domingo, 19 de dezembro de 2021

 Boas Festas de Natal 2021


Fig.1 - Nascimento de Jesus




Fig.2 - Notre - Dame de CHARTRES

A catedral de Nôtre-Dame de Chartres foi inaugurada no ano de 1260. Por volta deste ano, houve a doação de algumas casas de Angueira (ainda existentes) ao Mosteiro de Moreirola. A catedral gótica é celebre pela sua estatuária e pelos seus vitrais. À religiosidade católica do Séc. XIII, associou-se a lenda do manto (Sancta Camisa) que teria pertencido a Maria, mãe de Jesus.  Este manto sobreviveu a um terrível incêndio, de uma catedral anterior à actual. Faz hoje parte do tesouro da Catedral.



Fig. 3- Manto da "Sancta Camisa"


Boas Festas!


sábado, 11 de dezembro de 2021

 Ómicron, a nova ameaça

A mais recente modificação do vírus COVID-19, a variante B.1.1.529 descoberta na África do Sul, ora conhecida por Omicron, levou a Organização Mundial de Saúde (W.H.O.) a recomendá-la como variante " de preocupação". Para a Organização Mundial de Saúde, há evidência preliminares de que se trata  de uma nova estirpe que transporta um "maior risco de infeção que outras variantes de preocupação". 

Todas as precauções assinaladas nestes textos durante os dezoito meses de existência da pandemia Covid-19 devem ser respeitadas, e manda a prudência e o bom senso cumprimento rigoroso das normas da DGS, que de novo aqui se reproduzem.

No que à COVID-19 e à nova estirpe Omicron respeita, as normas simples e eficazes são as abaixo indicadas:

Independentemente da tomada das duas doses da vacina e da toma da 3ª.dose, a regra de ouro para conter o vírus é simples: PRECAUÇÂO MÁXIMA, seguindo as indicações:

  • Distanciamento social
  • Uso de máscara
  • Evitar contactos desnecessários
  • Lavagem frequente de mãos (sabão, álcool-gel)
  • Resiliência e precaução extrema para evitar contactos com o vírus.
  • Toma da 3ªdose -Vacinação (sempre que possível), nos níveis etários recomendados pela DGS
  • Siga, apenas, as indicações da DGS , dos virologistas e dos médicos.

O mundo científico da área médica  ainda não tem resposta para muitas questões pertinente relativas à nova estirpe Omicron. As palavras chave neste momento são: precaução extrema e aguardar com serenidade a resposta, que a ciência certamente irá dar, crê-se em tempo oportuno e num esforço conjugado gigantesco da medicina, da investigação e da indústria farmacêutica. Há tempos de trabalho ,por vezes não compatíveis com a premência urgente de resposta para a pandemia. A questão é muito complexa, mas isso não impede a compreensão do que está em jogo. Embora de leitura pouco acessível para a gente comum, chama-se a atenção para um artigo surgido no jornal el País (Brasil) dirigido para os interessados na área da biologia molecular e do estudo do genoma do vírus COVID-19 original .As 12 letras que mudaram o mundo :ccu cgg cgg  gca.  Em linguagem gráfica (mais entendível), a descodificação destas letras [c-citosina, u-uracilo, g-guanina, a-adenina; moléculas que envolvem  os elementos constituintes básicos: carbono, hidrogénio, azoto] em diferentes combinações descrevem o RNA do vírus.


O genoma do vírus Covid-19 (original) tem cerca de 30 mil letras[parte inferior da gravura] e o material genético está programado para romper a célula humana por meio das espículas, introduzindo-se nas células e reproduzindo-se (fazendo cópias de si mesmo). Ainda de acordo com o texto de El Pais cerca de 4000 letras são responsáveis pela proteína da espícula, que constitui a chave de entrada na célula humana.

A nova variante Omicron apresenta 30 mutações relativamente à variante  delta (até agora dominante) e para o qual as vacinas Pfizer e Moderna, do tipo mRNA, foram desenvolvidas. A produção destas vacinas, em tempo curto, beneficiou de outros estudos médicos em desenvolvimento, para outras doenças. A produção da vacina AstraZeneca, baseia-se noutro processo. Deixa-se o leitor interessado no tema, com a leitura integral do artigo de divulgação do EL PAIS. 


A variante Omicron tem mais de trinta mutações na espícula, chave de entrada para a penetração das células , mais do dobro da variante Delta. Tamanha mudança, levanta a questão de se saber se os anticorpos criados por infeções e pelas vacinas estão preparados para este combate. O conhecimento da lista de mutações, os meios académicos, faz prever novas reinfecções e que algumas partes das mutações são furtivos às vacinas. É tempo de espera e de estudos. O mundo científico interroga-se sobre as possíveis e nefastas consequências. O desconhecimento da nova variante dá origem a novos estudos, que segundo as regras basilares das ciências exactas e, em particular das metodologias das ciências médicas podem ser demorados e quiçá inconclusivas. 

A BioNTech , uma das possuidoras do conhecimento para a criação da vacina, invoca um periodo relativamente curto para a adaptação da vacina m-RNA para a nova variante (cerca de três semanas). Drogas baseadas na diminuição da replicação do vírus mostram esperança e sucesso neste novo combate. O tema é objecto de referência em todo o mundo. Deixa-se aqui, para os interessados, um vídeo (em inglês).Carreque aqui..

A incerteza da ciência é, assim, também projectada para a esfera dos políticos. Em boa prática, esta esfera deve (ou deveria) subordinar-se à área cientifica, mas também não pode balizar-se por ela. Há aspectos da área social que não podem ser ignorados. Em tão grau de complexidade da pandemia, é inevitável que a resposta não seja única e a abordagem do tema seja diferenciado de país para país  (e por vezes, em diferentes zonas de um dado país.

A situação actual do país a {10-Dez-2021} é descrita no relatório da DGS. 10.12.2021 (clique aqui) . De acordo com o relatório, o concelho de Vimioso apresenta uma taxa de incidência acumulada muito elevada 707 (entre 450 e 959,5) exigindo-se máxima prudência. As autoridades locais e sanitárias prestarão certamente, tal como no passado, todo o apoio para a resolução do problema. O contributo individual é importante. Facilitismos e incumprimento das regras básicas acima indicadas, só virão complicar a situação.

Em Portugal, país de iluminados, onde facilmente se transforma um tema complexo (o da pandemia) em mero palpite e opinião sem qualquer fundamento, quer a Ministra da Saúde quer a DGS têm sabido conduzir [apesar dos erros, omissões e alguns falhanços] a carta a Garcia. É claro que existem muitos sectores discordantes. Alguns embirram com os berloques usados pela Directora Geral de Saúde. Para lá destes devaneios comuns a ilustres senhoras, é segundo nosso entender digna de credibilidade de pensamento (com pequenos erros de comunicação à mistura). E dúvidas intrigantes : Como se explica a elevada taxa de mortalidade? Apenas a pandemia COVID-19 é apelativa para o Governo? Há uma guerra de fundo, entre o sector público e privado, dos cuidados de saúde. São milhões em discussão. A população portuguesa, tem o SNS, conquista visível e que deve ser acarinhada como uma das conquistas maiores de Abril. Com todos os problemas associados desde a falta de financiamento em sectores chave até à fuga dos médicos para o sector privado. 

