sábado, 25 de julho de 2009

Nota2: Da Proto-história até cerca do ano 179 (A.C.)



Roma e Cartago jogaram, na antiguidade o mesmo papel das actuais potências mundiais e digladiando-se entre si e conduzindo lutas titânicas pelo domínio da supremacia no Mediterrâneo. Tal como hoje, povos pacíficos são envolvidos e arrastados para querelas que não são suas. A invasão da Península Ibérica pelas legiões Romanas é, ela própria, uma consequência das Guerras Púnicas e visava reforçar o poderio deRoma sobre Cartago.






Fig.1 -Zona de influência de Cartago (375 a.C)

Começou por ser um reforço da segurança da Cidade de Roma e acabou por transformar-se numa conquista militar e económica da Península Ibérica, baseada numa exploração sistemática de minérios, em larga escala, e no dominío territorial baseado nas suas lendárias legiões, impondo escravidão e massacre cruel de alguns povos quando na sua óptica era necessário e alternando com tratados diplomáticos, noutros casos.
A divisão administrativa e militar foi evoluindo (decorrendo entre 220 e 19 a.C). A visão dinâmica da sua implementação deve ser seguida no âmbito da literatura especializada. Todavia, o mundo é composto de mudança e de processos dinâmicos.


Fig.2 -Divisão administrativa da Ibéria


Uma pleiade de povos visitou também a Península Ibérica e estabeleceu-se, sobretudo junto ao mar, à procura de trocas comerciais fundando colónias e entrepostos comerciais.

Os autores gregos e romanos fazem referência aos povos autóctones que encontraram e com os quais estabeleceram contactos de vários tipos. Descrevem esses povos, introduzindo conceitos e termos novos, muitos deles de uso corrente na linguagem actual. Os termos Ibéria e Celtibero constituem dois desses exemplos. Porém, a descrição dos termos e conceitos usados por uns e por outros não corresponde à descrição factual, surgindo conflitos de interpretação, até agora não superados quanto ao verdadeiro significado desses conceitos, nomeadamente o significado de celta, ibero e celtibero. Remete-se, óbviamente, o leitor para todas as fontes deste documento.



O mapa ao lado (Fig.3) permite identificar os povos Pré-romanos e as línguas da Ibéria (cerca do ano 200 a.C.). Em traços gerais, os habitantes do território dos Zoelas povoaram uma peninsula (interior) limitada pelos rios Esla, Douro e Sabor e seguiram as vicissitudes das migrações de populações, de origem interna e externa, que colonizaram a Ibéria e foram moldadas pelas respectivas culturas. Como se vê a partird do mapa, o vèrtice do triângulo confina com quatro povos vizinhos diferentes.


Fig.3 - Povos pré-romanos

As suas raízes remontam a tempos ancestrais, sendo a Península Ibérica invadida por povos indo-europeus, de origem pouco clara e que se associam às várias migrações celtas que atravessaram os Pirenéus e se fixaram nalgumas zonas do território central. Àparte a controvérsia da origem do povo Celta, que alguns autores defendem não estar associados à Peninsula Ibérica e ao Noroeste Peninsular e outros contestam com igual vigor defendendo a sua migração em tempos remotos (6000-1000 a.C.) constituindo o seu núcleo difusor principal centrado em torno do rio Ebro (Fig.4). Os defensores da expansão da cultura celta admitem como provável a sua expansão no território, posteriormente reconhecido como Ibéria em vários eixos representados na Fig. 4.


Fig.4. Progressão do núcleo celta na Península.

O mosaico "mosaic model" para a Celtização (Ref.Drawn after Almagro-Gorbea data)

Não é possível determinar com precisão a data das invasões e das consequências daí decorrentes para as populações autóctones. No mapa ao lado (a laranja), encontra-se representado o território primitivo, supostamente colonizado pelos Celtas. A população dos Celtas que se fixou em La Tène (actual Suíça) é apontada como sendo tecnologicamente muito mais evoluída.

Fig. 5 - Mapa de ocupação de território celta (800-400 a.C)

A estátua (Fig.6) representando um guerreiro ferido atinge o seu máximo esplendor. Os Celtas são descritos historicamente pelos autores greco-romanos e constituem uma das principais fontes de informação para o território ibérico. As diferentes zonas coloridas do mapa referem-s às zonas povoadas pelos diferentes povos de ascendência celta na Europa. A Fig.3 particulariza parte dos povos de origem celta (Ibéria) entre eles os Lusitanos, na perspectiva romana,




Fig.6 -Estátua de guerreiro ferido Fig.7 - Representação de guerreiros celtiberos.

