Capela de São Miguel_Arcanjo - I
Intrigado pelo facto do ilustre Abade deBaçal referir este general, com tal detalhe, leva à questão:" Como pode ter chegado a tal conclusão?". A resposta, que para um historiador seria trivial, reside num livro muito conhecido e antigo - " Corografia portugueza e descripçam topográfica do famoso reyno de Portugal,1706-1712, P. Luis Cardoso". Para evitar todo e qualquer tipo de deturpação da informação, transcreve-se as páginas onde Angueira é descrita e que permitem o contraste com os escritos do cunho pessoal do Abade de Baçal , a saber
Pag.1 -Descrição da Serra de Angueira/Angueira |
Pag.2 - Descrição da história de Angueira . |
Todavia, à luz de novos factos e do conhecimento actual, este texto é bastante limitado em termos científicos, nomeadamente orográficos, e em si também denota como a informação compilada para o livro foi conseguida (inquéritos). Como pano de fundo, a informação foi veiculado pelos homens mais cultos dos lugares (curas) e merecem confiança no que respeita a lendas e tradições antigas, embora sejam limitadas em termos de verdade última de acontecimentos passados. Por exemplo, a descrição da Serra de Angueira é bastante limitada em termos de precisão geográfica, mas indica claramente a sua fauna, especificando todos os animais de caça grossa.
Sobre a história passada de Angueira tem como limite os"Mouros" para designar povos anteriores e associa a construção dos castros aos Mouros, que se sabe não ser verdade. Portanto, é necessário lêr criticamente todo o texto. Nele se refere, também que Angueira pertencia (à epoca) ao Bispado de Miranda do Douro. Mas este foi criado, politicamente, para combater a demasiada influência de Braga. A política não foi inventada hoje, sempre esteve presente em toda a actividade humana.
Sobre a história passada de Angueira tem como limite os"Mouros" para designar povos anteriores e associa a construção dos castros aos Mouros, que se sabe não ser verdade. Portanto, é necessário lêr criticamente todo o texto. Nele se refere, também que Angueira pertencia (à epoca) ao Bispado de Miranda do Douro. Mas este foi criado, politicamente, para combater a demasiada influência de Braga. A política não foi inventada hoje, sempre esteve presente em toda a actividade humana.
Este documento é, todavia, de uma grande importância, já que refere ecos longinguos de batalhas travadas anteriormente, regista os locais de combate, assinalados por grandes cruzes (excepto a de Cruz Branca referida). Lamentávelmente, não houve até agora um estudante/s de história que pegasse neste tema (e que seja do nosso conhecimento).
Vamos prosseguir a análise deste documento, em artigos que se seguirão. É necessário, para uma melhor compreensão desta Capela e de toda a sua envolvente: batalhas, povoado medieval,origem das procissões religiosas, e uma infinidade de questões mal resolvidas e explicadas.È este o fundamento para se reclamar a protecção do seu espaço natural por parte da C.M. de Vimioso.
Conclusão: É indicada a fonte e a descrição original da Capela de São Miguel (Arcanjo). Manifestamente, a sua fundação está associada a acontecimentos guerreiros entre cristãos e mouros, que quiçá aponta para o período da Reconquista. Porém, existem factos inexplicados quanto à data da construção original (primitiva).A Capela actual não reflecte a natureza original, certamente modesta, como resultado da invasão bárbara do betão e do cimento. A sua história declinou por incúria dos homens, da premente necessidade de novos campos de cultura (justificável) e da avidez intolerante da possesão privada, não respeitando sequer as memórias colectivas dos seus mais proeminentes membros. A C.M. de Vimioso dormiu, deixando a gestão de um valioso património em roda livre. Assim estámos.
Conclusão: É indicada a fonte e a descrição original da Capela de São Miguel (Arcanjo). Manifestamente, a sua fundação está associada a acontecimentos guerreiros entre cristãos e mouros, que quiçá aponta para o período da Reconquista. Porém, existem factos inexplicados quanto à data da construção original (primitiva).A Capela actual não reflecte a natureza original, certamente modesta, como resultado da invasão bárbara do betão e do cimento. A sua história declinou por incúria dos homens, da premente necessidade de novos campos de cultura (justificável) e da avidez intolerante da possesão privada, não respeitando sequer as memórias colectivas dos seus mais proeminentes membros. A C.M. de Vimioso dormiu, deixando a gestão de um valioso património em roda livre. Assim estámos.
Aplaude-se vivamente, porém, a iniciativa actual da reactivação das festividades, complementadas com as medidas necessárias e imperativas de reactivação da Capela ao seu antigo esplendor: devolução/compra de terrenos contíguos à Capela e sujeitos a toda a devassa, bem como a indagação do destino de achados recentes.
Dado que este texto já é demasiado longo (os bit e os byte também contam), deixaremos para a próxima oportunidade a nossa interpretação do enquadramento político-militar e religioso em que teria sido construída. Como nota final, note-se que há sob a designação:"ANG" algumas descrições de Angueira.
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