Os partidos políticos olham para o seu umbigo e perdem-se em questões de lana caprina. Pobre Rangel, pobres Montenegros, pobres órfãos santanistas, pobres coelhitos perdidos na serrania do Marão. Em tom jocoso, as setas venenosas atiradas ao sócrates "gay", transformaram-se em setas de cera, perdidas no esquecimento dos mesmos artistas.

Quanto a isso, é esclarecedor a guerra assassina no interior do PSD. Discute-se, com clareza a luta pelo pote (dinheiros públicos) e pelo poder (ser ou não ser Primeiro-Ministro). Os Portugueses certamente abrirão os olhos. A corrupção alastra desenfreada pelo país. Os partidos não formam para o serviço público, mas para a tacharia que advém da tomada do poder. O poder corrompe, diz a história. A arrogância dos Medinas e das suas descabeladas imposições das ciclovias tiveram efeito prático. A persporrência e insensatez dos Cabritas moldam o pensamento e a acção do cidadão comum. Os lisboetas, cansados das veleidades camarárias, mudaram a agulha, numa vitória à Pirro traduzida nalguns milhares de votos, numa cidade como a de Lisboa. Assim surgiu do nada, o homem dos UNICÓRNIOS. A palhaçada da rica câmara lisboeta continua. Os pilaretes e as ciclovias proliferam como as vespas asiáticas. A fantasia dos Unicórnios não passa de má poesia e de fraca representação. Não tendo tempo para pensar o país refugiam-se nestas quimeras.

Ao P.R. agrada um qualquer outro centrão. Terreno fértil para a corrupção. Agora, no terreno prático, as selfies terminaram. Entretanto, o país profundo definha e vai-se extinguindo em lenta agonia. Com os insultos das telefefónicas sobre as populações do interior e da ditadura governamental da digitalização forçada. Pobres cidadãos, sem meios económicos, sem conhecimento básico do mundo digital, atirados às feras em modo circo romano.

A ser verdade, o acesso de duas aldeias de Vimioso a pequenas Lojas do Cidadão constituirá um crime de lesa pátria. Perguntar -se -à então a quem obedece o chefe máximo da Câmara Municipal? Ou tratar-se-à de um pensamento Unicórnio, alardeado por dois iluminados e que ecoa pelas serranias transmontanas?

A política séria, com pensadores profundos e equilibrados, transformou-se numa farsa de agentes políticos vendidos a pataco.

{NOTA FINAL - Proteja-se a si e aos seus próximos, procurando seguir as normas acima indicadas. Relativize os problemas. A saúde individual e colectiva é o mais importante. Siga a indicação dos organismos da saúde responsáveis. Os polítiqueiros não passam de pílulas amargas que temos de aguentar. A Polícia Judiciária (PJ) fez a sua parte com a prisão dum banqueiro. A Justiça que faça a sua parte.}

sexta-feira, 24 de setembro de 2021

 Música lírica dos políticos : La LA, La LA, La LA

A canção lírica de Mary Hopkin "Those were the days my friend (1968)a tão grande distância temporal, permite ainda relembrar velhos  tempos em sociedades já democráticas. A letra da canção, simples e intuitiva, recorda-se aqui.Leia o texto completo (s.f.f.) enquanto ouve a canção (traduzida em português), se assim o entender.

Aqueles eram os dias (1968)

 

INSTRUMENTAL

 

Era uma vez, havia uma taberna (bar)

Onde costumávamos celebrar com  um copo ou dois

Lembra-te como nos riamos fora de horas

e sonhava em todas as grandes coisas que iria fazer

 

aqueles eram os dias, meu amigo

Nós pensámos que nunca iam acabar

Iriamos cantar e dançar para sempre e um dia

Nós iriamos viver a vida que escolhemos

Nós lutávamos e nunca iriamos perder

Nós éramos jovens e seguros de seguir o nosso caminho


La la la la la la, La la la la la la

Aqueles eram o dia, oh sim, aqueles eram os dias

 

Então os anos ocupadas foram correndo por nós

Perdemos as nossas noções mirabulantes no caminho

Mas se por acaso, um dia eu o viesse  na taberna

Então iriamos sorrir um para o outro e diríamos

 

aqueles eram os dias, meu amigo

Nós pensamos que nunca iam acabar

Iriamos cantar e dançar para sempre e um dia

Nós iriamos viver a vida que escolhemos

Nós lutávamos e nunca iriamos perder

Aquele era o dia, oh sim, aqueles eram os dias

La la la la la la, La la la la la la

Aqueles eram o dia, oh sim, aqueles eram os dias

 

Um dia, certa noite, eu estava diante da taverna

Nada parecia o caminho que costumava usar

No vidro eu vi um reflexo estranho

era aquela mulher solitária realmente eu?

 

aqueles eram os dias, meu amigo

Nós pensamos que nunca iam acabar

Iriamos cantar e dançar para sempre e um dia

Nós vivíamos a vida que escolhemos

Nós lutávamos e nunca perder

Aqueles eram o dia, oh sim, aqueles eram os dias


La la la la la la, La la la la la la, La la la la la la

La la la la la la, La la la la la la, La la la


Aqueles eram o dia, oh sim, aqueles eram os dias

 

INSTRUMENTAL

 

Através da porta, veio o riso familiarizado

Eu vi o teu rosto e ouvi você chamar pelo meu nome

Oh meu amigo estamos mais velhos, mas não mais sábios

Em nossos corações ,os nossos sonhos ainda são os mesmos

 

aqueles eram os dias, meu amigo

Nós pensamos que nunca iam acabar

Teremos cantar e dançar para sempre e um dia

Nós vivíamos a vida que escolhemos

Nós lutávamos e nunca perder

Aqueles eram o dia, oh sim, aqueles eram os dias

La la la la la la, La la la la la la, La la la la la la

La la la la la la, La la la la la la, La la la

Aqueles eram o dia, oh sim, aqueles eram os dias

 

La la la la la la, La la la la la la, La la la la la la

Tradução de "Those Were The Days"

O tempo era de esperança e a doçura da  cantora não fazia prever grandes tempestades em países democráticos. Mas mudam-se os tempos e as vontades. As novas gerações também mudaram o seu padrão de vida e de valores, já que o mundo é composto de mudança. O bem mais precioso do mundo é a sua juventude, e os desvios comportamentais são mais devidos à população adulta que à irreverência própria da juventude. Aqui fica a versão SUZYY70  da mesma canção, da actual geração dos Ipad e dos Iphone 13, topo de gama.  A esta deve juntar-se a crise pandémica COVID 19, que para muita juventude pobre vai ter um efeito devastador.