As invasões romanas da península levaram a vários confrontos violentos com os povos que a habitavam e o normal, nestas circunstâncias, é contar e aperfeiçoar as armas de que cada beligerante dispõe. Há uma particularidade no armamento destes guerreiros (setas pontiagudas, de ferro certamente). Ora até lá chegar, o Castro da Cocolha abunda em vestígios de trabalho do ferro. Para fins pacíficos ou outros? Em que contexto e data se trabalhava o ferro neste local ?






























































domingo, 12 de julho de 2009

Nota1 : O Castro da Cocolha

Povos descritos pelos historiadores romanos.



A localização de Angueira, abrigada da Cordilheira Cantábrica e ligeiramente afastada de coordilheiras montanhosas menores (Serra da Culebra, ) está inserida numa extensa cova protectora, limitada pela Serra de Nogueira, Serra do Mogadouro, Rio Douro, Rio Esla, Serra de Culebra e de uma cadeia montanhosa que se dirige para Bragança. O mapa ao lado, indica os povos descritos pelos historiadores romanos. É fácil verificar que é um ponto sensível da confluência de vários povos ou tribos. O seu comportamento para com o poder invasor, em geral cooperante, sugere ter levado uma vida de relativa tranquilidade, por oposição clara à descrição dos atritos decorrentes da expansão romana, nomeadamente com os Astures e os Lusitanos na Península Ibérica.

A existência dos dois castros em Angueira é um facto indesmentível, em termos históricos. Traços do Castro da Cocolha ainda hoje persistem , sendo os fortes muros do Castro do Gago referenciado apenas pela anterior geração. Hoje os traços ainda persistem mas são pouco visíveis como consequência directa da destruição natural e da destruição forçada pela necessidade imperativa da sobrevivência . Nas proximidades, houve recurso ao uso de maquinaria moderna em trabalhos agrícolas e de regularização do terreno.

Os castros têm, certamente, histórias distintas e a sua caracterização passa pela compreensão da zona territorial onde Angueira se enquadra. A sua história e destino foram provavelmente muito diferentes. O da Cocolha está invariavelmente ligado ao domínio romano, na parte final da sua existência, e dum certo ponto de vista fornecerá a informação mais abundante baseada em achados arqueológicos, alguns já revelados. O do Gago aponta para uma antiguidade maior, desconhecendo-se as causas do seu completo despovoamento e abandono.


Angueira e o seu território está implantada numa pequena zona fronteiriça, conhecida por Aliste e os estudiosos espanhóis têm procedido nos anos mais recentes a um estudo sistemático desta zona territorial. Angueira, antes do Tratado de Alcanices (1297), fazia parte duma vasta zona anterior à nacionalidade portuguesa e, por esta altura, era dominada pela influência do Reino de Leão/Castela e seguia as oscilações de fronteira em consonância com a oscilação do poder nas várias Espanhas. Em particular, fez parte muito provavelmente da herança do Infante Afonso Henriques, como legado de seus pais Henrique de Borgonha e D. Teresa.

Naturalmente, antes do aparecimento de um poder genuinamente hispânico-leonês, a sua história mergulha na influência e domínio do poderio romano sobre as tribos autóctones: pré-existente às invasões romanas e, aquando do colapso da romanização na zona, à invasão dos povos bárbaros.

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Citânea de Briteiros (Foto ao lado)

Será licito pensar que a história verdadeira nunca seja de facto conhecida na sua totalidade, mas será possível descrever os pontos capitais da sua história e evolução ao longo dos séculos.Para isso, é imperioso enquadrar o pequeno território de Angueira como integrante de outras zonas mais vastas e apoiarmo-nos nas descrições históricas romanas e em todas as outras fontes, em particular a da arqueologia. Adoptaremos uma atitude semelhante à de Castilho, nos "Quadros históricos de Portugal", onde refere que não é sua pretensão descrever a sua história - que , em boa verdade ninguém conhece, mas descrever a fundamentação consentânea com os factos observados e de algumas lendas que o povo registou. Um pouco de romance, suaviza a escrita.

