- De passo em passo a Coelho bravio
Em textos anteriores, apontámos o estado a que este pobre país chegou. Existem razões externas, recentes e antigas, e outras directamente resultantes de políticas internas levadas a cabo por políticos cuja responsabilidade e competência técnica e política deixam muito a desejar. As razões externas apontam para as onerosas e iníquas guerras dos USA, como policias mundiais dizem eles, e que culminou com a crise do subprime e a falência do 3º maior banco mundial: o Lehman Brothers. Os centros financeiros transformaram-se em casinos e não para financiar as actividades económicas produtivas. As off-shores de interesse americano e ingles proliferaram e mantem-se activas. Perdia-se o rasto ao dinheiro. Os bancos convencionais aderiram. O declíneo industrial dos USA, no contexto da globalização, já é visível e a riqueza criada transitou do dito mundo ocidental (USA e Europa) para o oriente (China). A Europa implantou as suas fábricas na China, explorando a mão de obra barata e sem direitos individuais ou colectivos dos trabalhadores chineses. Os produtos de baixo custo e, muitas vezes, de fraca qualidade invadiram todos os mercados europeus, incluindo o mercado português, os célebres produtos "Made in China". A maioria dos produtos portugueses deixou de ser competitivo, caso dos texteis e outros, e as empresas de tecnologia de ponta portuguesas sempre rarearam. Os fundos europeus entraram em catadupa. Desconhece-se, por não haver interesse nisso, qual o seu destino final. Onde foi parar o dinheiro? Aos bolsos dos funcionários públicos? Carrinhos, carrões, jipes e jipões são uma pequena parte do imbróglio e do iceberg que agora nos ameaça de modo letal. Scuts e auto-estradas, foram o destino mais directo e simples desse dinheiro. O cidadão comum ficou à margem dessa luta leonina de parcerias público-privadas, onde a corrupção, o compadrio, os contratos injustos, o benefício dos privados e os gabinetes dos advogados consumiram os dinheiros europeus, apesar de tudo provindos da Europa. Não há desculpa, o erro básico da má gestão é da inteira responsabilidade portuguesa, com todos os políticos portugueses em primeira linha. Tudo começou mal com os primeiros dinheiros chegados, atribuiram-se subsídios e criou-se uma rede alargada de subsidio-dependentes, incentivando o abate de actividades produtivas, entre elas a agricultura e pescas, cuja responsabilidade é direcionada quase inequivocamente a um único destinatário (actual -PR) , bastando ler a imprensa. Começou mal, e mal continuou. As Scuts e auto-estradas eram um tanque gigantesco para onde escorria dinheiro a jorros, e à altura da construção das primeiras, inteiramente justificável. Mas é óbvio, que se as primeiras se justificam em plenitude, a avidez do poder político e da manutenção das clientelas do tacho levou à construção desmesurada de uma grande maioria delas, e claro empurrando como última prioridade zonas despovoadas,como é o caso da auto estrada de Trás-os -Montes. Repetição do destino final do combóio em Miranda-do-Douro. Nunca lá chegou. Quadratura do circulo e a primeira linha de mira para a aniquilação de toda a linha férrea-linha do Sabor, e semelhantes Tua e Corgo. Irónicamente, a construção da auto-estrada de Tras-os-Montes foi decidida in extremis pelo governo Sócrates, já praticamente em ruptura com tudo e com todos. Bragança recorda quem e como fez evaporar o combóio do Tua a Bragança. O cidadão deixou de receber mercadorias de e para Bragança. Punhalada mortal. O Itenerário principal IP4 chegou tarde e a más horas. As vítimas mortais sucedem-se. Grande parte do seu trajecto segue o secular caminho romano. O actual PM, com todos os elementos do seu governo, está a perder uma oportunidade histórica, não percorrendo de camioneta todas as curvas e contra-curvas desde Justes a Bragança. É aconselhável a companhia de toda a família, pois é uma situação mais realista. Era uma lição experimental soberba. Perceberiam que não existe alternativa ao IP4, penso eu, a qual por sua vez vai se houver dinheiro para tal converter-se na hipotética auto-estrada transmonta. Paga tal como foi dito de inicio, não fossem beneficiar mais que os reclamantes algarvios sobre a via do Infante. E de todas as até aqui utilizadas sem portagem (A23,A24, A25, ...).
De toda a prosa anterior, deve concluir-se que os cidadãos são todos iguais perante o imbróglio letal em que todos os portugueses estão envolvidos. Os políticos mentem quando dizem que não somos todos iguais perante este cenário de crise (frase humorística). Todos somos responsáveis e igualmente responsáveis, espante-se!