Em Portugal, a esperança chegou em Abril de 1974. Para muitos dos nossos compatriotas foram tempos de luta, perda e sacrifício (colónias). Todavia a esperança não morreu. Os sonhos, embora cada vez mais distantes continuam a ser os mesmos. Os políticos, em roda livre, de crista levantada e letais como os escorpiões, vão causando danos irreversíveis na esperança de todo um povo. Mais uma vez, as eleições autárquicas servem interesses instalados e não o povo a quem deviam servir. Eis a justificação da canção lírica aqui apresentada  : "Aqueles eram os dias ". A freguesia de Angueira, perdeu a sua independência à mão dum aldrabão e dos seus seguidores locais do PSD, à custa de atribuição de área pública na compra de votos (escola), da venda de uma escola primária e das muitas inações, desleixo e abandono. Não basta o PSD cantar: La La, . . . , em eleições sucessivas, é necessário fazer obra, com equilíbrio e justiça. O PSD local pode proclamar-se reinante sobre um povo amorfo, que tudo aceita, mesmo contra os seus próprios interesses de povo.

A incompetência é manifesta. Segundo os locais, as obras do chafariz transformam-se em pântano de inverno. A miopia política e a animosidade manifesta contra a população não lhe permite vêr a média distância sequer Ignoram os eleitos que ao longo de Angueira corre um ribeiro (do Pio), que merece ser tratado condignamente, desde o Vale até à foz. Que faz a Câmara Municipal de Vimioso? Nada. Mas não existem engenheiros na CMV que evitem erros primários? Ou anda tudo ao deus dará. Arranja projectos europeus para embelezar palácios de burros e queimar todo o financiamento no munícipio de Vimioso, na pobre Bilica. O tratamento dado pela CMV às populações das aldeias é exactamente o mesmo do Governo Central sobre as regiões despovoadas do interior.  A Bilica acabará em destruição total, como os eleitos da CMV fazem exactamente às aldeias.

Embelezam a Bilica com uma central de camionagem. Não pensarão nas populações das aldeias e fazer circular um autocarro, com periodicidade mínima de uma vez por semana. Angueira tem muito que contar sobre este tema.

Não há dinheiro para desvio de camiões pesados (pequeno troço), mas há dinheiro para abertura de desvios na Bilica (saída de V. para Caçarelhos). Que fazem os representantes? Aceitam passivamente até ao fim dos tempos.

O PS tem também contas a prestar. Entre elas, a causa profunda da instalação do PSD, ad aeternum na CMV. O PS nacional arvora-se já em dono disto tudo. Isto mesmo é dito pelo PSD, mas este partido tal como o CDS, entre outros sofrem do mesmo mal, com a agravante de não terem vergonha. Enquanto o povo não se aperceber do jogo dos partidos, novas agências de emprego, nada se vai alterar. Continuarão a ser comprados votos e interesses ocultos. Desembocam na corrupção.

As eleições autárquicas não passam de gritaria de rua. Distribui-se panfletos de ideias vazias e inócuas. Engrenagens que se reproduzem a si mesmas. Com o elo vital do dinheiro safado e que arde em corrupção. A malta isaltina é o paradigma do critério de um povo. Neste caso, na Amadora mas que se propaga pelo país inteiro. O PSD deixa orfãos muitos cidadãos portugueses. Veja ao que levou a   incompetência e o oportunismo dos dirigentes PSD recentes:

Durão Barroso (maoista reconvertido), Santana Lopes (Enfant terrible, com laivos de Play Boy), Passos Coelho (PM, sem estudos, carreirista incompetente, rampa de lançamento do Chega e da enfermeira passista).

Rui Rio, após a derrocada do Passos e com alguns pingos de dignidade teve direito à dúvida inicial, mas meteu-se num pântano ao escolher figuras de 3º ou 4ºplano por sinal transmontanos) e um líder para a A.R., que sofre humilhações sucessivas. Espreitam os Montenegros, o que é sempre possível dado o ninho de demónios (segundo eles) no seu próprio covil.

Infelizmente, dos tempos do "Those were the days", já só resta o Gen. Eanes. Dos poucos que não esqueceram Otelo. Dos poucos que soube lêr a História e vêr para além da tirania de Napoleão ou Júlio Cesar, entre muitos.

As considerações sobre as autárquicas anteriores são exactatamente as mesmas. Desleixo e abandono das aldeias por parte da CMV. Assim se queimaram 8 anos seguidos de vida. Não há mais esperança. Este texto constata, apenas, factos. E como de há muito se percebe, as populações são vítimas delas própria em diversões eleiçoeiras. Ironicamente, apontam para salvadores da pátria, mas não conseguem descortinar que a raposa se encontra no seu galinheiro.

Aproveite para vêr  o trio de filmes sobre a Trilogia dos Dólares, da responsabilidade de Sérgio Leone (spagheti italiano) . Por um punhado de dólares, Por uns dólares a mais e Três Homens em conflito. Deixe-se guiar pela crítica dos Cahiers du Cinema, e verifique que uma ideia que agrade ao grande público é, muitas vezes, difícil de superar pelas elites. E vice-versa. Os tempos actuais são de superficialidade absoluta e perder tempo com polítiqueiros aldrabões e as TV que lhe dão guarida é pura perda de tempo.

Não se esqueça que cinema é cinema. Tiroteiam de príncipio até ao fim do filme, mas no final estão todos vivos. Naqueles tempos de "Those were the days", todo o estudante que se prezasse não perdia um bom western.


 

Clique aqui :The Good (o Bom), the Bad (o Mau) e the Ugly (O ciníco)" , na sua cena final, com música de Ennio Morricone. Os outros filmes podem ser procurados na Internet, se os mandantes do reino o consentirem.

sábado, 14 de agosto de 2021


 Relaxação de verão!

Ó mar salgado, quanto do teu sal são lágrimas de Portugal

Ó mar salgado, quanto do teu sal

São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!

Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.
Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.