Casa típica circular, reconstruída (Foto aolado)- Citânia de Briteiros

O Castro da Cocolha tem constituído um verdadeiro manancial de provas arqueólógicas:

  • Mós de granito para trituração de cereais ou outros frutos
  • Vestígios cerâmicos variados

  • Provas de intensa actividade metalúrgica do ferro

  • Existência de estelas funerárias

  • Ondulações de terreno associadas a construções dum passado longínquo.

  • Os mapas de Portugal sempre referenciaram vestígios arqueológicos

Recentemente, os proverbiais fundos da CE serviram para a plantação de arvoredo, contribuindo eficazmente para o materialismo reinante e destruição forçada do património a preservar. Sinais dos tempos. O chico-esperto não se apresse a correr para lá, concluindo apressadamente que ficará subitamente rico dado que os antepassados que nos precederam certamente viviam em condições de precaridade extrema. Exemplo de uma outra casa (Castro de Sanfins), reconstruída, com cobertura de materiais típicos.

Já agora, a C.M.V. deve ter um olho no gato e outro no peixe ...




Em traços largos, até à chegada dos Romanos com as suas legiões, Angueira faria presumilvelmente parte do que se considera a civilização do Noroeste Peninsular com tipologia de vida semelhante à de outros Castros convenientemente estudados. Existem, actualmente, projectos de Câmaras vizinhas em colaboração com Espanha desta zona. É natural, pois, que nos sirvam de referência.

Teriam uma vida sedentária e certamente viviam da pastorícia e da colheita de cereais. Tal como outros castros, localiza-se num planalto, de dificil acesso por pura precaução. Até já ...

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Resultado Europeias 2009

Inscritos: 241



  1. PS : 38.03% - 27 votos


  2. PPD/PSD: 35.21% - 25 votos


  3. PCP-PEV : 8.45% - 6 votos


  4. B.E. :5.63% - 4 votos


  5. CDS-PP :4.23% - 3 votos


  6. PCTP/MRPP: 2.82% - 2 votos


  7. P.N.R. :1.41%: 1 votos


  8. Restantes Partidos: 0 votos


  9. Em branco: 2.82% - 2 votos


  10. Nulos: 1.41% - 1 voto


Angueira histórica



  • Da pré-história até à Fundação de Portugal

O seu passado longínquo perde-se na bruma dos tempos. Dois castros continuam ainda com traços de visibilidade palpável (Castro da Cocolha e do Gago). Dificilmente datáveis com precisão, mas que encerram ainda muitos segredos, em particular o da Cocolha. Os estudos publicados pela Universidade do Minho ainda não foram convenientemente divulgados. É inconstestável o fascínio que motiva os estudiosos perante os vestígios arqueológicos encontrados no perímetro do seu território e documentos escritos de valor incalculável ainda disponíveis, hoje de fácil acesso via Internet . Aqui, serei quem sou, e com total independência indicarei, por um lado as fontes documentais originais e, por outro lado, não me coibirei de apresentar as perspectivas da sua preservação e conservação. O desenvolvimento dos temas será apresentado, revisto e aumentado por forma tal que a coerência global dos textos seja garantida. Antecipo, que os documentos arqueológicos ou outros deverão ser garantidos e preservados, sem contemplações, e imposto pela CMV, de acordo com a lei. Até aqui, o pelouro da Cultura tem permanecido num estado de letargia total, quando há muito que os locais referidos deviam fazer parte do patrimóminio municipal, à sua guarda e protecção. O valor turístico potencial supera, largamente,em termos económicos locais, os parcos produtos agrícolas daí extraídos.

  • Afortunadamente, existem documentos escritos do tempo do Príncipe Afonso Henriques que projectam Angueira e aldeias congéneres próximas numa rota lendária da origem do poder político em Portugal.
  • O desenvolvimento dos vários temas será faseado no tempo.

Angueira-2: Introdução

Apresentação:

Pretende-se desenvolver um novo espaço de diálogo e conhecimento, baseado numa estrutura editorial assente numa perspectiva histórica, num presente incerto e num futuro imprevisível. Todos os contributos sectoriais serão bem vindos e, tanto quanto possível, deve abranger todos os domínios do saber não esquecendo as questões locais de interesse social, económico, cultural e histórico . As mensagens simples e sintéticas são as mais eficazes.
O meu perfil pessoal esconde-se atrás da imagem enigmática de um lince ibérico.
Existe, com uma perspectiva própria e autónoma, um outro local cuja ligação é a seguinte: http://angueira-angueira.blogspot.com/