segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Resultados das Eleições Legislativas - 2015


No Reino do Pafistão ...

No texto anterior, Fernando Torquaz escreveu:

"A coligação  PSD/CDS revela a falta de transparência, medo e despudor desta dupla de lixo tóxico, que se mascara debaixo duma sigla que designam por PaF, que poderia de igual modo chamar-se: PeF, PiF, PoF ou PuF. Escondem-se como cobardes, esquecendo a história dos seus partidos. Em termos simplistas dos reinos oportunistas do Pafistão ou Passistão, no dizer da dupla. A tacharia destes reinos faz esquecer o celebrado dito que se lixem as eleições."

O portugueses votaram, em plena liberdade, e o dia seguinte tem que ser escrito pela contagem dos votos entrados nas urnas. Houve votação, está votado! O resultado da contagem conduziu à elaboração da tabela abaixo, a partir dos dados obtidos em SGMAI - Eleições Legislativas - 2015



Partidos %
PPD/PSD.CDS-PP
36.86% de Votos
36,86% 1.993.921102
PS
32.31% de Votos
32,31% 1.747.68586
B.E.
10.19% de Votos
10,19% 550.89219
PCP-PEV
8.25% de Votos
8,25% 445.98017
PPD/PSD
1.50% de Votos
1,50% 81.0545
PAN
1.39% de Votos
1,39% 75.1401
PDR
1.14% de Votos
1,14% 61.6320
PCTP/MRPP
1.11% de Votos
1,11% 59.9550
L/TDA
0.73% de Votos
0,73% 39.3400
PNR
0.50% de Votos
0,50% 27.2690
MPT
0.42% de Votos
0,42% 22.5960
NC
0.40% de Votos
0,40% 21.4390
PTP-MAS
0.38% de Votos
0,38% 20.7490
PPM
0.28% de Votos
0,28% 14.8970
JPP
0.26% de Votos
0,26% 14.2850
PURP
0.26% de Votos
0,26% 13.9790
CDS-PP
0.14% de Votos
0,14% 7.5360
CDS-PP.PPM
0.07% de Votos
0,07% 3.6540
PPV/CDC
0.05% de Votos
0,05% 2.6590
PTP
0.03% de Votos
0,03% 1.7480

Abstenção



44.14%
Nulos: 89.544 (1.66%) Brancos: 112.851 (2.09%) Não Votaram: 4.273.748

Dos números reza a história:

A - Queira ou não queira a dupla Passos-Portas e o seu mentor Ministro sem Pasta, ausente em qualquer República das Bananas, os dados numéricos mostram:
  • O resultado do somatório dos dois partidos coligados, mascarados na sigla: PaF=PPD+CDS teve um número de deputados igual a:
    • N_Deputados (PaF)=97+5+3+(2)=107
      • Os mascarados (PPD,CDS) perderam 30 deputados, relativamente a 2011.
        • Perderam a maioria absoluta e, consequentemente, "o quero, posso e mando"
          • A dupla Passos-Portas perdeu a confiança cerca de 819000 eleitores.

B - A vitória à Pirro, desta dupla tóxica, traduz-se em perda da maioria absoluta, sem suporte parlamentar e, após a paranoia e  a euforia desmedida da noite eleitoral de 4 de Outubro, esta dupla volta à mentira, toldando de nevoeiro os espíritos menos críticos e intoxicando Portugal com tretas para adormecer os incautos. Passos Coelho, perigoso imbecil, em todo o seu esplendor. Qualquer cidadão lhe conhece as manhas e o chico espertismo. A sua patetice é estimulada pelos tachistas sem remissão, galantemente enganados por conveniência e outros tantos, facilmente modulados pela acriticidade dos seus espíritos. Vamos, de novo aos números.

O método de Hondt permitiu eleger à PaF: 5 deputados, com apenas 81054 votos e ainda mais 3 deputados pela emigração com base em  28000 votos contados.