Fernando Pessoa Pessoa, F. Mensagem. Poema X Mar Português
Relaxação temporária  sim, mas não facilitismo ao vírus! Nada mais agradável que saborear um café, em segurança, ou apreciando um bom copo de vinho do Porto, ouvindo música tradicional dos muitos povos que habitam a Terra. Deixam-se aqui algumas referências, que por vezes andam associadas a conotações políticas e que podem assumir várias variantes e interpretações. 
Era eu menino e moço, dos tempos em que os verdes anos não exigiam esforços críticos. À sombra da Capela do Santo Cristo, vi pela primeira vez em texto a palavra SPUTNIK. Inúmeras vezes vi satélites varrendo o céu estrelado. Ignorava as batalhas da guerra fria, Ainda com laivos de pureza infantil ,espantava-me com a velocidade estonteante do SPUNIK (Outubro de 1957) e do nome raro da cadela Laika enviada no Sptunik 2, com viagem sem retorno. Uma cadela TROIKA ,companheira de muitas viagens, passeou por todo o território de Angueira. A Troika do infortúnio português só muito mais tarde revelaria o seu carácter punitivo sobre o povo português. No meio desta tormenta epidémica, deixa-se música tranquilizante, património de vários povos e que fazem parte da harmonia musical universal.
1. Canção russa : TROIKA (Trio de cavalos) - BALALAIKA (Instrumento musical), com ilustração de pinturas
    Carregue em (e seguintes)  : TROIKA - BALALAICA
[NOTA: Neste texto recorreu-se ao browser Bing para acesso às ligações referenciadas. Se lhe for solicitado o reencaminhamento pelo Google, responda afirmativo. O mundo digital está a transformar-se num colossal meio de analfabetismo, sobretudo em zonas rurais. È normal que surjam anúncios]
2. Canção italiana da resistência e da revolta das mulheres campesinas da cultura nos campos de arroz do rio Pó. Qual ceifeiras alentejanas.
    Canção italiana Bella Ciao, Bella Ciao : CIAO,AMORE CIAO
3. Canção portuguesa (Zeca.Afonso) : CANÇÃO DO DESTERRO
    Canção portuguesa (Adriano C.de Oliveira): CANÇÂO DO EMIGRANTE
4. Leitura do poema de Fernando Pessoa por turistas: TURISMO
5. Os soldados esquecidos do CEP, que garantiram temporariamente as colónias e foram vítimas da ditadura:
     Fado português (Fernando Farinha):  SOLDADO das TRINCHEIRAS
6. Aos filhos e netos destes bravos soldados, a ditadura deu-lhes o barco Vera Cruz e similares, para jogarem o seu destino em roleta russa. Privou-os da sua liberdade, que a emigração ganhou por direito próprio e sacrifícios muitos. O carácter latino destas gentes, de vivência melancólica como a pensativa Maria, entre amigas, despertou pelas décadas de 60 e 70, com o degelo provocado por ondas de canções latinas. Olhitos melancólicos de Maria, transformados pelo olho matreiro de italiano e olhares faiscantes e cruzados da juventude. Tempos de festa.
    L´ Ítaliano vero (Toto Cutugno) : L´ITALIANO VERO
7. Tempos de inocência e de explosão das melhores canções latinas. Destinos cruzados e programas de partilhas de vida futuras. Momentos de Cumparsita e tangos ardentes. A zona de fronteira, apesar de tudo, permitia sair um pouco do sufoco da falta de liberdade.
    Latin Songs :  MELHORES CANÇÕES LATINAS
    Canções latinas :Música de dança_latina
Tempos de História de un amor (French Latino) ou na versão de Guadalupe Pineda, História de un amor (GP)besame mucho, e  "la Cumparsita" para fim de festa . Devaneios de juventude que a realidade não deixará persistir na memória durante muito tempo.

8. A influência espanhola libertava da pobre melancolia reinante, e não havia viva alma que não vibrasse com a Espana Cañi [ Carregue aqui Espanha Cani], ou na versão humorística alemã:  [André Rieu- E.Cani] .
9. Desta infindável lista, deixa-se uma mensagem ao bárbaro Ventura, com a canção de Enrico Macias - da bela Zingarella (Gina Lollobrigida),em contexto medieval . 
    Os tempos despreocupados da juventude que da canção SALUD, DINERO e AMOR colhia os doces frutos já mudaram e a realidade da vida já não permitirá activar os pés agéis d´ outrora e captar os desejos ardentes espalhados pelos bailes. De todas estas palavras cada um registará a sua história. Apenas a saúde será do foro pessoal. Dinero e amor, são termos mentirosos e ambíguos. A juventude actual, também e ainda adere a esta canção.

10. A palavra do poeta está toda escrita na casa da família Lico, em Angueira, hoje em dia, num estado de ruína e abandono. Os membros desta família, supostamente originária de Itália, estão espalhados por todo o mundo, com alguns membros próximos (de um seu irmão em Vimioso) sediados no Brasil, na área da Construção Civil e Gestão de Edíficios, de larga escala.  Se os ecos chegarem à sua empresa, reconhecerá que a reconstrução da casa do tio Lico não passa de uma pequena ninharia.

"Não tem necessariamente que ser assim e deixa-se aqui um repto e desafio aos familiares da família Lico para o novo RENASCIMENTO da aldeia de Angueira " .  


Foto 1- Casa da família de Abílio A . Lico

Constituiria uma excelente Casa do Emigrante, respeitando-se a sua implantação, as vetustas paredes de xisto, os pisos em socalco e tudo o mais. De notar, que Angueira já possui os seus arquitetos, de nova geração, e à dependência camarária pode dizer-se basta de tanto abandono. Falta organização, método e mãos à obra.

Na margem esquerda da ribeira (pontões) há uma courela pertencente a esta casa, como se pode testemunhar.

 A família Lico deve orgulhar-se do seu passado e que o viajante por estas paragens desconhece. Desta habitação saíram para o Brasil os três descendentes de : Abílio Acácio Alves Lico e de Maria Ludovina Fernandes. 

Esta habitação funcionou como complemento do registo civil, durante a transição da monarquia para a República (1910), tendo alguns concidadãos realizado aí os seus assentos de Registo Civil. 

João A. Lico, um dos filhos, de 22 anos emigrou para o Brasil, com data de passaporte passado  em  11-07-1913. Fez fortuna como grande fazendeiro, bem como  o seu irmão António Alves Lico, na zona de passagem das tropas (gado) para São Paulo, contribuindo para o progresso da região. Os seus nomes figuram nas ruas da actual cidade de  ITAPEVA. Mais uma vez , o capital humano serviu para desenvolver outros países.

Um seu familiar, António Lico, militar, posteriormente demitido do Exército (cujo parentesco, não é possível estabelecer, de imediato, com Abílio A. A. Lico) foi um lutador antifascista, oferecendo os seus préstimos dirigidos ao ex-Presidente Bernardino Machado, por duas vezes deposto do cargo de Presidente da República. A última por Sidónio Pais. Casou com uma inglesa no Oriente e  daí geriu uma empresa de exportação de bens e serviços da produtos chineses. Um dos familiares, possuía uma das maiores casas agrícolas                  {Casa Lico-Alpiarça}, ponto de encontro das elites culturais de Lisboa, à época. Os seus descendentes gravitam ainda em torno de negócios no imobiliário.

Para além do pacato e limitado mundo de Angueira, há outros mundos que se guerreiam e fazem das suas gentes meros esteios do poder. O horizonte de Angueira é limitado e para lá das montanhas distantes de Espanha e dos montes do Mogadouro outros mundos podem ser revelados. A emigração cresceu por necessidade e não por gosto ou atração pelo desconhecido. Os fracos recursos deste território forçaram à emigração. Os horizontes físicos observados são os mesmos dos primitivos habitantes do Castro (abandonado e destruído) da Cocolha.

 Muitos dos emigrantes/imigrantes se reconhecerão neste traçado de imagens descritivas , onde, quiçá, a sua vida se desgastou. É tempo de reclamar dos poderes políticos em períodos eleiçoeiros que conduzem sempre a uma mão cheia de nada. Todos os dinheiritos europeus se consomem na vila e em palácios para burros. As aldeias recebem umas migalhas, e tem sido assim ano após ano. Factos são factos e pretender demonstrar o contrário, é adoçante de político.

