quarta-feira, 29 de maio de 2024

Ciclo das rochas - DO GRANITO AO GRANITO(AGC)

 Granito

Fenómenos que moldam o granito e lhe dão/ ou deram a forma Observável


 

CARREGUE no link : Geosítio Praia dos Lavadores

Consultar: Do granito ao granito, (texto abaixo) - A. Galopim de Carvalho

Viagem das areias do rio Angueira a zonas de entrada no oceano. Ciclo das rochas abaixo!

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Texto de Prof. A Galopim de Carvalho
Uma conversa com A. M. Galopim de Carvalho (Ciências ULisboa), no âmbito das comemorações do Dia da Terra 2021. Será abordado um dos processos fundamentais do nosso planeta: a permanente reciclagem das rochas, com foco nos granitos. Quando, no campo, olhamos para o granito num afloramento ou, na cidade, o pisamos, coeso e duro como pedra da calçada, podemos pensar que esta rocha sempre foi assim, mas não é essa a realidade. São muitas as rochas que resultaram de outras. Por exemplo, quem diria que o granito, que se vê e explora em Trás-os-Montes, no Minho ou nas Beiras já foi xisto, o mesmo que, com ele, forma o substrato destas províncias. A explicação é simples se nos fixarmos nos aspetos mais gerais, deixando de parte pormenores que aos especialistas dizem respeito e o abordarmos por palavras que toda a gente entenda. Como é sabido, os agentes atmosféricos “apodrecem” (alteram) as rochas e é essa alteração que gera a capa superficial sobre a qual se instala o solo. Nesta rocha é o feldspato e a mica preta (biotite) que sofrem o essencial dessa alteração. O primeiro, parcialmente, em minerais das argilas (barro), a segunda libertando os óxidos de ferro que dão à rocha, por vezes, o aspeto enferrujado. O quartzo, praticamente, não sofre qualquer alteração, o mesmo sucedendo à mica branca (moscovite) que apenas se divide em palhetas cada vez mais pequenas e delgadas. Em tempo de chuva estes materiais acabam canalizados nos rios que conduzem muitos deles (areias finas com quartzo, algum feldspato, micas, limo e argilas) até ao oceano profundo onde, ao longo de milhões de anos, se acumulam em depósitos sedimentares com milhares de metros de espessura. Sempre que um oceano se fecha, nasce uma montanha, envolvendo uma série de processos que, de um modo muito simplificado, se resume, dizendo que grande parte desses depósitos se afunda na crosta, ficando submetidos a temperaturas e pressões que aumentam com a profundidade. Começam aqui as transformações próprias do metamorfismo. De entre os que se afundaram menos e que, portanto, sofreram um metamorfismo mais fraco, surge o xisto argiloso. Dizemos que é uma rocha metassedimentar porque está na fronteira entre as sedimentares e as metamórficas. Com o aumento da pressão e da temperatura, em profundidade, formar-se-ão outros xistos de um grau de metamorfismo mais elevado, os micaxistos e os gnaisses. Sem entrar em pormenores, podemos simplificar, rematando que, mais abaixo, a profundidades na ordem dos 30 quilómetros, a temperatura pode atingir os 800ºC e a pressão ultrapassar as 4000 atmosferas. Inicia-se a fusão dando nascimento ao magma que, uma vez, arrefecido refaz o granito.


Fim do texto de: A. Galopim de Carvalho

(Ciclo das rochas- Geosítio Praia dos Lavadores)


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Processo 1 - Degradação de rochas, solos e minerais, através de contacto com a água, gases atmosféricos, luz solar e organismos biológicos (Weathering - em inglês)

(Não confundir : Weathering com erosion)

 


Processo 2 - EROSÃO: envolve o transporte de rochas e minerais por agentes externos tais como a água, o gelo, a neve, vento e ondas (Erosion - em inglês)

 


Figura 2- Imagem processada por programa de computador (contornos), a partir da foto-base.

Identifique o bloco pedunculado!

A área territorial de Angueira não se encontra mapeada em termos geológicos, onde estas formas geológicas graníticas ocorrem. Todavia, existem folhas geológicas e respectivas descrições para áreas próximas, nomeadamente a folha 8-A (São Martinho de Angueira), e várias outras da região de Bragança (Deilão, Macedo de Cavaleiros, ..). O território de Angueira (zona de xistos/granito) não faz parte do pacote de zonas de formação já estudadas. Da formação de Angueira (ainda em fase de estudo - conhecida pelo nome do rio) fazem parte : zona de Constantim e São Martinho de Angueira. A zona bordejante deste território é a conhecida, estudada e célebre:” sinclinal de Alcanices”.  Voltaremos mais tarde a este assunto, por se tratar da zona geológica onde Angueira talvez melhor se enquadre (já que não há ainda um estudo detalhado da estrutura geológica desta área, a cargo dos serviços geológicos nacionais).





Figura 3-Tiffoni (Itália).

Procure identificar, a partir da Fig.2 os vários processos de degradação do granito. Mais tarde, procuraremos identificar os processos envolvidos nas rochas graníticas do território de Angueira. Existe numa aldeia de M.do Douro um bloco representativo deste fenómeno. Bloco que desperta a atenção de quem o observa, pela sua singularidade.

 Este texto faz parte da pergunta genérica sobre as formas  observadas ! Existe uma interessante abordagem do tema do granito elaborada pelos snrs estudantes de Miranda do Douro. Quiçá, de entre eles saia um geólogo!

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