    • A lei eleitoral permite eleger deputados com um número muito inferior de votos contados, à de muitos partidos votados. Assim, todos os partidos abaixo do PAN (tabela acima), não conseguiram eleger nenhum deputado. Milhares de votos deitados ao lixo!
      • A PaF conseguiu eleger mais uns deputados, com base na contagem de votos pelo método de Hondt, manhosice de que a PaF propositadamente tirou proveito.


    Apesar destes detalhes, os dados numéricos relevantes são, no entender de Fernando Torquaz, os seguintes.

    A soma dos votos das Eleições Legislativas de 2011, no que concerne aos partidos PSD + CDS totaliza: PPD+CDS=2813729 votos(total), em que a percentagem de votos CDS relativamente aos votos PSD é igual a cerca de 22%.


      • Soma_Votos(2011)=Votos(PSD)+Votos (CDS)=2159742(PSD)+653987(CDS)
        • Soma_Votos(2015)=Votos (PaF+PSD)=1993921
      • Decréscimo_votação PaF= - 819808 votos!
        • Aumento_Votação PS= + 179517 votos!

    Quer a dupla e seus sequazes goste quer não goste, a proclamada vitória eleitoral significa uma vitória à Pirro da PaF e uma inegável perda de votos por parte desta. Em rigor, a P. Portas, saiu-lhe a sorte grande, pois não é claro se está varrido da face eleitoral desta terra já que o número de votos do CDS em 2011 é inferior ao número de votos perdidos em 2015. Se admitirmos que o CDS ainda existe, então o número de votos-não mascarados do PSD, diminui substancialmente cerca de 22% e andará próximo dos :80+5+1< 89 PS. Os dados da dupla tóxica estão viciados. Também se terá de admitir que a votação PSD (genuina) é inferior à do partido em 2011, e só então discutir-se a comparação com o PS. Passos Coelho mascarou-se e vestiu a sua farda branca, de coelho albino.

    O menino de Belém trouxe prendas antecipadas à coligação PaF e os reis magos não andam por perto para vigiar a saúde dos josés e das marias. É a caldeirada política, à portuguesa. Se há algo de previsível, é o céu de Boliqueime. Resultado de políticos imberbes, coelhinhos atrevidos, mentirosos e inseguros. A maioria dos portugueses, por uma ou outra razão, estão contra a dupla destes falsários. Escudados, porém, pelos Bagões, Barrosos, José Fernandes, Ferreira Leites, Lobos Xavier e plêiade de estrelas cintilantes que, longe  dos telhados de telha vã e das angústias da falta de  carapaus para o jantar dos filhos, vêm o mundo real através do seu caleidoscópio. Muitos acoitam-s, gordose anafados, pelas TV e pelos jornais.




      C- Quer a dupla queira quer não, há muitos cidadãos eleitores que apenas procuram a verdade, por oposição aos acólitos passo-portistas  que ocupam todo o espectro do espaço político desde os aldrabões relvas, até aos corruptos marcos antónios da praça, aos jornalistas de estatísticas fáceis, aos jornalistas observadores, às TV do crime e do sangue, aos tachistas declarados e aos candidatos desempregados das várias juventudes, sedentos do acesso fácil ao pote público. Este pantanal há muito que foi criado, sendo as correspondentes facturas BPN, BES e quejandas virtualhas de podridão  oferecidas, neste enquadramento, ao cidadão eleitor como prato falsificado de cozido à Portuguesa.

      Regressemos aos números. O estudante das noitadas da 24 de Julho quer agora falsificar a simples aritmética. Todo o cidadão com uma 4ª classe bem feita pode seguir as contas. Tal como fizemos as contas com os deputados da PaF, combinação de dois partidos mascarados, também é possível fazer várias cambiantes com somas de outros partidos, estes - por acaso não mascarados. Assim, várias somas são possíveis:

        Soma 1: PS+PAN
        Soma 2: PS+BE
        Soma 3: PS+PCP
        Soma 4: PCP+BE
        Soma 5: PS+BE+PCP
        ....
        Claro que o cidadão eleitor percebe, com clareza, que o que dói à PaF é uma alternativa que consiga superar os 107 deputados da PaF. Como também percebe que a tacharia associada vive tempos de pânico e de horror. Também intui que o significado dos votos entra no domínio da psicologia e parapsicologia. Não são as sentenças de Passos, Portas e sequazes que, com puro ilusionismo, toldam o pensamento do cidadão. Há e haverá sempre quem pense pela própria cabeça.