 É tempo de pensar num renascimento, passo a passo, da aldeia de Angueira. Por que não transformá-la numa aldeia, cativante e florida? O tempo da canção (Angela Aguilar), interpretada por Burcin  LHORONA (clique aqui) já passou, mas a beleza das flores é perpétua.

Há janelas e pequenos cantos para embelezar [com respeito intransigente do espaço público]. Os homens partem, o património fica.

Valerá a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.

Divirta-se e até à próxima!!!





terça-feira, 13 de julho de 2021

Covid-19 [13.07.2021]

Após declíneo da pandemia, volta-se à subida acentuada !

A expansão da pandemia COVID-19 continua. Precaução máxima constitui a regra de ouro para evitar a contaminação pelo vírus, que vai assumindo novas formas. Para os mais pragmáticos, repete-se as normas a seguir. Para os que desejarem compreender um pouco melhor toda a problemática, complexa, da pandemia Covid-19, deixa-se aqui a referência ao sítio (em inglês) de onde deriva a maior parte das normas, seguidas por um grande número de países. { Clique aqui}. Este texto não se substituiu às entidades responsáveis pela informação (DGS) e aos peritos nesta área. A tentação dos políticos se pronunciarem sobre domínios da ciência, só vai culminar em desastre. A começar pelo PR. A insolência e arrogância com que manipula a ciência jurídica, tolda-lhe o pensamento sobre a ciência, que obviamente não se esgota na ciência jurídica, onde apenas é chamado pela função que representa. Continue a ser um suporte de estabilidade da sociedade portuguesa, mas não se meta por caminhos ínvios. A ciência jurídica não se coaduna com cifrões e números, como a pandilha da corrupção mostra sobejamente.

Há narcisistas para quem  a ciência nada vale e com voz melíflua tomam todos os portugueses por idiotas. Até o mundo do futebol percebe que há despistes em assuntos leves de futebol, mas convém não aumentar o risco com a demasiada frequência de voos do avião Falcon. As perras desperdiçadas na invasão maciça portuguesa, em modo nacionalismo balofo, teriam melhores aplicações neste jardim, à beira mar plantado. Agora, em modo desperdício, das cidades em fase de transformação  em pista de bicicletas. Esta lateralidade, vale também para a arrogante Inglaterra , em tempos de, final.

No que à COVID-19 respeita, as normas simples e eficazes são as abaixo indicadas:

Independentemente da tomada das duas doses da vacina, a regra de ouro para conter o vírus é simples: PRECAUÇÂO MÁXIMA, seguindo as indicações:

  • Distanciamento social
  • Uso de máscara
  • Evitar contactos desnecessários
  • Lavagem frequente de mãos (sabão, álcool-gel)
  • Resiliência e precaução extrema para evitar contactos com o vírus.
  • Vacinação (sempre que possível), nos níveis etários recomendados pela DGS
  • Siga, apenas, as indicações da DGS , dos virologistas e dos médicos.

 As autoridades sanitárias portuguesas apontam para a variante mais agressiva DELTA /Plus, inicialmente detectada na India. Atingiu rapidamente o  o Reino Unido e a mobilidade humana através de fronteiras abertas fez o resto, através das janelas dohospitalismo social(turismo) e eventos desportivos, sem justificação. Brincadeiras permissivas do Governo Português potenciaram  os actuais surtos. Alastram ou irão alastrar a todo o país, e todos os países europeus esperarão a sua vez. O crescimento rápido das hospitalizações, fazendo regredir o estado da situação  para valores próximos de Fevereiro de 2021, embora com menos mortes. Nem a Pitunisa de Delfos consegue prever a evolução, e em silêncio deve aguardar-se, com a jurisprudência prudencial activada.  Na zona de risco elevado (vermelho carregado),  um ponto branco indica a situação a 09/07/2021. A marca branca vai mergulhando mais e mais na zona do vermelho acentuado.


A transmissibilidade da variante DELTA é, segundo alguns estudos superior à variante ALPHA variando de 50-60%, e é mais letal. Vem colocar novos problemas e novas questões (que os estudos epidemiológicos oriundos da disciplina da Medicina e da indústria vão tentando resolver).

Figura.1



Como o próprio relatório refere (Relatório 15, de 09/07/2021) : " A vigilância das novas variantes de SARS-CoV-2 é feita com base na sequenciação do genoma do vírus SARS-CoV-2. A análise genómica do SARS-CoV-2 é realizada pelo INSA, após os procedimentos laboratoriais de sequenciação, os quais são realizados por um consórcio coordenado pelo INSA e que inclui o Instituto Gulbenkian de Ciência, e as Universidades de Lisboa, Aveiro e Porto."

A variante DELTA é mais transmissível e resistente às vacinas.  Abordagens diferenciadas ao combate ao vírus tem sido adoptado por diferentes países. De notar que os picos da pandemia não atingem os países simultaneamente, há desfasamentos temporais tendo implicações várias na área económica e na actividade normal das populações. O ramo da hospitalidade social (turismo, cafés, restaurantes ...) e da área cultural são fortemente atingidos. Ao Governo, que tem os dados globais para decisões que atingem toda a população, convém legislar e, cada membro do governo cumprir a sua própria legislação.

Assim a Inglaterra coloca Portugal na lista âmbar, e o insensato Johnson se deixa enrolar nas poses atiradiças de Hancock e a sensata Merkel da Alemanha declara Portugal, "zona de progressão da variante DELTA" e coloca Portugal na lista vermelha, atenuando as medidas posteriormente. Os países europeus revertem medidas já tomadas e tomam as suas precauções. As consequências imediatas para a economia portuguesa são óbvias. Os politiqueiros cá do burgo divertem-se com questões de lana caprina. Rui Rio preocupa-se com acidentes de automóvel para ganhos políticos. Outros politiqueiros espalham a sua dose de veneno pelas TV, mais interessadas nas prisões ao seu écran que na informação correcta às pessoas. Foi precisamente a mesquinhez, os interesses rasteiros das negociatas, da corrupção, da justiça adiada, do oportunismo cruel `a corrida às  vacinas, "nos votantes permissivos e interesseiros dos Isaltinos e outros que tais" que conduziu paulatinamente o país a esta apagada e vil tristeza, a esta humilhante degradação económica.

Porém, revela que o país depende em grande parte do sector turismo. Os politiqueiros da construção de rotundas, implantação de pilaretes, a novel mania da pista exagerada de bicicletas, da construção de passadiços e outros devaneios, chegaram ao fim de linha. A bazuca económica vai seguir o mesmo caminho. Devaneios de políticos, para ganhar eleições. Portugal é um país de negociatas, de lucro fácil e muitas vezes perverso. Onde está o raciocínio e inteligência dos Vieiras, dos Mexias, dos Loureiros, dos Catrogas, dos Joes e da longa lista de omissos ? Por que será que não aplicam o brilhantismo na criação de fábricas, de modelos de desenvolvimento sustentável ? Já não há mais nada a copiar do estrangeiro, com atrasos de décadas? 