Contrariamente aos que os politicos e as suas claques dizem, a começar pelo PM, os portugueses já percebem com nitidez a mentira e a falácia dos políticos. Jogaram com a boa fé dos portugueses mas esse tempo acabou e, agora, as afirmações dos políticos são e devem ser testadas e escrutinadas, sem dó nem piedade. Olho por olho, dente por dente. Há muita gente inteligente, que de boa fé delegou nos políticos, a gestão da coisa pública. Estupefactos e tardiamente acordaram lubridiados. O tempo agora vai ser de combate. Acho que a JSD fez bem em iniciar a fogueira inquisitorial de responsabilidades. Aliás, é pelas várias juventudes, que o descalabro português começa e se perpetua. Ficam isentas todas as outras juventudes individuais-sem idade, as vítimas, recorde-se.
A proposta de OE-2012 revela o carácter neo-liberal, liderado por um ex-lider JSD, que renega dia após dia, o que no dia anterior afirmara. Olhe-se para a imprensa, para a rua, para o cidadão comum e faça-se uma retracto deste personagem, aliás não diferente de anteriores e posteriores de diferenciadas juventudes. É rotulado de pouca solidez formação académica, surgiu tardiamente com muitos anos-38, após a idade da morte de J.Cristo. Diz-se representante de todo o povo portugês, arrogando-se o direito de manipular a espada sobre a cabeça de todos os portugueses. De facto não é: o seu poder advém de uma fracção dos membros do PSD, multiplicado pela fracção dos portugueses que nele votaram. A democracia é assim. Dito e aceite. Porém, há valores fundamentais que transcendem este poder delegado.
1. A chuva que a providência divina, seja ela qual fôr, dá como prémio a toda a comunidade portuguesa, vai deixar de o ser. Esse maná vai ser destinado à venda e sua comercialização, por uns trocos. Genialidade monstruosa. A água, valor estratégico inestimável para uma comunidade, entregue a negociatas.
2. A ira do PM contra os funcionários públicos está a levantar clamores. A falácia do PM não colhe. Como exemplo, o Público de 19.10.2011 mostra que os funcionários públicos não ganham mais 10% que os do sector privado. Quando fala de sacríficios para todos os portugueses, ataca-se o sector público de maneira brutal e liberta dos mesmos, os do sector privado. Bem prega frei João, bem os seus acólitos se esforçam para justificar tal acto. O PM refugia-se na plateia PSD para encontrar algum conforto e repousar o seu terno ombro. Muitas vozes da tribo apoiam com veemência, muitos ainda imberbes. Não lhes toca nos seus bolsos.Veja-se o que anda a circular pela Internet, a título de exemplo.
3. A transparência da publicação dos buracos em folha Excel-simples,como se indicou anteriormente, para esclarecer os cidadãos atinge a espessura fina das nanotecnologias. Não se vê, como convém. BPN? Madeira? . . . Buracos desconhecidos, ficticios e provocativos? Aldrabice nas contas outra vez? Têm que explicar! Parece que o Snr. PR está a acordar, mas se não tem consequências no OE-2012, é irrelevante a sua opinião.
3. A transparência da publicação dos buracos em folha Excel-simples,como se indicou anteriormente, para esclarecer os cidadãos atinge a espessura fina das nanotecnologias. Não se vê, como convém. BPN? Madeira? . . . Buracos desconhecidos, ficticios e provocativos? Aldrabice nas contas outra vez? Têm que explicar! Parece que o Snr. PR está a acordar, mas se não tem consequências no OE-2012, é irrelevante a sua opinião.
4. O cidadão comum fica perturbado perante a política tortuosa, que oscila entre a quase mentira e a mentira tout-court. Dada a complexidade dos temas tratados num orçamento de estado OE, é perfeitamente natural e compreensível a perturbação dos cidadãos. Mas já se está bastante longe do come e cala e da falta de compreensão elementar da entrada traiçoeira dos políticos na bolsa dos cidadãos. É fácil compreender que devido ao anterior governo Sócrates e ao do actual Passos Coelho, o salário do funcionário público foi reduzido de cerca de 25%, num periodo relativamente curto. O cidadão deve começar a exigir um factor adicional de 15% sobre os políticos, totalizando 40% como prémio total para a incompetência técnico-política de muitos responsáveis e da graduação das mentiras pinoquiais. Decidiu o PM atiçar o sector público contra o privado.Não convence.
5. A matriz dos últimos governantes Sócrates-P.Coelho-Seguro aponta para a partidocracia reinante. Que tal sujeitar os putativos candidatos a PM, a um exame prévio ao estilo da École Nationale? Há um senão, quem é o irresponsável que amanhã se candidata a PM? Hoje ainda gozam da impunidade política.
Claro que ainda há gente séria. A estes é devida a gratidão de todos, pelo esforço que, na actualidade, deve ser sobre-humano. Mas medidas orçamentais, geradoras de inequidade patente, que só o fundamentalismo cego não vê, não muito obrigado. Basta! Para acalmar os ânimos não vejam no texto qualquer vinculação política. Mas pretende não ser amorfo.
Para quem estiver interessado pode aceder
- À proposta de OE-2012, clicando aqui.
- Salários e benesses de caras politicas conhecidas da TV: tente aqui
- Conclusão: individual !!!
Sem comentários:
Enviar um comentário