        Das várias somas possíveis só um número muito restrito lhe perturba o sono à dupla fatídica. É  claro também que um domesticado Costa lhes facilitaria a vida e de que maneira. Por isso, toda a infâmia, calúnia e falta de rigor são admissíveis. Mas como o centrão  político funciona em termos de dinheirinho na carteira individual do político, todas as piruetas dos políticos matreiros e manhosos são possíveis: trânsfuga(s) de partido, queijos limianos, cisões partidárias, conversão tardia a novos compagnon de route. A autoridade republicana  do barão anquilosado que rejeita a república, atropela as regras constitucionais e declara aberta a sessão maquiavélica de uma estabilidade anti-natura tudo validará.

        Passos Coelho que, de modo arrogante rejeitou qualquer entendimento com os outros partidos-governando sem pudor, vergonha ou qualquer escrúpulo ou ética democrática numa persporrência inusitada de "quero,posso e mando" vem agora propor, de mansinho, um entendimento com ninguém- talvez  PAN no trampolim- e como se depreende, alguém o reduz ao seu papel de PM incompetente e de um mero farsante, sem validade de qualquer tipo. Um PSD jotista, comandando sem qualquer passado ou profissão, um partido que se diz social democrata. Apadrinhado por um presidente ausente, num local ignoto qualquer lá pelas bandas do reino das bananas - que muito bem pode ser apelidado do reino do imaginário PaFistão. O irrevogável mostra a sua arte nas artes de palhaço genuíno. Haja pachorra suficiente para fantasmas do além!

        Fervem, agora, os calções em aperto desmedido quando houve o tempo necessário para resolver a questão das eleições em tempo oportuno e salvaguarda de orçamentos anuais, aprovados no seu período de gestação normal. É ele o responsável  mor do pantanal, complexo e muito perigoso, em que o país está mergulhado. Ninguém tenha ilusões de tempos fáceis, nem no plano económico, político, ou social. A situação atual comporta toda a dinâmica de uma implosão gigantesca em várias frentes partidárias, de desfecho imprevisível, entre eles o  próprio  PS. Os dados foram lançados nas urnas, mas o desfecho das batalhas que aí virão são imprevisíveis. De um presidente em tempo de crise, esperava-se um Nuno Álvares, saiu na rifa ao povo português um bragança sem classe.

        A única certeza reside nas perspectivas amargas do cidadão, lançado num porvir problemático. As lamechas de promessas vindouras por parte da dupla são desmentidas pelos factos. Dívida pública_2015, cerca de 130%. Crescimento económico virtual, apenas  existente em devaneios líricos da dupla tóxica. A propaganda sobrepõe-se ao rigor da análise e dos jornalistas, sábios e isentos, já só resta um odor longínquo no horizonte. Em tempo devido, a Irlanda convidou Portugal para um dialogo. Passos rejeitou. Veja-se agora a sua dívida (da Irlanda) a descer para os 106% do PIB Passos foge da Irlanda e ameaça com a Grécia. Bom era que tratasse antes de arrumar a sua casa. A incompetência paga-se cara, não é White Rabbit?

        Um país lançado às feras do capitalismo selvagem pelas mãos de bestas politicas que nos têm governado, para benefício deles próprios e não dos interesses soberanos de um país. A sanha resultante da PaF contra a Soma 5, não resulta da Constituição - que nunca respeitaram - mas dos tachos que a agiotagem que gira em torno dos partidos, quer manter a todo e custo, e para quem dúvidas tiver quando se trata do dinheirinho da carteira pessoal, vão à descida dos infernos se necessário for.