Onde está a cultura do saber e o desenvolvimento real do país? Que sangue, suor e lágrimas, pagam os corruptos e os detentores do poder? Os dinheiros vindos da Europa no pacote actual ou sofrem desvio para os meios de produção e do saber ou este país não tem saída. A mentalidade associada ao subsidio-dependência criada pelo cavaquismo e sucessivos ismos, ou é eliminada ou o país caminha alegremente para a derrocada total. O Plano de Recuperação e Resiliência na sua versão de 15/02/2021 (PRR) é um tratado de belas intenções. A factura pesada do PPR vai de novo para as áreas metropolitanas de Lisboa , Porto e arredores. Novas linhas de metro para servir áreas populacionais já existentes e outros a construir para gáudio de empreiteiros da construção civil. A população transmontana assiste e, ao menos isso, alguns deputados assinam requerimento ao Ministro do Planeamento. Que todos, passados e presentes, olimpicamente fizeram o mesmo, embora com fraseologia diferente. Assim o comboio de Bragança foi enviado para paragem forçada pelos ditos cujos. Os mesmos que reclamam acessos a TGV espanhóis. Como se fantasias cor de rosa, com vivências experimentadas ou experimentar em Madrid, fizessem parte do quotidiano do pobre ou suposto remediado transmontano.

 Agora entra também na dança, o mundo digital. Traduzido para a região do nordeste transmontano, é despudor e vergonha falar em velocidades diferentes. Para uma pessoa normal, essa região está a ser enviada para a idade da pedra. Em palavras simples significa: lançada para o mais puro analfabetismo digital. Pior que o analfabetismo, de outros tempos, desde a Monarquia antiga ao tempo presente.

 Não esquecendo, também, os que andam em muitas andanças políticas, se passeiam pelos centros de decisão há demasiados anos e apresentam como resultado uma mão cheia de nada. E bajulam o poder central quando o vento sopra desse lado. Ou fazem alianças fatais para a conquista do poder, se tal for necessário. A aliança com Chegas e populistas de baixo calibre revela um R. Rio, de pronunciamento portista e provinciano. Nunca se viu tamanho fenómeno físico que conseguiu fazer  evaporar o comboio de Bragança numa noite. Nem a evaporação de aldeias baseado num aldrabão Relvas e de contas erradas. Nem ignorando, o trajecto mais curto seguido por Sendim para atingir Alcanices, via Angueira. Não há  dinheiro para desvios, sem grandes custos da CMV para resolver o problema. Investeve-se em palácio de burros. Amplificam-se as zonas de risco elevado. Todos fingem. As autárquicas ditarão mais do mesmo. Quando não há vontade para resolver, sobram requerimentos e invocações.

Toda a prosa anterior poderia tomar-se como inócua se a pandemia COVID-19, não espreitasse ao virar da esquina. Israel seguiu a política de vacinação maciça da população e é, nos dias de hoje, tomado por referência. Portugal seguiu caminho similar: vacinação máxima possível para todos os grupos etários, no sentido de diminuir a população susceptível. A lógica está plasmada em texto anterior, e que aqui se reproduz: "De modo simplificado, R0 depende de três factores  e é proporcional (ao risco de contrair o vírus), ao (número de contactos por unidade de tempo) e ao (número de dias em que um indíviduo infectado é contagioso-14 dias para o Coronavirus).Em termos simples: o objectivo consiste em fazer baixar a população totalmente susceptível (sem qualquer imunidade) para uma população vacinada que faça quebrar (baixar) a propagação do vírus.

A alteração do vírus levanta uma questão importante. Qual a eficácia das vacinas face a  esta nova estirpe?   Siga a ligação sobre vacinas da Organização Mundial de Saúde ( WHO) : [Informação sobre Vacinas]. As vacinas são eficazes sobre a variante DELTA/Plus por ser da mesma estirpe do CORONAVIRUS-2, mas a variante Delta é cerca de 60% mais agressivo, a resposta controlada à expansão da pandemia implica que a vacinação tem de ser apressada de modo a reduzir a população susceptível (processo de vacinação em curso pela DGS) e atingir ainda níveis etários mais baixos. O risco é fortemente diminuído com a toma da  2ª dose da vacina, passando de 33% a cerca de 80% (Astra) a 88% (Pfizer). Todavia, mesmo os vacinados com vacinação completa não estão isentos de risco. A regra de ouro, acima indicada, deve ser seguida com rigor, com o pressuposto de aceitação tácita para benefício de todos. Os negacionistas, os oportunistas da toma da vacina pela porta do cavalo, os que não estão dispostos a tomar a vacina, os inocentes estudantes de vida airada e cabecinhas de grilo, fazem parte dos vários submundos que, sabe-se, existem. Devidamente apoiados pelos pais endinheirados, com juventude universitária em casa, defendendo o direito à diversão. Pergunta-se à juventude transmontana dos anos 60, se tinha a possibilidade de optar entre a diversão e a foice secular ou afim durante as férias?

Cruzam-se os mundos do liberalismo (liberdade individual), da ética ou falta dela, dos oportunistas, dos imbecis criados nas redes sociais, alguns activados por pais demasiado permissivos, libertários ou demasiado endinheirados. Para a geração transmontana dos anos anos 40, 50, 60, e 70 não houve reais benesses, em modo de farra frenética no Algarve e diversão em Sevilha, em modo contínuo. Com patéticas tiradas férreas de invasão maciça futebolística para fazer tremer de medo a poderosa Espanha e dar cobertura às juventudes aguerridas com uma nova claque de apoio como nova Ala dos Namorados. Pobres combatentes de Aljubarrota. Patéticas versões da Guerra das Laranjas.

O que está em causa com a variante DELTA? Para além da corrupção, das corruptelas, existem pequenos mundos onde se trabalha para o bem comum. Na área da ciência, nos campos da medicina, da biologia, da matemática, da biologia, da biofísica, da bioinformática entre tantas outras. Felizmente, o nordeste transmontano vai, paulatinamente, invadindo muitos destes campos, através da sua melhor riqueza: o potencial humano. Mas há ainda um longo caminho a percorrer. Nestas páginas sempre se elogiou o trabalho e esforço do estudante transmontano. Sabendo que está em condições mais desfavoráveis e injustas, perante os seus pares, de cor de alface ou azulada. A pandemia só veio agravar a situação.

Esquema da evolução dos mamíferos
{Bioinformatics for Biologists, ed. P. Pevzner and R. Shamir. Published by Cambridge University Press. C Cambridge University Press 2011, pag235}

De há muito, a biologia se debate com o problema da  evolução das espécies, que ocorreu num muito longo período (escala de milhões de anos). A história do envolvimento da ciência moderna, teve início com a dupla estrutura em hélice do DNA (1953). Desde a sequenciação do genoma humano (2001), um certo número de sequenciação foi obtido ( rato, cão, chimpanzé, macaco,...). O estudo destas sequências permite um estudo comparativo destes mamíferos e lançar alguma luz sobre a evolução da vida na terra A comparação destas sequências envolve cálculos matemáticos muito complexos, onde se cruzam cientistas das mais variadas áreas: biologia, física, química, matemática, medicina, computação, ... Esta nota pretende tão só mostrar a complexidade da questão da evolução e da divergência das espécies.Afinal, questão de mutações. 

