Os portugueses fiquem tranquilos: os comentadores que ameaçavam com bomba atómica e até bomba de neutrões já não falam mais em ameaças para os tempos próximos. O registo do PR é mesmo este. Ameaça, reiteradamente, o Governo! O PM reagiu e, quem conhece o estilo do PR, quando chega a hora da verdade, recua nos seus propósitos bombistas, segundo os comentadores. Todo este quadro, por causa da língua - picareta picante, martelando em contínuo. Ou seja o PR foi criando um problema! Que ganhou o povo português nada ! Como ao PR se lhe reconhece inteligência de sobra, nunca faria com que o seu nome ficasse ligado a um Governo onde o CHEGA lá estivesse! E claro sabia e sabe de antemão que o Montenegro não dá garantias. Fez espalhafato verbal, para tudo ficar na mesma.
O comportamento leviano e quixotesco, revelado em alguns momentos, desde as incontáveis selfies à manifestação aos média, em escala desmedida. Eis um exemplo fresco: Ontem foi jantar ao exterior, com privilégio de cozinheira privativa à ordem, disponível a qualquer hora do dia!
Já pouco importa, a concordância ou não entre PM e PR, o mal está feito. O povo português, se não houver juízo e bom senso por parte de ambos, vai pagar caro semelhantes parvoíces. O PR perdeu credibilidade e o povo português sabe que ,se houver bom senso a única saída airosa para o PM é, substituir em tempo oportuno o seu ministro Galambas e proceder a uma restruturação mais ou menos profunda, em tempo oportuno, que governe com eficácia e com sentido social profundo, com satisfações equilibradas e justas de sectores do estado e seus trabalhadores. Quanto às TV , e ao seu conjunto de pretensos experts, tem o povo português um bom exercício pela frente- separar o trigo do joio.
Com linguagem refinada, onde os advogados do compadrio substituem a velha terminologia de roubo, por desvio, das mentiras declaradas, por inverdades. Onde assistentes de bancada se distribuem pelos jornais obervador(es), pelos blogues blasflémios e seus animadores. Onde ídolos se criam e destruem, mutuamente, desde os Coelhos de Passos, onde os escribas pagos à linha defendem a sua dama e os Montenegr(i)nos se procuram afirmar como os lídimos representantes do povo português, pela negação e pelo azedume. Nem um simples vislumbre do que pretendem fazer. Pensamento e acção nem vê-los. Púcaros de barro, cheios do nada. Povoados de jovens turcos das várias juventudes PSD e do PS em variantes Galambas, deste mundo blogueiro de aventare(es) e quejandos. Acrescenta-se aqui, uma célebre interrogação da Primeira Guerra Mundial "
Foram os soldados ingleses da Grande Guerra (WW1) realmente leões comandados por burros?
Então, o duelo presidencial vs governamental (Marcelo vs Costa) teve o seu desfecho, que se irá prolongar até ao próximo combate. O primeiro round, não foi adivinhado pelas TV, jornais e seus peritos (expert, politológos ..., ) onde a narrativa impera e as ciências exactas escasseiam).
Costa, habituado, a estas lides políticas, desenvolveu uma nova chicuelina (figurado), conduzindo o PR ao terreno que, por ora, mais lhe convém. O IL chama-lhe "encenação". Contra tudo e contra todos (Vêr a sua justificação), não aceitou simplesmente a carta de demissão do Dr. J. Galamba. Bastou-lhe invocar a sua prerrogativa de P.M. O PR, já longe do ambiente dos afectos, foi vítima dele próprio e do canto de embalar do PSD e do Chega para eleições antecipadas, com ameaças veladas ao PS. Como era de prever, os seus comentários iriam desembocar em duelo. As traquinices de Marcelo, mais dia menos dia, iriam ter consequências.
Como exercício imaginário, o cidadão faça deslizar a sua já dramática vida pela correnteza de ideias do CHEGA ou aparentado IL. Ou do Montenegro, que sofre dum defeito grave: não consegue pronunciar a palavra CHEGA. Baloiça ao sabor dum amor de perdição. O artista-môr do CHEGA descoberto pelo riso amargo do P. Coelho. Compagnons de route, talvez.
Pelo facto do PR ser um indíviduo inteligente, o seu fascínio pelo comentário levou-o à insensatez, e como toda a gente consegue descortinar o Montenegro e os seus acólitos formaram a 3ª linha de combate do P. Coelho, em tempos duros e de sofrimento para o povo português e não representam ninguém esclarecida. E muito menos, enchem a medida de convicção do PR. [Um certo respeito merece Passos C. por ter representado o governo português em tempos de humilhação, mas nada mais além]. Voltaram agora, como fotocópias infiéis em triangulo limitado.
A situação política actual é de cheiro a pantanal. Com serpentes, aptas a bicar com veneno letal. Claro que a trapalhada da TAP e as mentiras (inverdades) que impregnam todo o processo desde o seu início com P. Coelho e os seus boys até esta fase opaca e degradante do PS constitui o ponto alfa da triste situação política actual. Por erros do PS, deixou-se enrolar num pantanal. Onde cada pergunta dá origem a novas perguntas. A uma inverdade se sucede outra inverdade, num processo sem fim. Que, invariavelmente, conduzirá a mais sofrimento do povo português. Venda da TAP ao desbarato, penalização dos portugueses com mais dinheiros metidos na TAP e, por último, rezem os portugueses aos deuses para não despertar a subida das taxas nos mercados internacionais dos empréstimos, por ora adormecidas.
Os pormenores dos casos e casinhos (que existem em demasia e são reais) e de que o partido socialista e sua maioria PS são responsáveis só revela a absoluta necessidade de controlo das maiorias.
O mesmo se aplica ao burgo de Vimioso, onde o regime asfixiante do PSD se propaga como erva daninha, sem controlo nem responsabilização. A mentira do Relvas e dos seus acólitos locais, baseados na economia da junção de freguesias é, para quem quiser vêr a ética e a moral do PSD local. O importante para os vampiros é o acesso ao pote. Razão da canção do Z. Afonso [ https://www.youtube.com/watch?v=ZUEeBhhuUos ].
A infinidade de questões envolvidas não se compraz com uma abordagem simples de tão extensos, numerosos e complexos temas envolvidos. Todavia, para atenuar um pouco o estado exaltado de alguns espíritos, o PS está a seguir uma política drástica de redução da dívida portuguesa (situada em 2023 de 114% do PIB), obviamente à custa dos portugueses, com cortes brutais de serviços básicos na Educação, no Serviço Nacional de Saúde e quase todos os sectores da Administração Pública.
O povo português não se deixe enganar pelos missionários ardentes da teoria do privado e da sua glorificação. Pelos incompetentes boys que enxameiam os corredores do poder,sem excepção (do autárquico ao governativo).
Uma conquista digna da revolução de Abril 74 foi materializada na concretização do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e a primeira linha de defesa consiste na rejeição das ideias liberais e liberalóides que grassam por muitos partidos, juventudes partidárias e não só. Com o objectivo não declarado da ida ao pote. E então com o montante do PRR á descrição será um fartar vilanagem. O PR aqui tem toda a razão, é necessário vigilância máxima.
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