        O estado actual das coisas tem uma vantagem: acaba com o verniz das maquilhagens políticas e cada político vai ter que escolher o campo de decisão. Hoje, todos os Costas deste país vão ter de fazer opções, com consequências imprevisíveis para o país. Quanto à dupla Passos-Portas, o seu letal suporte dos Relvas e dos Marcos Antónios define tudo. Portas foi engolido pelo decréscimo de votos e, portanto, que anda por aí a fazer? A ensaiar mais palhaçadas, à irrevogável? E qual o verdadeiro PSD não mascarado? Que validade tem fazer a comparação PaF e PS? Para bom entendedor, meia palavra basta. Mentiradas em lume brando.

        Fernando Torquaz, olha para o mapa político a cores e vê duas zonas contíguas de coloração diferente. Interroga-se sobre o significado do voto em Bragança, com o resultado PaF=2, PS=1 deputados. Em primeiro lugar, as eleições são descartáveis pois a previsão dos resultados é de antemão conhecida. Mas se o resultado das eleições ainda permite mudar as moscas, tal não sucede no distrito de Bragança. A bem de um distrito, invariavelmente condenado a desaparecimento precoce. Erga-se uma estátua a Adão, já que as eleiçoeiras Evas, só conduzem a três portões de fronteira: Pocinho, Régua e Vila Real. Sem escapatória possível, para o antigo reino de Leão. Emigrem, emigrem é o grito de guerra da PaF. O futuro será risonho e no dia de São Nunca À Tarde, florescerá em terra sempre adiada um campo de papoilas viçosas. Estes génios da boa governação, encarregar-se-ão de vender em hasta pública todas as escolas de Angueira ainda resistentes ao tempo, onde uns meros 27000 € não podem ser enquadrados em orçamentos anuais de cerca de 14 milhões de euro. Os espaços escolares oferecidos a particulares, à custa da compra de votos. E todos sabem: sabe o cidadão, sabe o vogal, sabe o presidente da Assembleia, sabem os Presidentes. No reino do Pafistão todos sabem, e todos fazem de conta.  Para lá do Marão, mandam os que do lado de cá estão. E tudo a bem da Nação e pelos valores mais altos da Pátria. 

        Poderia a Marselhesa ajudar neste pantanal europeu, mas o seu Presidente prefere serenatas ao luar à sua amada. Todos na Europa, fazem de conta, com excepção da aguerrida Germânia. Os políticos têm andado em roda livre e o Zé Povinho aceita a mentira piedosa de que a abstênção em 2015 foi menor que em eleições anteriores. Falso, dizem os números. Água incolor e inodora, que também vai sofrer o tumultuoso processo das enxurradas que se avizinham. The day after, irá mostrar os efeitos das bombas de relógio, prestes a explodir.


        Passos Coelho, ex-comunista dos seus tempos de imbecilidade descartável, ameaça agora com a matança dos inocentes por uma posição política, diferente da sua. Esquece que, na verdade, não é o centro do mundo nem o inventor supremo da austeridade. Muito antes, os trabalhadores deste país conheceram as situações de miséria extrema e a austeridade imposta corria-lhe nas veias, forçada embora. Pois é, Passos perdido, eleições antecipadas com maioria absoluta na mente constitui um quadro de traços dourados sobre um fundo azul. Só que um PM, de cabeça vazia, provindo de um boeiro não recomendável não faz história. Vai diretamente para o rio Letes!

        Conclusão: Os resultados eleitorais permitem todas as leituras possíveis, umas com carácter doloso intencional, outras não. Ao cidadão competiu usar o seu direito de voto. Nesta altura do campeonato, o Day After- Dia seguinte põe a nu a escolha individual de cada um. Embora o voto individual seja insignificante em termos globais, cada voto conta e cada um terá de arcar com as responsabilidades associadas ao seu voto. Gostaria que os prognósticos para o Natal fossem auspiciosos, mas as densas nuvens do horizonte fazem temer tempestades.



        Sem comentários:

        Enviar um comentário