Qual a relação entre ser humano, chimpanzé e gorila? Quando e como começou a vida na Terra?
Os biologistas dão importância não só à arvore da vida e das suas espécies, mas também à formação das proteínas e da evolução da função que desempenham.

É matéria de estudo prolongado para os estudantes que desejem entrar nesta área {Conhecimentos aprofundados de inglês são assumidos de início, tal como transparece das referências assinaladas neste texto}. Campo de trabalho para estudos sem fim, inumeráveis e diversificados, cobrindo quase todas as áreas da ciência.


 Esta matéria destina-se essencialmente a indivíduos com formação académica muito exigente e específica. Não desanimem, pois, os leitores, já que se trata de uma área multidisciplinar, onde cada sector contribui com uma pequena parte. Os negacionistas negam a ciência. Do ponto de vista de muitos, apenas revela ignorância assumida. A vacina é um produto da ciência médica, benéfico para a humanidade e no estádio actual apenas o conhecimento está disponível e acessível a algumas instituições(públicas e privadas). Este conhecimento deve pertencer à humanidade. No entretanto, a guerra das vacinas é uma guerra de triliões.

Abandonando esta perspectiva de larga escala, a mutação do vírus SARS-COV2 é de âmbito pontual. (local).{Para uma introduçãodo  tema, siga este link "New Variants of Coronavirus: What You Should Know | Johns Hopkins Medicine " ou clicando aqui . É segundo estes autores, da natureza do vírus Sars-Covid-2 evoluir e sofrer mutações. O vírus da gripe (influenza) tem comportamento semelhante, sugerindo os médicos o benefício da vacinação anual.

Haja esperança e resiliência. É altamente provável que os métodos actualmente usados para a produção das vacinas (mormente as baseadas no mRNA) possam ser modificadas, em tempo oportuno, para combate às novas variantes. Siga as directivas da DGS, com a juventude incluída no plano de vacinação.

Tempos duros, os actuais. A resiliência deve continuar e termina-se com a mensagem inicial: precaução máxima. É preferível passar pela vida com máscaras, embora incómodas, a jogar a vida numa roleta russa. Boa sorte.


sábado, 3 de abril de 2021

 PÁSCOA , em tempos de pandemia COVID-19

03 Abril 2021- 20 h

Os tempos são difíceis e a pandemia não está debelada: PRECAUÇÃO MÁXIMA

A pandemia grassa  pela Europa e países economicamente mais fortes também são forçados a aplicar medidas drásticas., como a França.Também zonas localizadas, de baixa densidade como o território de Vimioso, são afectadas pela propagação do vírus e a regra de oiro, mais simples e eficaz, é procurar evitá-lo, não potenciando a sua propagação. Quando surge, torna-se necessário tomar  medidas draconianas, se necessário, da responsabilidade das Autoridades Administrativas e da DGS.

O que está agora em causa? O concelho de Vimioso está (à presente data 03-04-2021) com uma taxa compreendida entre (140-240), acima do aconselhável de 120 casos/100 000 habitantes. Não se trata de qualquer extrapolação, é o resultado de um cálculo simples, aplicável a todo o país. Há toda a razão para criticar o critério, e de uma vez por todas  o microcosmos de Vimioso deve lutar pelo seu progresso, com visão de horizontes alargados. 

É perfeitamente natural que ocorram distorções de visão do poder centralista de Lisboa sobre a pandemia, as barragens e as autarquias locais. Sobre as autarquias locais, a autoridade local vergou-se ao aldrabão Relvas, sobre as barragens é a última gota  da atribuição da riqueza transmontana aos grandes interesses económicos. A apropriação dos lucros das barragens do Douro - riqueza de Trás-os-Montes pelos grandes interesses económicos não é de hoje. A esta continuada exploração das barragens deve somar-se a novel exploração mineira de lítio, esta última da responsabilidade do actual governo. Querendo ir mais longe, é a continuação do velho processo de exploração mineiro de Roma. Exploram  ouro, estanho e outros minerais. As populações ficam a chuchar no dedo, como meras cadeias de servidão para benefício do capital dominante.

A Roma dos imperadores floresce e os seus sucedâneos actuais corrompem. Dão alvíssaras aos que servem os seus interesses. Castigam os que dizem verdades. A Câmara Municipal de Miranda do Douro recebeu, por vários anos , um montante significativo de dinheiro da Administração da Barragem de Miranda do Douro. Convirá saber toda esta história. Toda a gente assistiu. Contrapartidas? 

O poder centralista de Lisboa não quer ser incomodado nem criticado. Define o conceito de riqueza, a seu belo prazer para tapar o sol com a peneira. Trás-os-Montes é entendida, por muitos, como pobre. É claro , já privada das barragens hidro-eléctricas e do valor do sector mineiro. Resta a agricultura de subsistência para comparação com a fértil lezíria do Tejo e os saborosos enchidos, para gaudio de alguns. Mas existe um problema. A visão errónea de Lisboa, está infiltrada nas Câmaras locais, onde os interesses mesquinhos ainda são mais visíveis. Só o rio Douro é importante? Que fazer com os seus afluentes e subafluentes? 

O rio  que banha Angueira, cuja designação custa a muita gente, não merece uma mini-hídrica na localidade que lhe dá o nome para garantia de aprovisionamento de água para verão quente e sequioso? Ou aparece apenas no folclore dos Vales de Vimioso ou ainda no esquecimento de uma mini-hídrica não aprovada? Ou o Rio Angueira irá mudar de nome? A água do Angueira e do Maças irá perder-se no Sabor. Território de barragens, de cruzamento de políticos filósofos e da mesma EDP. Tudo a bem da Nação, mas à custa das populações de sempre.

 Lisboa, apesar de tudo, atira algum dinheiro para regadio, mas com que resultado ? Os campos continuam abandonados. A candidatura a novos tratores ferve. Há dinheiro desperdiçado. Os políticos andam à solta, mas não se vislumbra uma escola Superior de Administração Pública, a sério. Basta fazer a tarimba dos partidos , todos eles, para serem administradores brilhantes. O resultado está a vista. Despovoamento e descrédito total da política. Há pequenas irritações cutâneas, mas acabam facilmente na bruma dos instantes impulsivos. Enquanto não houver posição firme, a começar pelas Câmaras para reclamar fábricas a sério, fixar populações e dinamizar a agricultura, tudo se esboroa no nevoeiro denso, num reino decadente e sem futuro. Se as aldeias se despovoam, para quê a existência de vilas e vilarejos? Ora, não calhava nada mal uma inspecção rigorosa aos gastos desnecessários, e não fundamentais, que vão por essas bandas.

Os problemas  deviam ir sendo resolvidos em tempos de paz. Agora os tempos são de contenção perante a pandemia Covid-19. As autárquicas vão seguir dentro de momentos, com os politiqueiros do costume. Vão embelezando praças em torno da igreja e promovendo a desertificação completa das aldeias. Vão, de novo, promover a gritaria nas ruas mais uma vez para tudo ficar exactamente na mesma.

A pandemia COVID-19 exige a todos  um grau de exigência maior e facultar às administrações locais o melhor desempenho possível. Agora trata-se de resolver o problema da Covid-19, que consta no mapa de risco como muito elevado. Aqui entronca, também, a literacia do meio sobre esta e outras questões. Toda a gente sabe que as aldeias de Vimioso sempre foram prejudicadas perante a vila. A questão dos transportes é evidente, não ignorando telecomunicações e escolas de ensino. Continua-se na mesma construindo paragens de autocarro para privados, mas não se obriga as empresas a fazer o percurso pelas aldeias. Muitos, dos que se passeiam pelos blogues, oriundos das aldeias sabem que a vida estudantil, em  Bragança ou outra qualquer localidade, foi dura e difícil. O despovoamento começou, logo por aí. Seguido da emigração maciça para o estrangeiro. Nada disto é novo. Ora é impensável, a concentração dos dinheiros públicos quase exclusivamente na vila de Vimioso. É tempo de se ir pensando em largar dinheiros públicos também nas aldeias, e aproveitar as construções para turismo rural. A CMV só vê termas em Vimioso e ignora o número de de fontes de água sulfurosa, existentes nas margens do rio Angueira.

Os habitantes das aldeias ainda não se aperceberam que, desde sempre levaram os seus dinheiritos, para a sede do concelho e é tempo de ter relações mais equilibradas. As ditas faceiras de Angueira têm dimensão, área suficiente  e qualidade para puder alimentar grande parte do concelho, em termos de produtos hortícolas de qualidade. Que se vê? Campos abandonados, sentimentos caprichosos de cerca de 50 tractores inactivos e produção agrícola quase inexistente. As populações e dirigentes da margem direita do Maçãs tomam as margens do Angueira, como simples fornecedores de lenha.

Também não é só atribuir a responsabilidade aos dirigentes camarários. Um dolce fare niente povoa os espíritos das aldeias. Excitados, por vezes, quando se trata de morder uns metros, no terreno vizinho. Há a produção de gado ovino e caprino, onde a erva não falta e o trabalho árduo de outros tempos pode ser contornado, com certa facilidade. Mas há, uma questão essencial: não havendo pessoas disponíveis, nada feito. Pode levar-se uma vida decente, com organização e método, ganhando um terço dos salários das grandes cidades. Pretender salários demasiado elevados, vai traduzir-se a breve trecho na morte de todos, caindo uns mais depressa que os outros. 

Entretanto, estar vivo e lutar pela vida, é o ponto essencial do momento para todos os países. A   Covid-19 está de novo a evoluir para pior, como a França e a Alemanha. O confinamento acaba de ser decretado por Macron. A evolução da pandemia não é igual para todos os países. Está desfasada no tempo.


França-Casos diários confirmados (CONFINAMENTO)

A  situação portuguesa é a seguinte ( em 3 de Abril de 2021).

FIG. 1- COVID.PORTUGAL - Relatório 397 DGS de 3 Abril 2021

A matriz de risco representada abaixo, indica:


FIG.2 - MATRIZ de RISCO


INCIDÊNCIA Naciona
l: 65,6 casos de infeção por SARS-CoV-2/ COVID-19 por 100 000 hab. Continente: 62,9 casos de infeção por SARS-CoV-2/ COVID-19 por 100 000 hab.

 R(t) Nacional: 0,97 

Continente: 0,97

Como se pode ver no gráfico da Fig.1, a tendência mostra um decréscimo acentuado até atingir no dia 04-03-2021, um número de casos diários confirmados de 280,  [Relatório 397_DGS], como número de internados hospitalares 512 (-1)  e em UCI 126 (-5). Estes são os dados positivos: Libertação de camas de hospital, libertação de camas em UCI e valor de R(t)=0,97<1.

TUDO pode mudar nas próximas semanas. No caso de Vimioso o perigo espreita, pois o número de casos em termos de % é muito alto : entre 120 e 240. Ora 120 já é valor muito elevado, e encontra-se no 2º quadrante da Fig.2. A representação a cores do mapa da DGS [perigo muito elevado] figura a vermelho carregado, o que significa também R(t)>1. Se na próxima semana nada se alterar, provavelmente haverá confinamento local, incluindo os concelhos limítrofes [Bragança, Miranda do Douro, ...]

*Ora o valor calculado para R(t) [de hoje, 3 de Abril] já é superior a 1. A interpretação é simples: Quando este parâmetro é superior a 1, isso significa que a pandemia não tem tendência para se extinguir e, pelo contrário, tende a aumentar. O objectivo do confinamento é fazer baixar este R(t), que atingiu o valor de 0.8, pouco tempo atrás. O cálculo deste parâmetro é feito pelos matemáticos-epidemiologistas e, portanto, objecto dos especialistas da área.

**A questão das vacinas é essencial para compreender  o que está em causa. Torna-se necessário discutir o parâmetro inicial R0, deixando o cálculo do parâmetro dinâmico R(t) aos epidemiologistas e apreender o significado de R0, com ele relacionado.

***De acordo com o programa desenvolvido para as epidemiologias, comum a várias delas [sarampo, HIV, varíola,  gripe espanhola, Covid-Sars2, ... ]  , um parâmetro essencial é conhecido por número de reprodução inicial do vírus:  R0 , que significa o número de casos secundários infectados a partir de um único infectado, considerada uma população totalmente susceptível [isto é: sem qualquer imunidade]  De modo simplificado, R0 depende de três factores  e é proporcional (ao risco de contrair o vírus), ao (número de contactos por unidade de tempo) e ao (número de dias em que um indíviduo infectado é contagioso-14 dias para o Coronavirus).

O risco de contrair o vírus diminui com o aumento da distância (distância aconselhada mínimo 1 m, lavagem das mãos,...), redução do número de contactos e isolamento.

**** Para o cálculo de R(t), dinâmico, é necessário recorrer a programas específicos e pode ser calculado de várias maneiras {que não vem agora ao caso}. E há incerteza, associado ao cálculo.

***** Compete ao SNS e DGS, definir os vários níveis de alerta, a nível local, regional e nacional. São estas entidades que controlam a recolha e tratamento dos dados. Assim, o caso de Vimioso deve ser objecto de especial atenção, já que são estas entidades que reconhecem uma situação de risco muito elevado. 

Espera-se que o período de Páscoa, lá por essas bandas esquecidas, decorra com normalidade. A situação vivida assemelha-se a um período crítico de guerra e só os resilientes e cumpridores de certas normas poderão furtar-se ao vírus Covid-19. A humanidade já passou por outros apertos, nomeadamente pela peste negra e pela pneumónica (ou gripe espanhola).

A dor, o sofrimento e a angústia não tem fronteiras. Representação de vida dura, de mãos calejadas sobre vetusto granito. A Páscoa deve ser tempo de esperança, tal como Rafael a viu.

Bercianos de Aliste (El país/Opinion)

Rafael (Renascimento)


Boa Páscoa para todos.